CONSTRUTIVISMO
Voltar ao menu trabalho
Existem basicamente 3 correntes para explicar o desenvolvimento da inteligência.
1º) EMPIRISMO - é a teoria que afirma que o desenvolvimento intelectual é determinado pelo meio ambiente, ou seja, pela força do meio e não depende do sujeito é de fora para dentro. O indivíduo não nasce inteligente e é submetido a estímulos externos que desencadeiam reações que são assimilados ou não. O desenvolvimento da inteligência estaria nestes estímulos e não no ser humano.
2º) RACIONALISMO - é a teoria que afirma que o desenvolvimento intelectual é determinado pelo sujeito e não pelo meio, ou seja, de dentro para fora. Afirma que o indivíduo nasce inteligente e com o passar do tempo reorganiza a inteligência pelas percepções do meio ambiente. A capacidade de cada ser humano determina como ele percebe a realidade e isto independe de estímulos externos.
3º) CONSTRUTIVISMO - é a teoria que afirma que o desenvolvimento intelectual é determinado pela relação do sujeito com o meio. A teoria se baseia em que o ser humano não nasce inteligente mas também não é totalmente dependente da força do meio. Pelo contrário, interage com o meio ambiente respondendo aos estímulos externos, analisando, organizando e construindo seu conhecimento. A teoria apregoa que a partir do ERRO é possível construir o conhecimento através de um processo contínuo de fazer e refazer.
Jean Piaget, psicológico suíço, estudou o desenvolvimento da inteligência, do
nascimento à maturidade do ser humano, analisando o evolução do raciocínio. É
tido como o pai do CONSTRUTISMO, a linha pedagógica mais difundida entre os professores
que defendem a "Escola Ativa" em detrimento da " Escola Tradicional".
Sua teoria é formalmente chamada de EPISTEMOLOGIA GENÉTICA. A partir dela
surgiu o construtivismo que possue 3 princípios básicos que auxiliam o professor
frente ao aluno. São eles:
a) Respeito à produção do aluno.
b) Espaço para o aluno testar suas hipóteses.
c) Trabalho em grupo para facilitar o aprendizado.
Piaget através de suas pesquisas concluiu que "o conhecimento se forma e evolui
através de um processo de construção". A partir das conclusões de Piaget os
educadores encontraram explicação para o processo de aprendizagem. Estava estabelecida a
ponte entre a psicogenética piagetiana e a criança. É
possível, então, verificar que: "a criança aprende por si, construindo e
reconstruindo suas próprias hipóteses sobre a realidade que a cerca, e que o erro em vez
de denunciar uma não aptidão, é uma etapa necessária do processo de construção do
conhecimento".
Piaget criou a Teoria dos Estágios a partir da observação contínua das
crianças e seus erros. Esta teoria mostra os estágios do desenvolvimento da
inteligência.
3) ESTÁGIOS DA EVOLUÇÃO DO RACIOCÍNIO SEGUNDO JEAN PIAGET
Piaget achava que o desenvolvimento da inteligência se processa para que o
sujeito consiga manter o equilíbrio com o meio ambiente. Quando este se rompe o
indivíduo atua sobre o que lhe afetou e busca o equilíbrio através da adaptação
e organização. A adaptação inclui assimilação e acomodação.
A assimilação faz com que o sujeito use as estruturas psíquicas que possui e se não
forem suficientes é preciso construir novas estruturas e isso se constituí na
acomodação.
A organização estabelece um equilíbrio entre estruturas existentes e as novas,
ou seja, reorganiza todo o conjunto, construindo e reconstruindo as estruturas num
processo contínuo. Estas construções obedecem um padrão que estabelece os estágios de
desenvolvimento da inteligência segundo a idade:
Estágio 1) - SENSÓRIO - MOTOR - ( 0 - 2 anos ) é o estágio desde o nascimento até a aquisição da linguagem. O bebê assimila mentalmente o meio ambiente através dos reflexos neurológicos. A noção de espaço e tempo é criado pela ação. A inteligência é prática. Por reflexo o bebê "mama" o que ele coloca na boca, "pega" tudo o que está ao seu alcance e "vê" o que está na sua frente, até que seja capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo à boca.
