1. Situação geográfica
1.1. Limites
Os limites são estes: como ponto inicial e final, o marco
da linha de limites interestaduais Mato Grosso-Amazonas, à margem
direita do rio Aripuanã; vai por essa linha limítrofe em
direção Leste até chegar à margem esquerda
do rio Juruena. Subindo o rio Juruena, confinando com os municípios
de Alta Floresta, São José do Rio Claro, até a confluência
do rio Sangue. Sobe por ele, confinando com o município de Comodoro,
até o ponto comum com o limite estadual Mato Grosso-Rondônia.
Segue por esse limite em direção Norte até atingir
o vértice, próximo à Serra Verde. Dali, segue em direção
Norte, ainda ao longo do limite interestadual Mato Grosso-Rondônia
até o limite interestadual Mato Grosso-Amazonas, prosseguindo no
referido limite para Leste em linha reta até tocar a margem direita
do rio Aripuanã, ponto de partida desta descrição.
Fazem parte desses limites os municípios de Aripuanã, Juína,
Juruena, Castanheira, Cotriguaçú, que pertenciam à
Diocese de Jí-Paraná e Brasnorte, que pertencia à
Diocese de Diamantino.
1.2. As cidades
Além das sedes municipais acima enunciadas, estão
surgindo outros núcleos urbanos pela força da imigração:
Colniza, Guariba, Panelas, Morena, União, Filadélfia, Terra
Roxa, Projeto Filinto Muller, Cruzeiro do Sul, Nova Brasilândia,
Paraíso da Serra, Trivellato, Monte Real, …
1.3. Os municípios
Passemos agora à história civil dos Municípios:
Aripuanã: as primeiras explorações neste
território teriam sido feitas pela metade do século XVIII.
Pelo final do século XIX, época do apogeu da borracha, alguns
pioneiros, vindos do Norte, começaram a estabelecer-se nos seringais
do Município, e o Estado do Mato Grosso criou duas coletorias fiscais
nos limites com o Pará e Amazonas, provocando litígios que
terminaram quando foi homologada pelo Congresso Nacional (decreto N. 3.679
de 8 de outubro de 1919) a convenção de limites entre os
três Estados.
O decreto N. 545 de 31 de dezembro de 1943 criou o Município
de Aripuanã. Por vários motivos, especialmente pela dificuldade
da navegação fluvial, a sede do Município permaneceu
em quase completo isolamento em relação ao Estado do Mato
Grosso, a ponto de ser chamado “Terra esquecida”.
Por volta de 1966, o Governo do Mato Grosso elaborou um plano
para procurar incluí-lo na vida econômica do Estado. Reestruturou
a legislação do Município e nomeou como prefeito um
velho piloto de taxi aéreo, Amauri Furquim, profundo conhecedor
do território mato-grossense, que escolheu como sede do Município,
o local onde hoje está Aripuanã.
O Município é recoberto em quase 90% pela chamada
“floresta amazônica”, com uma grande reserva de seringais e castanhais
(castanha do Pará). Possui, também, numerosas árvores
de babaçu, mogno, cedro e muitas outras espécies. O desflorestamento
é muito grande e a floresta modifica-se a cada dia. Destacam-se
entre os minerais o ouro, o diamante, o ferro, o manganês e outros.
Atualmente há uma grande exploração do garimpo na
região. A Amazônia mato-grossense está tornando-se
uma das regiões mais prometedoras do Estado do Mato Grosso, quer
pela potencialidade de suas riquezas minerais e vegetais, quer pelos grandes
projetos que lá se instalaram. Os planos de colonização
querem dotar Aripuanã de uma infra-estrutura agropecuária.
As culturas indicadas são o café, o cacau, a pimenta e o
guaraná, além do arroz, feijão, milho e mandioca.
Juína: O projeto Juína surgiu da necessidade de
ocupar terras públicas férteis situadas na área onde
passaria a estrada AR-1. Isso aconteceu por volta de 1976, quando a estrada
atingia o Km 180. O local da cidade, núcleo urbano, foi escolhido
no dia 23 de janeiro de 1976 por uma expedição capitaneada
por superintendentes da SUDECO. A abertura da área da cidade teve
início no dia 4 de maio de 1976 com a presença da equipe
técnica da CODEMAT. Em 1977 começou definitivamente a execução
do projeto Juína aprovado pelo INCRA (Portaria N. 907 de 19 de setembro
de 1978). A ocupação efetiva do Projeto teve início
somente em fevereiro de 1980.
O Município foi criado pela Lei N. 4.456 de 9 de maio
de 1982. Está localizado ao Norte do Mato Grosso, e tem uma temperatura
média anual de 24º C.
O período das chuvas vai de setembro a abril e o período
seco de maio a agosto. A vegetação é de floresta tropical
densa, floresta tropical aberta e cerrado. Os principais rios são
o Juruena e o Aripuanã com seus afluentes.
O sistema de saúde é deficitário porque
não há uma boa administração no setor. Há
3 hospitais que funcionam precariamente. As doenças mais comuns
são a verminose, disenteria, malária, leishmaniose,
anemia e desidratação.
Possui uma grande Catedral dedicada ao Sagrado Coração
de Jesus.
O setor educacional também apresenta deficiências.
As dez escolas estaduais, as 46 escolas municipais e as cinco escolas particulares
são insuficientes para atender a demanda.
A economia da região concentra-se nas atividades de agricultura,
pecuária, comércio, indústria e serraria. Atualmente
o garimpo está desmotivado.
