Volta |
É um novo formato de CD lançado no mercado no primeiro trimestre de 97. Tem o mesmo tamanho que o CD, com muito mais capacidade - 5 a 20 Gigabytes. É o resultado de um consorcio que envolve os gigantes da eletronica de consumo - Sony, Philips, Warner, Matsushita entre outros. Os toca discos custam de 500 dolares até 1000 dolares, alguns compativeis com laserdisc, com som surround de 5 canais, no padrão DolbyAC3.
O formato está padronizado desde 1996, mas só em 97 consegue tranquilizar a industria de Hollywood com relação aos sistemas de proteção anti-cópias, responsaveis pelo atraso. Há varios níveis de proteção para o DVD Video. O primeiro nível é o zoneamento. O mundo foi dividido em 6 zonas, o Brasil faz parte da zona 4, junto com a América Latina, a Australia e Oceania. Cada toca discos terá seu numero da zona onde será comercializado e só toca DVD Videos que tenham o mesmo numero gravado no filme. O esquema garante que os filmes sejam lançados sucessivamente nos diversos mercados. Além desta proteção, o DVD Video tem a imagem completamente codificada, para que não seja lida diretamente. Para finalizar, outro sistema impede a gravação do conteudo em fita, evitando a cópia.
O DVD ROM está definido e em está em fase de preparação de produtos. A National Geographic anuncia em maio de 98 lançamento de TODA a coleção da revista em alguns DVDs. Espera-se que este mercado reaja rápidamente, especialmente na area de jogos. A Apple anuncia que seus novos modelos serão equipados em breve com um driver de DVD ROM. Kits de instalação em PCs, com placas para decodificação de video MPEG1( apenas QuickTime, não Cinema), de definição razoavel, já estão sendo oferecidas, por cerca de 800 dolares. Kits de DVD já existem no mercado americano por cerca de U$350,00. Os computadores de topo de linha já estão incluindo o playerd DVD como padrão.
O DVD RAM, ou DVD R , de regravavel, está em fase de protótipos, tendo sido mostrados modelos que gravam e tocam video, com capacidade para cerca de 4Gb. Este formato será compativel com o DVD ROM, o padrão está definido, porém existem formatos concorrentes.
O DVD Audio, depois de uma fase de consultas aos especialistas, em reuniões que aconteceram na Europa e Estados Unidos em 97/98, finalmente está sendo definido. Serão feitos testes comparativos entre os diversos formatos de codificação digital existentes hoje (MPEG e PCM). Um comunicado da RIAA informa que: 1- O DVD Audio será compativel com os players de CD atuais e os CD tocarão nos players de DVD. 2- A capacidade extra do DVD será usada para conseguir surround multicanal criando um ambiente sonoro muito superior ao CD ( texto, graficos, video e interatividade poderão utilizar a capacidade extra) e 3- Novos sistemas de proteção a cópias e identificação de fonogramas e direitoa autorais serão incorporados a todas as maquinas de DVD.
No Brasil, já existem DVDs em lojas de artigos importados nos Shoppings e em algumas lojas de discos já é possivel encontrar titulos fabricados para o mercado americano. A Microservice, fabricante de CDs, anuncia que está pronta para fabricar DVDs no Brasil. As companhias de filmes tentam montar uma campanha para lançar o DVD no Brasil neste Natal. .
Os comentarios na rede sobre os DVDs indicam uma percepção muito grande da qualidade de imagem, som e menus, com todas as comparações - com LD, VHS e VideoCD a favor do DVD. Problemas esporadicos, com equipamento e com filmes existem e tem sido resolvidos trocando-se o player ou o DVD na loja. Estima-se que os problemas são de inicio de ciclo de fabricação. O primeiro contato com o DVD Video mostra que a qualidade e praticidade do sistema é inegavel. Os comentarios de proprietarios indicam satisfação completa do consumidor. Nos USA, os discos de LD- Laser Disc cairam de valor para revenda ou troca, de U$15 para U$4
Algumas caracteristicas basicas do DVD começam a serem aparentes, por exemplo: o DVD player deve trocar de camada sem interrupção, ou seja, só se interrompe a projeção do filme quando tem de trocar de lado no CD. A maioria dos filmes usa apenas um lado do DVD, nas duas camadas.