Estágio 2) - PRÉ- OPERATÓRIA - ( 2 - 7 anos ) é o estágio no qual a criança se torna capaz de representar mentalmente o que ocorre no meio, priorizando alguns aspectos e outros não, numa percepção global. Não consegue estabelecer relações é centrada em si mesma.
Estágio 3) - OPERATÓRIO - CONCRETO - ( 7 - 11 anos ) é o estágio em que a criança já é capaz de executar operações concretas, consegue fazer relações e abstrair dados da realidade. Apresenta sinais de lógica, peculiar dos alunos e começa a pensar de forma organizada e sistemática.
Estágio 4) - LÓGICO - FORMAL - ( 11 - 15 anos ) é o estágio no qual a criança consegue abstrair totalmente, realiza operações formais. É capaz de pensar em todas as relações logicamente possíveis.
É uma preocupação para o homem a questão de como se dá o conhecimento
e de como o Sujeito aprende.
A corrente empiricista, ao procurar responder a questão, argumenta que o homem, ao
nascer, é uma folha em branco e que a fonte do conhecimento é o mundo exterior. O
conhecimento é, portanto, adquirido através da experiência, logo, se o meio é de
melhor qualidade o sujeito é mais inteligente.
A corrente racionalista, ao contrário, responde a questão a partir do pressuposto de
que a fonte do conhecimento é a razão e que ela é inata, ou seja, que ela nasce
com o sujeito e o que resta é a sua descoberta ou desenvolvimento
Piaget, por sua vez, nega a forma absoluta como essas teorias explicam a questão do
conhecimento. Ele considera a experiência física ou empírica (Empiricismo) mas defende
que a inteligência não depende só dela. Acredita na razão
(Racionalismo) mas não que ela é inata.
Piaget aborda a inteligência como algo dinâmico, decorrente da construção de
estruturas de conhecimento que, à medida que vão sendo construídas, vão se alojando no
cérebro.
A inteligência, portanto, não aumenta por acréscimo e sim por reorganização.
Essa construção tem a sua base biológica, mas vai se dando na medida em que ocorra interação,
trocas recíprocas de ação com o objeto do conhecimento, onde a ação intelectual
sobre esse objeto refere-se a retirar dele qualidades que a ação e a coordenação das
ações do sujeito colocaram neles. A experiência lógica-matemática (
inteligência ) provém da abstração sobre a sua própria ação.
Os fatores de desenvolvimento para Piaget são:
Este último ponto é o que contrabalança os outros três, ou seja, equilibra
uma nova descoberta com todo o conhecimento até então construído pelo sujeito. Os
mecanismos de equilibrio são: - a ASSIMILAÇÃO e a ACOMODAÇÃO.
Todas as idéias tendem a ser ASSIMILADAS às possibilidades de entendimento até então
construídas pelo sujeito. Se ele já construiu as estruturas necessárias, a aprendizagem
tem o significado real a que se propôs. Se, ao contrário, ele não possui essas
estruturas construídas, a assimilação é deformante, resultando no ERRO CONSTRUTIVO.
Diante disso, havendo o desafio, o sujeito faz um esforço contrário ao da assimilação.
Ele modifica suas hipóteses e concepções anteriores ajustando-as às
experiências impostas pela novidade que não foi possível de assimilação. É o que
Piaget chama de ACOMODAÇÃO: onde o sujeito age no sentido de transformar-se em
função das resistências impostas pelo objeto.
O desequilíbrio, portanto, é fundamental para que haja a falha, a fim de que o sujeito
sinta a necessidade de buscar o reequilíbrio, o que se dará a partir da ação
intelectual desencadeada diante do obstáculo: a ABSTRAÇÃO REFLEXIVA. É aí, na
abstração reflexiva que se dá a construção do conhecimento lógico-matemático
(inteligência), resultando num equilíbrio superior e na conseqüente satisfação
da necessidade.
