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É um canal muscular estendendo da faringe ao estômago. Ele se inicia na margem superior da cartilagem cricóide, desce em frente à coluna através do mediastino posterior, atravessa o diafragma e termina na cárdia. Sua direção em geral é vertical, mas apresenta 2 ou 3 pequenas curvas em seu curso. É a parte mais estreita do tubo digestivo, sendo contraído principalmente no seu início e ao atravessar o diafragma. Relações: no pescoço, pela frente, com a traquéia, e logo abaixo com a glândula tireóide e ducto torácico; por trás se situa sobre a coluna vertebral; de cada lado relaciona-se com a artéria carótida comum e parte dos lobos laterais da tiróide; os nervos laríngeos recorrentes sobem entre ele e a traquéia. No tórax, inicialmente se situa à esquerda da linha média; então passa atrás do arco aórtico, separado deste pela traquéia, e desce pelo mediastino posterior, à direita da aorta; então ao se aproximar do diafragma passa para a frente da aorta. Estrutura: ele tem 3 camadas: 1) a muscular é formada por 2 faixas de fibras, sendo uma externa longitudinal e outra interna, circular; 2) a areolar liga frouxamente a mucosa e a muscular; 3) a mucosa é avermelhada no início e pálida embaixo. Abaixo da mucosa há uma camada de fibras musculares longitudinais, a muscularis mucosae. As glândulas esofágicas se localizam na submucosa e se abrem na superfície por um longo ducto excretório. Artérias: são derivadas do ramo inferior da tireóide, do eixo tiroidiano da subclávia; da aorta torácica descendente; do ramo gástrico do eixo celíaco; e do frênico inferior esquerdo da aorta abdominal. Nervos: são derivados do pneumogástrico e do simpático; eles formam um plexo, com grupos de gânglios, entre as 2 camadas musculares, e também um segundo plexo na submucosa.
Incidência maior em alcoólatras; também em fumantes, mas o fumo tem menor poder agressivo. O álcool favorece o aparecimento e o desenvolvimento da patologia por ação agressiva alterando a mucosa e/ou por interferência nos seus mecanismos de defesa. Ele favorece o refluxo gastroesofágico, altera o clareamento esofagiano prolongando o tempo de contato dos pró-carcinógenos na mucosa do esôfago e favorece o aparecimento do carcinoma epidermóide (mais freqüente) e do adenocarcinoma. Também alimentos quentes, condimentos, acalásia, estenose secundária a cáusticos, esofagite crônica e esôfago de Barrett. É uma doença raramente curável. Sobrevida de 5 anos nos casos levados a cirurgia é de 15%. Clínica Disfagia rapidamente progressiva e emagrecimento; também soluços, sialorréia, odinofagia, vômitos, regurgitação e rouquidão; tosse produtiva e febre podem decorrer de fístula entre o esôfago tumoral e a traquéia ou os brônquios Diagnóstico Rx e endoscopia; para estadiamento: TC do tórax e abdome mais broncoscopia e laringoscopia. 50% dos casos são carcinomas de células escamosas. Adenocarcinoma, em geral ocorrendo nas áreas de Barrett, perfazem os outros 50%, e a incidência destes está aumentando. O esôfago de Barrett contém epitélio glandular de 3 tipos: colunar, células parietais - dentro da parede do esôfago -, e metaplásico intestinal. Estágios: classificação TNM: Tumor primário (T): TX - tumor primário não pode ser avaliado; T0 - sem evidência de tumor primário; Tis - carcinoma in situ; T1 - tumor invade a lâmina própria ou submucosa; T2 - tumor invade a muscularis propria; T3 - tumor invade a adventícia; T4 - tumor invade estruturas adjacentes. Linfonodos regionais (N): NX - os linfonodos não podem ser avaliados; N0 - sem metástases em linfonodos regionais; N1 - metástases nestes linfonodos. Para o esôfago cervical, os linfonodos cervicais, incluindo os supraclaviculares, são considerados regionais. Para o esôfago intratorácico, os linfonodos mediastinais e perigástricos, excluindo os celíacos, são tidos como regionais. Metástases à distância (M): MX - a presença destas metástases não pode ser estimada; M0 - sem metástases à distância; M1 - há tais metástases. Estágio 0 = Tis, N0, M0. Estágio I = T1, N0, M0. Estágio II = IIA = T2, N0, M0, ou T3, N0, M0 e IIB = T1, N1, M0, ou T2, N1, M0 Estágio III = T3, N1, M0, ou T4, qualquer N, M0 Estágio IV = qualquer T, qualquer N, M1. Tratamento Seguimento endoscópico de pacientes com Barrett pode detectar adenocarcinoma em uma fase inicial. Pequenos tumores, assintomáticos, confinados à mucosa ou submucosa são descobertos por acaso. Cirurgia está indicada se não há invasão de estruturas vizinhas como árvore traqueobrônquica, pulmões, ou outras metástases; administração prévia de nutrientes via sonda nasoenteral; preparo fisioterápico respiratório e anticoagulante. Estágio 0 não é visto com freqüência; a cirurgia é um sucesso. Nos estágios I e II, cirurgia radical com esofagectomia e anastomose entre esôfago cervical e estômago ou interposição de cólon; sobrevida em 5 anos de 90%. Ou pode se fazer quimioterapia mais radioterapia com ou sem subseqüente cirurgia. Ambos os grupos podem ser submetidos a ensaios clínicos. A grande maioria se cuida já nos estágios III e IV, onde a sobrevida de 5 anos é menor que 5%. No estágio III fazer quimioterapia mais radioterapia, com ou sem cirurgia posterior; ou ressecção cirúrgica paliativa em lesões T3A. No estágio IV fazer radioterapia com ou sem intubação e dilatação. Em pacientes com obstrução parcial do esôfago, a disfagia pode às vezes ser melhorada pela colocação de um stent metálico, ou até por radioterapia. Todo paciente recém-diagnosticado deve ser considerado candidato a novos ensaios clínicos. Complicações Pleuropulmonares e formação de fístulas na anastomose; mortalidade operatória de 20%.