Liga de Dor
Centro Acadêmico Oswaldo Cruz - FMUSP
Centro Acadêmico 31 de Outubro - EEUSP


Caracterização de Amostra de Doentes com Dor Oncológica quanto à Ocorrência de Síndrome Dolorosa Miofascial
Teixeira, WGJT; Oliveira, PRD; Andrade DCA; Yeng, LT; Okada, M; Teixeira, MJ
Liga de Dor do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz e Centro Acadêmico 31 de Outubro. Disciplina de Neurologia – HC-FMUSP
Introdução: A Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) é condição álgica, caracterizada por dor muscular regional e ocorrência  de bandas musculares tensas onde são identificáveis pontos intensamente dolorosos, chamados de pontos-gatilho (PGs). Estes, estimulados por palpação digital ou punção por agulha, ocasionam dor local ou referida à distância. Quando não diagnosticada precocemente, a SDM pode tornar-se crônica e prejudica a qualidade de vida do doente significativamente. A identificação da SDM e seu tratamento adequado reduzem potencialmente o sofrimento do doente com dor oncológica.
Objetivo: estudar a prevalência da SDM e seu comportamento em doentes com dor oncológica.
Casuística e Método: Sessenta e três doentes atendidos no Ambulatório da Liga de Dor com diagnóstico de dor oncológica no período de março de 1999 a março de 2000, sendo 30 doentes (47,6%) do sexo masculino e 33 do feminino (52,4%) com média de idade de 58,8 anos, foram submetidos a avaliação dolorosa neurológica e fisiátrica. Atenção especial foi atribuída a identificação (PGs) ativos ou latentes.
Resultados: SDM foi diagnosticada em 23 doentes (36,5%) sendo 9 do sexo masculino (30,0%) e 14 (42,4%) do feminino. Dezesseis doentes (69,6%) com SDM e 23 (57,5%) sem SDM apresentaram dor profunda e 11 (47,83%) com SDM  e 14 (35%) sem SDM tinham dor em mais de 2 segmentos corpóreos. A dor apresentou evolução progressiva em 20 (87,0%) doentes com SDM e em 24 (60,0%) sem SDM e de evolução estável em 2 (8,7%) com SDM e em 12 (30,0%) sem SDM.
Conclusões: SDM é componente álgico importante em doentes com dor oncológica. É mais freqüente no sexo feminino e tende a acometer mais de um segmento corpóreo.  A freqüência de SDM observada nesta casuística demonstra que a SDM deve ser sempre pesquisada nos doentes com dor oncológica, para que seu diagnóstico e tratamento adequado, possa proporcionar melhora da dor.
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