Os menus de opções começam a se sofisticar, com botões e efeitos especias que lembram jogos. Uma grande descoberta tem levantado a comentarios entusiasticos: em alguns titulos é possivel ouvir a trilha sonora em dois canais isolados, sem as falas e ruidos do filme. Ou seja pela primeira vez será possivel ouvir os arrajos originais por inteiro. Por enquanto há silencios enormes entre as faixas, mas especula-se que é possivel se resolver esse problema, então a trilha sonora original tocaria como um CD, com intervalos de dois segundos entre cada faixa..
Os bons produtos trazem todas as opões de tela ( comum, larga, com faixas). Os maus produtos tem problemas de digitalização da imagem, insoluveis.
O mercado nos USA reagiu muito bem na primeira etapa de lançamento do DVD Video, sendo considerado um formato que conseguiu resposta do consumidor muito mais forte do que o mini disc, o laserdisc e o dat. Estima-se que quinhentos mil players foram vendidos alem de quatro milhões de DVDs fabricados, com quase mil titulos à venda. A expectativa otimista é de um milhão de players e vinte milhões de DVDs até o final de 98.
No primeiro trimestre de 98, houve uma divisão entre os grandes estudios, com metade deles (Disney, Fox e Dreamworks, entre outros) indo para um formato concorrente e não compativel, o Dvix, mais caro e que obriga o consumidor a pagar uma taxa de uso, via modem, para poder ver o filme. O Dvix, está sofrendo grande oposição e tem tidos problemas tecnologicos, não tendo sido lançado no mercado até junho de 98.
DVD, Surround e Novas Tecnologias.
Painel na CD Conf , junto com Carlão (Vison), Ronconi(Globo)
e Franja (Cia de Audio)
Vou tentar resumir telegraficamente alguns dos tópicos que foram
comentados (ou não) durante o painel, para os destemidos leitores
do IM.
É apenas o meu vesgo ponto de vista da coisa.
1)O DVD vem ai para ficar. A industria pretende fechar o ano de 98 com 1 milhao de players vendidos nos USA, e cerca de 1000 titulos. A velocidade de implantaçào do DVD está sendo considerada tres vezes maior que o CD. A reação do consumidor tem sido muito mais a favor do que de outros formatos, como o DAT, o MD, o CD extra, por exemplo. Há organização expontanea de grupos para discussão do DVD, troca de experiencias etc. A midia aderiu ao assunto consistentemente.
2) O DVD Video traz beneficos reais para o consumidor: Preço,
quando comparado com o VideoDisc ou LaserDisc. Qualidade, comparado ao
VHS.
E versatilidade não conhecida: legendas em varias linguas, angulos
multiplos, formato envelope - tela larga como no cinema, possibilidade
de encaixar tomadas extras (director's cut), enfim é um formato
que abre reais possibilidades criativas e que deverão ser exploradas
ainda.
3) O caminho de sucesso de uma nova tecnologia passa por tres fases:
os aficionados, hobbistas, que investem comprando os novos modelos - Toda
a produção de DVD players tem sido vendida, não há
encalhe. No Brasil a Gradiente vendeu todo o lote de 5000 players colocados
à venda.
O segundo passo é o mercado que identifica possibilidade imediata
de lucro, os que veem na nova tecnologia uma oportunidade. Um bom sinal
tem sido a grande oferta de titulos independentes de DVD, especialmente
de Sexo e Musicais, de produção rápida e venda esperta.
