A FÊNIX DEFICIENTE
No início era escuridão,
escuridão na minha mente,
confusão no meu coração.
Meus sonhos? Frustrações
Como era difícil pensar em
não poder fazer as pequenas
coisas...
Andar para mim seria agora
impossível.
Todo início é sempre difícil,
ainda mais para mim em plena
adolescência.
Buscar forças não sei de onde,
para lutar não sei porque.
Organizei a vida sem querer
amá-la, chorei no escuro e
blasfemei muitas vezes.
Mesmo detestando a vida
continuei a viver sem saber
o que fazer.
E cresci ou renasci?
Isso não sei.
Se eu estava assim,
existiam piores. Disso
eu sabia perfeitamente.
Sonhar, de forma egoisticamente,
em andar. Deixei de mão.
Passei a acreditar em mim,
no que escrevia, no que via.
Deficiente não seria eu,
e sim quem nos torna
incapaz...
E unidos a outros buscamos
a liberdade:
Liberdade de tudo
para o mudo
para o surdo
para o sonho de todo
mundo.
Fazer renascer a alma
no coração do deficiente
esquecido é resgatar
uma pessoa.
Para mim é trazer de volta
um sorriso.
É tirar dos porões
da vida uma lágrima
de esperança.
E dessa lágrima
fazer um rio.
E que cada nascente
sejamos nós, deficientes,
não pedindo, mas exigindo:
Nossa vida
Nossos sonhos
Nossos direitos
Nossa cidadania.
Hoje eu não choro por
ser deficiente e não lamento.
Eu luto
Dylson Ramos Bessa Junior
Email - dylson@slz.zaz.com.br