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GOTA |
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Artrite gotosa aguda |
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("ácido úrico") |
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A artrite gotosa é uma das manifestações do excesso de ácido úrico no sangue. Atinge uma articulação de forma súbita e com dor muito intensa. Alguns doentes referem que, ocasionalmente, "pressentem" um ataque de gota algumas horas antes por que sentem uma dor mais leve no local. A intensidade da dor é descrita como violenta e acompamha-se de sinais óbvios de inflamação: no local afectado, inchaço (edema), vermelhidão (rubor, eritema), calor localizado, extremamente sensível à dor. Por vezes existe febre ligeira. Sem tratamento esta situação persiste, na sua intensidade máxima, por 1 ou 2 dias desaparecendo ao longo da semana seguinte. |
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No primeiro ataque atinge geralmente uma única articulação, frequentemente a do dedo grande do pé, embora possa acontecer que ataque várias articulações ao mesmo tempo, especialmente nas mulheres (depois da menopausa). As articulações atingidas são geralmente as pequenas articulações, sobretudo dos dedos dos pés. É raro o atingimento da coluna vertebral. |
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Os ataques podem ser provocados por qualquer situação que aumente ou diminua bruscamente o ácido úrico no sangue. A comidas "pesadas" e o álcool, bem como alguns medicamentos também são uma causa frequente destes ataques. Os diuréticos (medicamentos que são usados, por exemplo, para baixar a pressão arterial) e até o alopurinol (utilizado para tratar e prevenir o excesso de ácido úrico) podem também provocar uma crise de gota. |
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Nem sempre, as crises de gota se acompanham de valores elevados de ácido úrico no sangue (hiperuricemia). Como se disse atrás, algumas crises podem ser desencadeadas por factores que fazem baixar bruscamente o ácido úrico. |
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Algumas pessoas têm apenas um único ataque de gota em toda a sua vida, mas 3/4 dos doentes voltarão a ter uma segunda crise no espaço de 2 anos. Os casos graves, quando não tratados, evoluem para artrite gotosa crónica: os intervalos entre as crises são cada vez mais curtos, os ataques duram mais tempo e vão atingindo mais articulações. Começam a aprecer depósitos de uratos (sais de ácido úrico) na pele (tofos gotosos) e existe destruição das cartilagens nas articulações, por vezes com deformação. |
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É pena que uma doença tão simples de diagnosticar e tratar com sucesso ainda continue a provocar complicações em tanta gente. Basta aspirar, com uma agulha fina, o conteúdo de uma articulação e observar ao microscópio para se ter o diagnóstico. Mesmo sem microscópio, a associação de um a ataque "típico" de gota, hiperuricemia e resposta rápida ao tratamento com colchicina pode fazer o diagnóstico (embora seja mais fiável o primeiro método). |
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Uma vez confirmado o diagnóstico a escolha dos medicamentos inclui |
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> colchicina |
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> anti-inflamatórios não esteróides |
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> injecção de corticoides na articulação |
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A eficácia destes medicamentos, no tratamento da dor, é semelhante quando usados precocemente. Todos se tornem dolorosamente lentos se usados muito depois do ataque ter começado. |
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A colchicina (comprimidos) é o mais tradicional. Usa-se de hora em hora até se obter alívio ou até os efeitos secundários (geralmente diarreia, enjôo e dor de barriga) se manifestarem. Se não resultar deve pôr-se em causa a correcção do diagnóstico. |
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Os anti-inflamatórios não esteroides são usados na dose máxima tolerada, desde o início, e durante os primeiros 3-4 dias até que a crise se resolva. É tradicional usar-se a indometacina (indocid ®, dolovin ®). O seu uso é desaconselhado em pessoas com doença ulcerosa activa, insificiência cardíaca ou hipertensão. |
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Nestes casos pode usar-se a injecção intra-articular de corticoides. Também tem sido utilizada a injecção - intra-muscular - de ACTH (uma hormona envolvida na produção de corticoides no nosso corpo). |
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Depois de ter passado a crise incial o doente fica no período chamado inter-crítico, isto é, sem sintomas. Nesta altura é preciso tomar a decisão de iniciar, ou não, o tratamento da hiperuricemia. Afinal é esta anomalia que provocou a crise. |
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Todos os peritos estão de acordo que se devem tratar os doentes que tiveram ataques repetidos, os que têm gota crónica ou tofos gotosos e os que têm, em simultâneo, gota e cálculos renais ("pedras nos rins"). Alguns acham que basta um único ataque para se dever iniciar o tratamento. Outros argumentam que um único ataque - que é simples e barato de tratar - não constitui indicação para o início de um tratamento, que possivelmente durará a vida inteira, e aguardam o aparecimento de uma nova crise antes da decisão. |
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O tratamento da hiperuricemia faz-se com alopurinol. Antes de iniciar o tratamento com este tipo de medicamentos - os quaisquer outros que façam baixar o ácido úrico no sangue - o doente deve estar completamente livre de todos os sinais de inflamação e ter iniciado a toma de colchicina profilática. A queda brusca dos níveis de ácido úrico no sangue, ao iniciar o tratamento, pode prolongar ou desencadear uma crise aguda de gota. O objectivo do tratamento é manter o níveis de ácido úrico abaixo de 5,0 mg/dl (300 umol/L). Se este nível for atingido não só paramos o processo de destruição das articulações, como prevenimos o aparecimento de novas crises de gota. Os tofos gotosos na pele também desaparecerão. |
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A alteração dos hábitos alimentares é um complemento indispensável. Corrigir o excesso de peso, controlar a diabetes, reduzir as gorduras no sangue, reduzir o álcool e o sal. |
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O alopurinol, ou o oxipurinol, são os medicamentos com maior uso neste problema. Os resultados são relativamente rápidos, com o efeito máximo atingido ao fim de 2 semanas. Geralmente pode usar-se numa única toma diária. |
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Actualizada em 02 de Janeiro de 2001 |
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