O melhor dos sinais é a adoçào do DVD pelas locadoras
de video, em grande escala nos USA e já iniciando no Brasil. A Blockbuster
estava presente e confirmou sua intenção de alugar DVD rapidamente
no Brasil. O DVD não foi concebido para ser alugado, este é
um movimento de mercado que vai contra o desenho do produto, barato, simples
de colecionar e com possibilidades de ser visto varias vezes, selecionando
o angulo, cenas preferidas, etc. Mas parece que o consumidor está
preferindo "dar uma voltinha" no DVD antes de compra-lo, então vamos
atende-lo.
O próximo passo é a adoção pelo mercado
de massa. Falta pouco. A industria já está preparada para
fabricar o DVD aos milhões, inclusive no Brasil. O formato já
é conhecido - é o mesmo CD - do publico. Uma vez masterizados,
os filmes podem ser lançados globalmente. O player caminha para
o preço de player de VHS, cerca de US300. Neste fim de ano já
haverão players de menos de US500. É uma questão de
economia de escala.
4)O DVD caminha paralelo ao Surround. O cinema lançou esta tecnologia,
em grande estilo, há mais de 30 anos. Uma boa parte dos cinemas
brasileiros já é Surround, praticamente todos os lançamentos
dos ultimos cinco anos são Surround. O Cabo trouxe o Surround para
dentro de casa, boa parte da programação traz Surround, filmes,
o David Letterman, os seriados da Sony,a Copa do Mundo. Os sistemas de
som à venda nas lojas de eletrodomesticos e muamba em geral são
Surround, Aiwa, Pioneer, Sonys, já na faixa de 500 realitos. Junto
com o Surround, vem junto o SubWoofer, uma caixa de super graves capaz
de gerar sensaçòes de vibração mecanica.
Bombas que tremem o prédio, bumbos que batem no peito. Pronto,
ligue o seu player DVD no seu sisteminha de som e abracadabra, temos um
cinema em casa.Todos os DVDs são Surround, a não ser os que
não quiserem ser...
5)Temos um problema: a industria fonografica ainda não decidiu o que vai fazer com o DVD Audio, que seria o nosso disco de musicas no formato do DVD. Algumas linhas já estão traçadas: cabe uma qualidade de audio absurda no DVD Audio, 96Khz em 24 bits, para duas horas de estereo. Muito poucos terão equipamento e ouvidos para perceber isto como uma grande vantagem. Ou então quatro a seis horas de 'qualidade CD' 44,1Khz em 16 bits, padrão do CD. O que fazer com este tempo todo? Não é o objetivo da maioria dos Artistas e Produtores, apenas projetos especiais, coletaneas monstruosas, etc. Ou então o DVD Audio pode ser Surround, em formato digital, que não será compativel com os sisteminhas de som que estarão sendo comprados para ver filmes. Pode atrapalhar muito. Ou ainda o DVD Audio pode ser Multicanal, uma hora de 8 canais, para serem mixados em casa. Outra vez um problema, quem quer ter de comprar uma mesa de som para ouvir musica? O impasse não tem cara de ser resolvido facilmente. A industria fonografica avança um passo para traz.
6) Enquanto isso, no laboratório secreto da Cia da Audio, em
S.Paulo, acontecem experiencias com Surround e CD. Primeiros protótipos
provam que é possivel gerar um CD normal compativel Estereo e Surround,
usando o processo Dolby Pró Logic, que é o usado pelo Cabo,
pela maioria dos Cinemas e que vem nos sisteminhas de som de 500 reais.
Um disco CD Surround pode ser transmitido em FM Estereo e recebido em casa
como Surround.
