UM MERGULHO NO BRINCAR  

A PARTICIPAÇÃO DOS ADULTOS NAS BRINCADEIRAS

Brincar com uma criança é uma forma de demonstrar amor por ela, mas... somente quando tivermos certeza de que isto é o que ela deseja. Algumas vezes os adultos interferem sem necessidade, só para dar a sua opinião ou para tentar dirigir a brincadeira, não respeitando, assim, o tempo da criança nem seu jeito de brincar.

Não se deve interromper a concentração de uma criança que está brincando, pois o momento em que ela está totalmente absorvida pelo seu brinquedo é um momento muito especial, um momento mágico e preciso, no qual está exercitando uma capacidade da maior importância, da qual dependerá sua eficiência profissional quando for adulto, que é a capacidade de observar e manter a atenção concentrada.

Entretanto, a participação do adulto pode enriquecer e dar prestígio à brincadeira; sua criatividade pode estimular o processo criativo da criança e sua paciência e serenidade poderão estimular a capacidade de observar e de concentrar a atenção. Brincar junto reforça laços afetivos e, geralmente, as crianças gostam quando um adulto quer brincar com elas, pois sentem que o jogo assim se torna mais valorizado. Somente com muita humildade e sensibilidade pode se perceber se é hora ou não de intervir, mas uma coisa é certa, se não houve um convite por parte da criança, a interferência do adulto deve se limitar a uma sugestão, um estímulo, um esclarecimento ou uma participação de igual para igual, para que não haja restrição à iniciativa das crianças.

Um aspecto muito positivo da participação do adulto no jogo pode ser a introdução do hábito de guardar os brinquedos quando a brincadeira terminar. Os pais ou professores podem fazer com que o hábito de guardar seja uma parte natural da brincadeira, que pode ser realizada alegremente. Quando as crianças se a ajudar, mesmo que seja um pouco, com o tempo vão adquirindo o hábito de deixar as coisas arrumadas. Transforme o ato de guardar o jogo em uma atividade alegre e rotineira.

Durante o jogo ou brincadeira, não diga que a criança errou, talvez ela apenas ainda não tenha aprendido o jogo e, se você quer que ela aprenda, faça com que se sinta capaz de aprender e de-lhe o tempo que precisar para isso.

SUGETÕES DE BRINQUEDOS

DE 02 A 04 ANOS: A criança já é capaz de planejar suas ações e de usar um objeto representando outro. Partindo da imitação de seu cotidiano, brinca de “faz de conta”? E pode usufruir dos seguintes brinquedos: livros de pano com figuras, telefone, panelinhas, objetos domésticos, bonecas, máscaras,   chapéus, fantasias, capas, fantoches, massa para modelar, quebra-cabeça simples, tambor, pandeiros, pianinho, casinhas, baldes e pazinhas, trenzinhos, aviões, triciclo, material para fazer bolinhas de sabão,dentre outros.

DE 04 A 07 ANOS: A criança começa a argumentar embora suas razões não sejam totalmente lógicas. Gosta que contem histórias, de competições e de jogar com amigos e ou adultos. Para esta fase sugerimos as seguintes brincadeiras: blocos de construção, material para pintura e desenho, jogos de dominó, loto, ludo, jogos de circuito carro de boneca, jogo de damas, quebra-cabeças, jogo de memória, dentre outras.

BRINQUEDOS E VIOLÊNCIA

A violência é uma presença significativa na vida das crianças de hoje: é uma realidade na vida de uma criança de rua e é o tema dos filmes assistidos por aquelas que têm uma televisão ou vídeo game. Toda a agressividade que chega à criança provoca alguma reação, ensina formas de interação, de manifestação de emoções e de solucionar conflitos. Os brinquedos violentos fazem parte deste contexto, pois viabilizam o faz de conta da violência dando uma maneira de se encontrar solução rápida para situações indesejáveis. Porém, estes tipos de brinquedos não devem ser uma constante na vida da criança.  Brinquedos, filme e desenhos agressivos devem ser oferecidos as crianças com moderação. Uma mescla com fantasias de amor, carinho e respeito é sempre recomendada.

O respeito pela vida humana deve ser cultivado também nas situações lúdicas e é muito importante preservar a possibilidade de que haja algum impacto, algum sentimento de estranheza diante de uma arma, diante de um objeto que pode acabar com uma vida humana. Será que já não está na hora de aprender a resolver problemas de uma forma mais civilizada?

Agradecimentos: Serviço de Psicologia Educacional / Pré-escola.

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