OS PÁSSAROS DEVASTADORES
... E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.
João 8.32.
Os pântanos não terminaram. Agora há outro diante de Hércules, desta vez com sua enorme quantidade de estranhos pássaros que provocam grandes devastações. Expulsá-los parece tarefa impossível, mas, segundo a voz do Instrutor interno, para além da mente uma luz indicará a direção segura.
A terrível presença dos pássaros faz-se notar por seu coro de vozes, que, ameaçador e dissonante, é ouvido por toda parte. Seus bicos de ferro assemelham-se a uma espada; suas penas são como lâminas de aço, e as garras, instrumentos de destruição.
Percebendo que o guerreiro se aproxima, três pássaros atiram-se sobre ele, tentando atacá-lo. Hércules consegue desvencilhar-se e acaba atingindo depois um deles. Surpreendentemente, algumas das pontiagudas penas do pássaro alvejado fixam-se no chão, provocando uma vibração sonora aterradora. Em vista disso, os outros pássaros afastam-se por um tempo, mas Hércules sabe que voltarão.
Ali, diante do pântano, ele procura descobrir um meio de libertar o local de aves tão atemorizantes. Tenta usar flechas. Inútil. Os pássaros são milhares e, quando voam aos bandos, chegam a cobrir o Sol e a escurecer o dia. O herói tem, então, a idéia de colocar armadilhas dentro do pântano, do mesmo modo que fez com o javali. Todavia, quando tenta pisar naquele solo, seus pés afundam-se — é quando constata que uma solução, por ter sido boa no passado, nem sempre é adequada para o momento presente, que apresenta outras características.
Faz uma pausa. Concentra-se e agora pode lembrar-se das palavras do Instrutor: "Além da mente há uma luz que indicará a direção segura". Consegue, assim, ficar quieto, olhando para além da mente, ainda acostumada aos seus mecanismos dedutivos. Voltando-se para o centro de sua consciência, faz com que a mente olhe a si mesma. Vem-lhe, então, uma idéia nova: toma dois enormes címbalos de bronze, que emitem um som sobrenatural do qual não se encontra similar neste mundo. Perturbador e áspero, o som é capaz de penetrar o plano astral, um dos níveis sutis da Terra e dos indivíduos. Para o próprio Hércules, que conhece agora vibrações sonoras mais elevadas, aquele barulho é intolerável. Cobrindo os ouvidos com tampões, ele toca os címbalos.
É hora do pôr-do-sol. O pântano está denso pela presença de um sem-número de pássaros. Hércules faz soar de maneira potente os címbalos, repetidas vezes. Uma dissonância assustadora, nunca ouvida naquela região, confunde as aves, que, desesperadas pelo rumor, confusas pela vibração, escapam depressa para jamais retornar. Já estão distantes, mas os címbalos ainda batem, vigorosamente.
Em seguida o silêncio invade o pântano. Os pássaros horrendos desapareceram. Hércules ouve, então, as palavras do Instrutor que o segue internamente: "Você expulsou os pássaros mortíferos. O Trabalho está concluído".
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É necessário, pois, transformarmos e elevarmos a nossa palavra, para que mais tarde possamos ouvir os sons que existem dentro de nós. Conforme se sabe, os homens têm outros sentidos além dos físicos. São os sentidos internos (entre os quais a audição interior) que se abrem somente quando o uso da palavra externa chega a ser relativamente controlado.
A primeira etapa desse processo de transformação e elevação é o autocontrole. Cortando pela metade o número de palavras pronunciadas diariamente, tornamo-nos aptos a refletir antes de falar, pois só assim, evitando o palavreado meramente compulsivo, temos tempo para pensar. A segunda etapa é a da reflexão. Nela fazemos um belíssimo trabalho em nosso ser, pois chegamos a "ouvir", antecipadamente, o que vamos falar. Selecionamos então a palavra e passamos a construir, inteligentemente, por meio do som. A partir daí inicia-se uma fase ainda mais importante para o desenvolvimento da consciência, a terceira etapa, em que colaboramos com o clareamento do nosso próprio carma e do carma planetário. Isso é feito à medida que a palavra é controlada e precedida da reflexão, o que nos possibilita interromper uma frase ou modificá-la se, antes de sair pelo espaço e pelo éter, for considerada destrutiva ou supérflua. No caso de se ter emitido um som fora desse controle, uma reflexão imediata pode recuperá-lo a tempo. A produção posterior de um som de qualidade oposta restaura o equilíbrio dentro do universo das energias.
Extraído do livro HORA DE CRESCER INTERIOMENTE. Trigueirinho.
Sagitário é o signo preparatório para Capricórnio e em alguns livros antigos é chamado "o signo do silêncio". Nos antigos mosteiros o irmão recém-admitido tinha de se sentar em silêncio, não era autorizado a caminhar nem a falar. Não se pode entrar no quinto reino da natureza, o reino espiritual, nem escalar a montanha de Capricórnio enquanto houver não houver controle da fala e do pensamento. Esta é a lição de Sagitário: restrição da fala através do controle do pensamento. Isso nos manterá ocupados, porque depois de abandonar o uso das formas comuns da fala, tais como o falar da vida alheia, então será preciso aprender a silenciar sobre as coisas espirituais. Você terá de aprender sobre o quê não dizer sobre a vida da alma, muita conversa sobre coisas para as quais pessoas podem não estar preparadas.
Perguntou-se: "Será que nunca deveremos criar carma para nós mesmos, ou fazer qualquer coisa que nos prenda a qualquer ser humano, porque na medida em que nos ligamos a qualquer ser humano, teremos de continuar a nos reencarnarmos?" Bem, eu vou me ligar à humanidade pelo serviço, pelo amor, pelo pensamento desinteressado. Isso tem alguma significação. Mas não vou me prender pelo pensamento crítico, pelos pensamentos de auto-piedade, pelo falatório, pelas palavras que não deveria dizer. Não vou ter como motivo minha própria libertação. Uma precaução: não sejam bons, não sejam inofensivos, não sirvam apenas para se afastar de tudo, que é o que muitos fazem. Fiquem com a humanidade como o Cristo faz, ou como aquela grande Vida Que, segundo nos é dito, ficará em Seu lugar indicado até que o último peregrino encontre seu caminho de casa.
Em Sagitário, o primeiro dos grandes signos universais, vemos a verdade como o todo quando usamos as flechas do pensamento corretamente. Eu direi, isto é para mim, minha formulação de verdade, porque ela me ajuda a viver. Outros grupos usam outras terminologias e somente me é possível ver a visão na medida em que posso alcançar a maneira pela qual meu irmão encara a verdade. Todas as várias verdades formam uma Verdade; é disso que se dá conta em Sagitário e você não poderá cruzar o portão no sopé antes de ver onde a sua pequenina porção da verdade forme parte do mosaico grupal.
Extraído do livro OS TRABALHOS DE HÉRCULES. Alice Bailey
Sugestão para aplicação prática desse estudo:
A- Trabalho com a humildade e a inofensividade: Reconhecer cada parte da verdade em todas as pessoas
B- Trabalho com a descoberta da Verdade Buscar, por meio das "setas"da vida, a sua verdade.
Identificada a sua verdade, construí-la por meio do som. Pode ser com o uso sintético das palavras, do canto ou da oração.
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