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Problema 10

Dor neuropática

Joana, costureira de 63 anos, portadora de diabetes melito, procurou clínico geral porque sentia-se extremamente fraca, indisposta, com insônia e falta de apetite. Tinha notado que, recentemente, estava deixando cair das mãos objetos leves como dedal e tesoura, e que seus pés estavam constantemente "formigando". Os exames clínico e laboratorial apontaram para um descontrole do diabetes que, após medicação adequada foi, aos poucos, satisfatoriamente corrigido.
        Dois meses depois a paciente retornou ao consultório queixando-se de fortes dores em queimação na parede abdominal direita onde se podia notar a presença de "rash" cutâneo e lesões bolhosas. O restante do exame clínico foi normal. A paciente, após medicada com analgésico potente (tramodal), pomada (furacin) e compressa de água morna, foi encaminhada à residência. Quinze dias se passaram quando Joana tornou a procurar auxílio médico, desta vez apresentando dor intensa que acometia uma faixa da pele da parede abdominal acompanhando a linha umbilical direita e estendendo-se, posteriormente, em direção à linha média. O simples contato da roupa naquela área recrudescia imensamente a dor que, inclusive, a estava impedindo de dormir há vários dias. Podia-se observar a presença de pigmentação cutânea irregular e feridas com crostas naquela região dolorosa. Diminuição da sensibilidade tátil foi detectada ao longo do dermátomo correspondente à raiz espinhal T10 direita.