O processo, que ajudei a desenvolver, é simples e conto aqui,
em primeira mão. Quando voce mixar o seu disco, siga seus procedimentos
normais. Depois de copiar a sua mix em estereo, copie num DAT varios pares
de canais com alguns instrumentos ou grupos. Chama-se fazer um stripping
e já é uma coisa normal, feita para remixes. O truque está
em se masterizar usando os strips, só da bateria, do coro, dos violões,
etc e processa-los individualmente para Surround. Requer prática,
habilidade equipamento digital extremamente bem alinhado, elegancia e delicadeza,
porque não é para fazer demonstração de efeitos
e principalmente, PRECISA ser altamente compativel no estéreo. O
resultado tem deixado alguns golden ears de queixo caido, funciona, é
barato e faz bem para a tosse. Pronto, este foi um brinde para os leitores
que chegaram até aqui. Antes do fim do ano estarão nas ultimas
lojas de disco os primeiros CDs Surround que funcionam. Levarão
o selo Dolby Pro Logic e farão o fregues mais feliz. Esta moda promete
dar uma garibada no coitado do CD.
7) A Globo, e também a Record já fizeram suas transmissões em HDTV, alta definição. Quem viu chorou, dava vontade de comer a grama dos estadios. Não há duvida sobre o beneficio, porém implica em trocar todas as TVs do pais para ser uma tecnologia de massa. Volto ao assunto daqui a dez anos.
8) O MD foi defendido como formato vivo. É verdade, na Europa, especialmente. O MD concorre com o K7, pela portabilidade, Os MDMan sào do tamanho de um sabonete, cabe um dia inteiro de musica no bolso da sua levis, são regravaveis e sem chiado. Virou o formato padrão para radios, por ser de acesso randomico, como o CD, e por incluir letreiros, refazer a ordem das faixas, etc. Para concorrer aqui, os MDMan precisam cair para menos de US100 no Paraguai e na verdade são mais um formato para atrapalhar a venda de titulos, ou seja, gravo só o que eu gosto. Aquela industria espera mais um pouco antes de avançar outro passo para traz.
9) Ainda o DVD. Faz parte do padrão um sistema de proteção exigido pela industria de cinema que dividiu o mundo em zonas. Somos zona 4 e os USA zona 1, claro. O player vem com um código que diz; só toco a zona X. O DVD vem com um código que diz: sou zona X. Ou seja, um player zona 1 não vai tocar os DVDs zona 4. Que fazer, mundo cruel? Comprar um Player americano e não poder tocar os filmes com legenda em portugues? Impossivel. O mercado já resolveu o problema. Aquele individuo niponico que um dia fez a transcodificação do seu video já sabe como desligar essa zona no seu player. No problem. Cai em breve.
10)Internet. Não perca: dvd.com.br e também o pobox.com/~psp.
Eu já fico mais tempo na internet que na frente da TV. Por mais
babacas que fiquem os grandes sites, ainda conseguirei me encontrar com
a escória do mundo. Shopping, biblioteca, classificados, agenda,
fofocas, sexo, ciencia e vida. Custa 1 real a hora, comparavel a que? Cerveja,
café, jornal, onibus, bala, é nada, mano. Se der tudo certo
pediremos esmola pelo celular, o PC já custa 500 pilas ( 486, 28kb).
É de massa. 3% da população tem acesso, já.
Uma das coisas mais internet hoje chama-se Winamp. 9 milhões
de acessos em 4 meses, cerca de 2 milhões de cópias já
em uso. É um decodificador para musica, simplerrimo de usar. Puxar
uma musica de 3 minutos custa uns 15 minutos (1MB), duas balas toffe. Eles
começaram a vender o WinMan, entrou no mercado por US300, dinamarques.
É do tamanho de um maço de cigarro, usa a porta de impressora
e cartões para 1 hora de musica. Voce puxa as musicas, monta o seu
cartão e deu. Parece confortavel. Logo alguem bola um jeito de fazer
o mesmo com o MD e, com o perdão do vernaculo, fodeu. Não
acho que gravar CDs no PC tenha futuro. O que move essa molecada que está
fazendo essas coisas é de uma simplicidade 100% rock'n'roll: musica
livre - a partir do dia em que musica deixar de ser um Grande Negócio,
só ficarão os que querem se divertir. Diga que não
faz sentido.
Pena Schmidt, pensando em mono.
(c)pena schmidt - direitos reservados 1997/98