Piaget afirma, então, que a criança conhece como o cientista, ou seja:
- OBSERVANDO A REALIDADE;
- INTERROGANDO-SE SOBRE ELA;
-
INVESTIGANDO;
EPISTEMOLOGIA
- LEVANTANDO HIPÓTESES;
- ELABORANDO UMA TEORIA, que ele chamou de estudo crítico da ciência. O aluno é o
sujeito construtor do seu conhecimento e as deficiências ocorrem quando há falhas na
troca de ação entre o sujeito e o objeto do conhecimento.
4.1) PAPEL DO PROFESSOR:
Tendo por base os princípios construtivistas, o professor redimensiona o
seu trabalho. É agora, o mediador da relação entre o sujeito que aprende e o objeto do
conhecimento. Mediação, que nada mais é do que a intervenção planejada para
favorecer a ação do aprendiz sobre o objeto. Ação essa que se encontra na origem
da aprendizagem.
Para o exercício da mediação, o professor precisa ter instrumentos para detectar
com clareza o que seus alunos já sabem e o que eles não sabem. Para isso necessita de um
conhecimento consistente do conteúdo, o objeto do conhecimento e de informações sobre o
processo de construção, que lhe permite favorecer, antecipar o caminho através do qual
o aluno vai se apropriar desse conhecimento.
"Um mediador é alguém que, em cada momento, em cada circunstância, toma
decisões pedagógicas conscientes: nunca está limitado a corrigir ou deixar errada, pois
além de informar e respeitar o erro quando construtivo, ele pode problematizar,
questionar, ajudar a pensar. "(Telma Weisz)
Numa proposta pedagógica embasada na teoria construtivista, o professor VÊ,
OLHA e ESCUTA o aluno. INTERROGA-SE sobre ele, sobre o processo que está percorrendo e
aí DEFINE A AÇÃO. Essa ação é a expressão da hipótese formulada por ele através
da leitura que faz da sua turma.
"É preciso ter presente que ao aprendiz como sujeito de sua prática de
aprendizagem corresponde, necessariamente, um professor sujeito da sua prática docente e,
para construir a sua competência, o único caminho é o da reflexão sobre a sua
prática."
4.2) ATIVIDADES:
Segundo Telma Weisz, pode-se caracterizar uma atividade como uma boa situação de aprendizagem quando:
4.3) POSTURAS DIANTE DE SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
Quando a tarefa do professor é de mediação e não de transmissão, um banco de
sugestões de atividades pode ser muito bem utilizado por quem já construiu as bases de
sua competência para planejar situações produtivas de aprendizagem e pode ser muito mal
usado por quem não tem claro o seu papel de mediador pois, provavelmente, vai utilizar as
sugestões na falsa convicção de que é a atividade e não o aprendiz que produz
a aprendizagem.
Em resumo, uma situação de aprendizagem produtiva é aquela que favorece,
desencadeia a ação/reflexão do aprendiz sobre o objeto do conhecimento. Ação esta que
o leva a buscar informações e a rever suas hipóteses.
4.4) AVALIAÇÃO:
Nesta perspectiva de trabalho, a avaliação caracteriza-se por um momento de
reflexão crítica e tomada de decisão para o professor mediador. Ela serve para desvelar
o processo para conhecer. Sem avaliar não se conhece e sem conhecer não se pode confiar.
Para se trabalhar de acordo com a realidade é preciso saber ler esta realidade.
Conhecê-la, portanto, é fator desencadeador de uma decisão consciente e uma
organização dos novos rumos da intervenção do professor. Assim, é necessário não um
ou outro instrumento específico, mas sim é preciso ter um controle sob o ponto de vista
da história do aluno e isso requer muitas informações sobre a caminhada dele.
O conhecimento decorrente da avaliação nesta proposta é, necessariamente, gerador de
confiança no processo - pois acreditam que o medo de avaliar decorre da falta de
conhecimento desse processo e das decisões adequadas que precisam ser tomadas - gerador
de envolvimento e do conseqüente compromisso diante do ato pedagógico.
