VEGETARIANISMO

Dietas vegetarianas para cardiopatas
     O colesterol não é absolutamente necessário em nossas dietas, desde que o fígado produz todo 
o colesterol que o corpo necessita.  A quantidade ideal de colesterol na dieta é zero. Entretanto, 
todos os produtos animais contêm colesterol.  Observe que a galinha tem aproximadamente o mesmo 
conteúdo de colesterol que a carne vermelha.  Em contraste, os feijões, o arroz e as batatas, 
são pobres em gorduras.  Quase todos os grãos, feijões, verduras, e frutas derivam menos de 10% 
de suas calorias a partir das gorduras, e nenhum deles apresenta colesterol.  Os peixes variam, 
mas como todos os outros animais, contêm colesterol e gorduras.  E das gorduras nos peixes, 
de 15-30% é gordura saturada. Isto é menos que no frango e na carne vermelha, mas muito diferente dos 
produtos vegetais.

	O mito da carne branca

     Muitos pacientes são levados a acreditar que se eles mudarem da “carne vermelha” para frangos e 
peixes, suas artérias se tornarão limpas. Na realidade, tal mudança dietética geralmente não conduz a 
grandes quedas nos níveis de colesterol nem cessa a formação de placas ateroscleróticas na 
maioria dos pacientes.
     Um artigo do New England Journal of Medicine de abril de 1993, mostrou os pobres resultados das 
dietas muitas vezes orientadas aos cardiopatas. Neste caso, a dieta era o National Cholesterol 
Education Program Step II Diet, que recomenda modestas porções de peixes e aves sem pele e métodos 
de cocção sem gordura.  Mesmo entre pacientes com boa aderência, esta dieta reduz o LDL em apenas 5%.  
Para uma paciente com colesterol total de 250 mg/dl, por exemplo, uma queda de 5% leva a apenas 235 mg/dl, 
o que é ainda muito alto em termos de segurança.  Não apenas tal dieta não diminui efetivamente os 
níveis de colesterol, quanto ela não reverte as placas arteriais e, de fato, permite que as placas 
aumentem gradualmente de volume para a maioria dos pacientes.  Tais dietas não se justificam portanto 
para cardiopatas.
     A proteína animal pode ter um efeito sobre os níveis de colesterol que é independente da gordura.  
Quando pesquisadores substituem a proteína animal pela vegetal, enquanto mantendo a gordura da 
dieta e constante o colesterol, os níveis de colesterol sérico caem. A proteína da soja, em 
particular, diminui os níveis de colesterol, independente do efeito da gordura ou do colesterol.  
Isto se explica principalmente pelo efeito da proteína da soja em aumentar o número de receptores hepáticos 
ao LDL, facilitando a retirada deste da corrente sangüínea.

	Fibras solúveis

     Muitos produtos vegetais são ricos em fibras solúveis as quais possuem a capacidade de diminuir os 
níveis de colesterol. O fígado converte o colesterol em bile e a envia pelos ductos biliares e 
através do intestino. Lá, as fibras solúveis a conduz junto com o conteúdo intestinal.  De maneira 
a repor estes ácidos biliares perdidos, o fígado retira colesterol do sangue para formar novos ácidos 
biliares. O resultado é menores níveis de colesterol. Se houver quantidade insuficiente de fibras na 
dieta, entretanto, os ácidos biliares se movendo ao longo do trato intestinal podem ser revertidos 
em colesterol e reabsorvidos pelo sangue. As fibras também podem bloquear parte da absorção das 
gorduras do trato digestivo e reduzir a síntese de colesterol no fígado, o que ocorre com o SoyBean® Light.
     A soja possui altos níveis de fibras solúveis, que adsorvem gorduras e açúcares no trato intestinal, 
diminuindo a absorção destes pelo sangue.  Ainda, as fibras aderidas aos carboidratos, ao atingirem 
o cólon direito sofrem ação bacteriana, com formação de ácidos graxos de cadeia curta, que podem 
atuar junto ao fígado bloqueando a HMG Co-A redutase, e assim bloquear 
a formação de colesterol.  
São, na realidade, duas maneiras de se diminuir os níveis de colesterol pelas 
fibras.  Ainda, tais 
fibras presentes na soja diminuem a absorção de ácidos biliares no intestino, 
bem como enquanto no 
estômago, formam gel aumentando o volume gástrico, gerando a sensação de 
saciedade, e diminuindo 
a ingestão de alimentos.  Isto, na realidade, facilita tanto o controle dos 
níveis de colesterol, 
quanto do peso do(a) paciente.
	
	O efeito dos exercícios

     A prática regular de exercícios, tais como caminhada, promove uma redução substancial no risco de 
doenças cardíacas, comparado a um estilo de vida sedentário, e, quanto maior a atividade física onde o 
paciente se engaja (dentro dos limites de sua capacidade cardiovascular), maiores os benefícios 
obtidos.  Um regime inicial simples poderia ser o de caminhar meia hora diariamente ou uma hora 
três vezes por semana.
     Os pacientes deveriam ser lembrados, no entanto, que a prática regular de exercícios não corrige 
per si os efeitos de uma dieta gordurosa. Na realidade, é comum a presença de aterosclerose em pessoas 
em plena forma física (Fernandes, 2006).  A atividade física se soma aos benefícios de um estilo 
de vida sadio, mas não o substitui.

        Bibliografia
. Fernandes IC.  Consciência Alimentar - seu valor na prevenção e controle das patologias.  Degrau Gráfica.
Goiânia.  2006. p 240

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