Informações Sobre a Vacina Anti-Rábica    

INTRODUÇÃO:

Dispomos basicamente de dois tipos de vacinas anti-rábicas: as vacinas de cultivo em cérebros de rato ou coelhos e, as vacinas do tipo celular cultivadas em tecidos, sendo que as mais usadas são obtidas do cultivo de células diplóides humanas ou do cultivo de células VERO.

VACINA FUENZALIDA-PALACIOS:

Descrição:

A vacina, para uso humano, mais empregada no Brasil é a vacina Fuenzalida-Palacios, constituída por vírus da raiva cultivados em cérebro de camundongos recém-nascidos.

Indicação:

Está indicada na profilaxia da Raiva Humana: pré-exposição; pós-exposição; e na reexposição.

Eficácia:

Títulos protetores de anticorpos séricos são detectáveis entre o 10º e 14º dias após o início da vacinação, com qualquer dos esquemas preconizados.

Reações Adversas:

§ Reações locais (mais comuns): eritema, edema e/ou prurido no local da injeção.

§ Reações gerais (pouco freqüentes): febre; artralgias; cefaléia ou adenomegalias.

§ Reações desmielizantes (são raras): mielite; polirradiculoneurite ou encefalite.

Contra-Indicações:

§ Pessoas que receberam a vacina e apresentaram reações neuroparalíticas.

§ Pacientes imunodeprimidos: deve-se optar pelas vacinas de cultivo celular.

§ Quando necessário a vacina deve ser administrada a pessoas de qualquer idade, sadias ou doentes, mesmo que grávidas, imunodeprimidas ou em uso de corticosteróides.

Administração:

A vacina contra a raiva deve ser administrada por via intramuscular (na região deltóide), podendo ser aplicada por via subcutânea.

Doses:

A vacina contra a raiva é aplicada em uma única dose por dia, tanto para adultos como para crianças em esquemas variáveis de acordo com a indicação para seu uso.

PS: Para maiores informações sobre os esquemas de profilaxia, clique em "Profilaxia Contra a Raiva".

VACINA CONTRA A RAIVA (cultivo celular):

Descrição:

As vacinas desse grupo, como descrito anteriormente, possuem a vantagem de não serem cultivadas em tecido nervoso e, por isso, serem completamente isentas de mielina, não sendo capazes de induzirem às reações neuroparalíticas nas pessoas que as recebem. O grande inconveniente dessa vacinas refere-se ao seu custo.

Indicação:

As pessoas que apresentarem ou que já tenham apresentado reações alérgicas graves ou neurológicas associadas com o uso da vacina Fuenzalida-Palacios.

Recomenda-se:

Investigar história de vacinação anterior com a Fuenzalida-Palacios, para verificação da ocorrência de reação adversa e qual o tipo; ocorrendo reações locais e alérgicas leves, recomenda-se o uso de anti-histamínicos e analgésicos e continuar o esquema com a vacina Fuenzalida-Palacios; havendo reações alérgicas graves (anafilaxia sistêmica), tratar com anti-histamínicos e continuar o esquema com a vacina de cultivo celular; na vigência de sintomas sugestivos de comprometimento neurológico (cefaléia com dor muscular e articular, diminuição do tônus muscular, parestesia plantar e outros sinais e sintomas neurológicos), completar o esquema com vacina de cultivo celular.

Profissionais de saúde:

Os profissionais com atividades de risco que receberam o esquema pré-exposição com a vacina Fuenzalida-Palacios e que, mesmo após doses de reforço, não alcançaram o título de anticorpos necessário para proteção.

Pacientes imunocomprometidos:

Nos pacientes imunocomprometidos (inclusive nos doentes com aids), dá-se preferência às vacinas de cultivo celular.

Composição:

Depende do tipo de vacina (de células diplóides humanas ou de células VERO, ainda existem outro tipos).

Início da aplicação (idade):

Qualquer idade.

Dose/Esquema básico:

Pré-exposição: Nos dias 0-7-21 ou 28.

Reforço:

Reforço periódico, de acordo com teste sorológico.

Via de aplicação:

Intramuscular (não aplicar no glúteo).

Fonte: Livro "Novas Perspectivas em Vacinas - 1993".

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