Pode-se dizer, então, que a avaliação serve para conhecer, diagnosticar a verdade, o
avanço, através do confronto entre os objetivos a serem alcançados, sobre os quais o
professor tem que ter MUITA clareza e, da trajetória já percorrida pelo aluno. Tudo isso
intermediado pelo fator tempo presente na vida escolar.
4.5) META MAIOR DA EDUCAÇÃO: AUTONOMIA:
A proposta construtivista não é sinônimo de espontaneismo, liberalismo.
É uma proposta que tem objetivos a serem alcançados. E o maior deles é reverter,
transformar o processo educacional que contribui para a formação do homem
heterônomo de hoje. A meta que se busca é ajudar na construção da autonomia
que, ao contrário de interpretações tendenciosas, não é pregar.
AUTONOMIA, pressupõe a capacidade de transformar, de tomar decisões próprias, de
buscar novas soluções para os problemas que enfrenta, pela coordenação interna do seu
ponto de vista com as demais pessoas envolvidas no processo de decisão.
INDIVIDUALISMO COMPETIÇÃO SOLIDARIEDADE è
CRESCIMENTO
AUTONOMIA MORAL Capacidade de modificar julgamento e
normas sociais, decidindo o que é melhor para o grupo e para si, considerando e
coordenando o seu ponto de vista com o de todas as pessoas implicadas no processo de
decisão.
OBEDIÊNCIA è
JUSTIÇA
ê
AUTONOMIA INTELECTUAL Capacidade de
exprimir suas idéias e defendê-las, expondo-se ao ERRO de maneira positiva, VIVÊNCIA DE
COOPERAÇÕES;
Coragem de modificar suas idéias por novas, mais abrangentes por melhor explicarem ou
solucionarem uma situação vivenciada.
SUBSTITUIÇÃO DE
PARA
- verdade absoluta - erro absoluto - aprender a fazer èèè-
busca da
verdade ( construção ) - erro construtivo - conhecer ( reinvenção )
AUTONOMIA como META / COOPERAÇÃO como
MÉTODO
4.6) FUNDAMENTOS TEÓRICOS NUMA PROPOSTA CONSTRUTIVA:
TEORIAS INTERIACIONISMO / CONSTRUTIVISMO
PROFESSOR Mediador - Intervenção planejada
ALUNO SUJEITO
CONTEÚDO Ingrediente Importante
ATIVIDADES Problematizadoras - Desafiadoreas
ê
è Conflito AÇÃO INTELECTUAL
ERRO Evidencia uma Hipótese
OBJETIVOS Amplos - PROCESSO
ÀVALIAÇÃO Conseqüência do Processo Responsabilidade dos
Envolvidos
CONHECER è
DECIDIR è ENVOLVER-SE
î
ê
í
COMPROMISSO
EDUCAR É
Ajudar na Construção da A U
T O N O M I A
4.7) Alguns Princípios Básicos de uma Proposta construtivistas e que considera as descobertas Emília Ferreiro e Ana Teberoski
A criança é SUJEITO de sua aprendizagem, reflete sobre o objeto de seu conhecimento ( neste caso, a língua escrita), faz hipóteses sobre o que a escrita representa e como ela funciona.
O ERRO CONSTRUTIVO é uma hipótese lógica da criança, um exercício do uso da língua e que é necessário no seu processo de apropriação desse conhecimento.
A TROCA ENTRE IGUAIS, isto é, a interpretação entre as crianças, que pensam de maneira diferente é fundamental para que elas avancem nas suas concepções sobre a língua escrita. Neste sentido, a heterogeneidade de uma turma enriquece e apoia o trabalho da professora.
Os USOS que a nossa sociedade faz da nossa língua escrita devem estar presentes na sala de aula de forma viva e concreta. Ler e escrever precisam ter significado para a criança relacionar-se com o que se passa fora das paredes da escola.
O planejamento das situações de aprendizagem deve partir dos níveis da psicogênese da alfabetização em que se encontram as crianças, oportunizando a vivência de um contexto didático rico em atos de leitura e escrita. O CLIMA da sala de aula é de PESQUISA, onde as crianças testam suas hipóteses na busca de soluções para problemas que têm de resolver.
Na AVALIAÇÃO é preciso considerar o PROCESSO que o aluno está vivendo e não apenas o produto da aprendizagem.
5) CONHECIMENTO e
INTELIGÊNCIA SEGUNDO PIAGET
Segundo Piaget o desenvolvimento da inteligência é explicada pela relação
reciproca existente com a gênese da inteligência e do conhecimento. Piaget criou um
modelo epistemológico com base na interação sujeito - objeto. Pelo modelo
epistemológico o conhecimento não está nem no sujeito, nem no objeto
mas na interação entre ambos. A formação do conhecimento depende da ação
simultânea do sujeito e objeto um sobre o outro e portanto é possível afirmar que o
conhecimento se forma enquanto o sujeito e o objeto também vão se formando. A ação tem
a função de estabelecer o equilíbrio rompido entre o sujeito e seu meio-ambiente, ou
seja, é o elo entre o indivíduo e o mundo exterior. Este elo envolve o aspecto energético
( afetividade) e o estrutural ( cognição ), portanto, a formação do
conhecimento, segundo Piaget envolve a vida cognitiva e afetiva que se completam no
processo.
Para Piaget existem duas formas de conhecimento:
a) Conhecimento
físico - consiste no sujeito explorando os objetos.
b) Conhecimento
lógico-matemático - consiste no sujeito estabelecendo novas relações com os
objetos.
INTELIGÊNCIA para Piaget é o processo interacional entre o sujeito e o objeto, ou
seja, inteligência é a capacidade do sujeito em adaptar-se à realidade num processo
dinâmico no qual o sujeito modifica os objetos e é modificado por eles.
Sob o ponto de vista da Epistemologia Genética a inteligência é um processo dinâmico
que surge no inicio de sua gênese, de processos orgânicos e aí inicia sua elaboração
que evolui e passa a recorrer a funções cognitivas como memória, percepção, hábitos
que formam os primeiros instrumentos de trocas funcionais. Essas trocas funcionais passam
a integrar operações, ou seja, transformações que engendram pensamento e raciocínio.
Em síntese, inteligência é um processo ativo de interação entre sujeito e objeto, a
partir de ações que iniciam no organismo biológico e chegam à operações reversíveis
entre o sujeito e sua relação com os objetos, por tanto é algo construído e em
permanente processo de transformação.
6) COMO SE CONSTRÓI O
CONHECIMENTO NA CRIANÇA
O conhecimento é construído através da abstração que pode ser:
a) ABSTRAÇÃO EMPÍRICA ( ou simples): quando a criança se concentra
numa certa propriedade do OBJETO, ignorando as outras.
b) ABSTRAÇÃO REFLEXIVA (ou construtiva): quando envolve relação ENTRE
OBJETOS. Relações estas que não têm existência na realidade externa, está na mente
do SUJEITO.
Para construir conhecimento físico é necessário a existência de uma estrutura
lógico-matemática, de modo a colocar novas observações em relação com o conhecimento
que já existe.
7) TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Howard Gardner, psicólogo americano é o autor da teoria das inteligências múltiplas. Howard definiu 7 inteligências a partir do conceito que o ser humano possui um conjunto de diferentes capacidades. São elas:
a) LÓGICA-MATEMÁTICA - está associada diretamente ao pensamento científico ao raciocínio lógico e dedutivo.
b) LINGÜISTICA - está associada à habilidade de se expressar por meio da linguagem verbal, escrita e oral.
c) ESPACIAL - está associada ao sentimento de direção, à capacidade de formar um modelo mental e utilizá-lo para se orientar.
d) CORPORAL-CINESTÉSICA - está associada aos movimentos do corpo que pode ser um instrumento de expressão .
e) INTERPESSOAL - está associada à capacidade de se relacionar com as pessoas.
f) INTRAPESSOAL - está associada à capacidade de se estar bem consigo mesmo, de conseguir administrar os próprios sentimentos.
g) MUSICAL - está associado à capacidade de se expressar por meio da música, ou
seja, dos sons organizando-os de forma criativa a partir dos tons e timbres.
Howard atualmente estuda numa oitava inteligência, chamada NATURALISTA, que está
associada à capacidade humana de reconhecer objetos na natureza.
A partir da teoria de Howard Gardner, o professor Nílson José Machado, da USP, propõe a
inteligência PICTÓRICA que está associada à capacidade de desenhar. O desenho é
uma forma importante de se expressar e é a primeira utilizada pela criança.
Na verdade o fundamental não é quantas inteligências temos, mas o desenvolvimento de
todas elas segundo nossas aptidões. Na escola o professor deve propor o estudo de um tema
de mais de uma maneira, como por exemplo: com histórias, trabalhos de arte, experiências
práticas, projetos em grupo, fixação dos conteúdos via softwares educacionais
específicos etc. e posteriormente o aluno deve ser avaliado por todas suas capacidades,
por inteiro.
Os novos paradigmas para a educação determinam que os alunos são os construtores do seu
conhecimento. Neste processo a intuição e a descoberta são elementos
fundamentais para a construção do conhecimento. Neste novo modelo educacional o aluno
deve ser considerado como um ser total que possui outras inteligências além da
lingüística e da lógica-matemática, que devem ser desenvolvidas e o professor deve ser
um facilitador do processo de aprendizagem, e não mero transmissor de informações
prontas.
OBS.: INTELIGÊNCIA EMOCIONAL - Daniel Goleman, psicólogo americano
afirma que o controle das emoções é o fator essencial para o desenvolvimento da
inteligência do indivíduo. Inteligência Emocional é uma teoria que redefine o
que é ser inteligente e o quanto a emoção interfere no desenvolvimento da
inteligência. É um novo caminho em busca do equilíbrio entre o intelectual e o
emocional a fim de garantir um futuro mais promissor e uma sociedade mais feliz.
Urie Bronfenbrenner, psicólogo russo, radicalizado nos EE.UU. é o autor da
teoria que atualmente é um dos principais referenciais teóricos para o estudo do
desenvolvimento da criança. A obra "A Ecologia do Desenvolvimento Humano:
experimentos naturais e planejados " é o estudo científico de uma progressiva e
mútua acomodação, através do curso da vida entre um ativo ser humano em crescimento e
as propriedades em mudanças nos ambientes imediatos nos quais a pessoa em desenvolvimento
vive; como este processo é afetado pelas relações entre esses ambientes e num contexto
maior pelos ambientes nos quais estão inseridos (Bronfenbrenner, 1992, p.188).
A teoria pressupõe que o homem vive continuamente em desenvolvimento e este depende
diretamente dos microssistemas com os quais o indivíduo interage.
A relação entre dois ou mais microssistemas onde a pessoa em desenvolvimento
interage é chamada de mesossistemas.
Existe mais um nível, o do exossistemas que envolve a ligação e os
processos entre dois ou mais ambientes, onde a pessoa em desenvolvimento atua. Finalmente
Bronfenbrenner apresenta o macrossistema que envolve todos os outros.
Esta teoria com o modelo envolvendo diversos sistemas propõe a discussão das questões
referentes ao desenvolvimento humano e oferece possibilidades para futuras
pesquisas.
LIMA, Lauro - Piaget para principiantes
DOMINGUEZ, Dominique - A Formação do conhecimento físico.
FERREIRO, Emilia - Reflexões sobre alfabetização
TEBEROSKY, Ana - Construccion de escrituras através de la intercacción grupal
FLAVELL, John - A psicologia do desenvolvimento de Jean Piaget
PIAGET, Jean - Bibliografia e conhecimento: ensaio sobre as relações entre as
regulações orgânicas e os processos cognitivos.
BRONFENBRENNER, Urie - A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados.
KREBS, Ruy Jornada - Urie Bronfenbrenner e a Ecologia do desenvolvimento Humano.
Notas da professora Carmem Luísa Mello Pereira.