Castanheira: O distrito de Castanheira foi criado em força
da Resolução N. 025/85 de 11 de novembro de 1985 da Câmara
Municipal de Juína. Em 4 de julho de 1988 a Lei estadual N. 5320
criou o Município de Castanheira.
A primeira escola funciona desde 1981 e hoje a cidade conta com
escolas de primeiro e segundo grau, num total de 18 escolas.
A cidade conta também com um hospital, que atende precariamente
à população. A agricultura desenvolve-se com plantações
de café, banana, guaraná, seringueira, algodão, arroz,
milho e feijão. Em 15 de novembro de 1988 houve a primeira eleição
para prefeito e vereadores.
Juruena: A Lei estadual N. 4.455 de 7 de maio de 1982 criou
o distrito de Juruena, que pertencia ao Município de Aripuanã.
O Município de Juruena foi criado em 4 de julho de 1988.
Brasnorte: Situa-se no extremo Norte de Diamantino. São
530 Km de Diamantino à sede do Município de Brasnorte. A
sede do Município é rodeada por serrarias e agropecuária.
Cotriguaçú: O Município de Cotriguaçú
foi criado em 1991 ao Norte de Juruena e a Leste de Aripuanã, com
território desmembrado de Juruena e Aripuanã; possui uma
população de 10.000 habitantes.
1.4. Superfície
A superfície dos Municípios é assim distribuída:
Juína com 26.350 km2; Castanheira com 12.000 km2; Aripuanã
com 62.504 km2; Juruena com 12.300 km2; Brasnorte com 15.924 km2.
Os dados das fontes não concordam nem sequer na superfície,
e ainda serão necessárias definições sobre
o território; apresento, por isso, os dados do primeiro documento
onde não aparece Cotriguaçú, que ainda não
era município.
2. Dados Históricos: a Igreja
A nova Diocese situa-se no Estado do Mato Grosso, mas engastada
entre os Estados de Rondônia e Amazonas.
A criação do Território do Guaporé,
hoje Estado de Rondônia, entre o Mato Grosso e o Amazonas não
é antiga, e sendo a área distante e quase inatingível
pelas respectivas Capitais de Estado, ficou até pouco tempo, uma
área esquecida pelo poder público, onde disputam a sobrevivência
na base da “lei do mais forte”, da violência e do conflito armado
índios de 15 grupos oficialmente reconhecidos, fazendeiros, garimpeiros,
posseiros e madeireiros.
A Diocese de Porto Velho foi criada antes do Estado de Rondônia,
que não ocupou toda a área da Diocese, ficando uma metade
fora do Estado e de uma real possibilidade de atendimento religioso. A
nova Diocese quer ajustar os limites religiosos aos do Estado e permitir
o atendimento religioso que se torna sempre mais urgente.
3. População
A área era antigamente povoada por numerosos grupos indígenas.
A população atual é, na quase totalidade, formada
por imigrantes, que na grande maioria vieram dos Estados do Sul, como Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas há também imigrantes
de vários outros Estados, e muitos fizeram várias migrações
até chegar à região. São fazendeiros, garimpeiros,
madeireiros e posseiros que transtornam a área do ponto de vista
ecológico, social e também religioso, abrindo uma nova realidade
a novos desafios sociais e pastorais.
A população da Diocese de Juína está
bem oscilante devido à imigração e emigração
atual, mas não existem estatísticas recentes confiáveis.
Os dados atuais aproximados,são:
Aripuanã: 20.000 Cotriguaçú:
10.000
Brasnorte: 16.000 Juína:
32.000
Castanheira: 8.000 Juruena:
4.000
O total geral da população é de aproximadamente
90.000 habitantes.
O percentual de católicos é de 85%. As seitas proliferam
mais abundantemente em Juína.
4. Situação social
4.1- Índios
Foi demarcada para um total de pouco mais de 3000 pessoas uma
área de 4.531.939 hectares, um terço da Diocese: providência
necessária para preservar a cultura e a própria vida dos
índios. Outro terço do território é ocupado
por grandes proprietários de terras, usadas para criação
extensiva de gado (os fazendeiros). Garimpeiros e compradores de madeira
(madeireiros) invadem continuamente, e com qualquer meio, as terras legalmente
demarcadas, e pouco fica aos colonos e pequenos agricultores. Como conseqüência
restam os conflitos violentos entre os vários grupos que se contendem
pela terra.
Matrícula e nome da área demarcada Grupo Indígena
População Município Extensão da área
em há
1-294 AI Sete de Setembro Surui Paiter 386 Aripuanã 247.870
2-350 AI Zoró Zoró 257 Aripuanã 335.789
3-276 AI Roosevelt Cinta Larga 258 Aripuanã 230.826
4-463 Piripicura Tupi Kawahib ? Aripuanã ?
5-38 PQ Aripuanã Cinta Larga 105 Aripuanã 750.649
6-37 AI Aripuanã Cinta Larga 159 Juína 1.603.246
7-27 Arara do Rio Branco Arara do Beiradão 160 Juína
122.000
8-293 AI Serra Morena Cinta Larga 145 Juína 147.836
9-396 Ig. Muriru e Pacutinga Yakarawakta ? Aripuanã ?
10-93 AI Escondido Rikbaktsa 30 Cotriguaçú 169.139
11-262 AI Erikbaktsa Rikbaktsa 690 Brasnorte 79.935
12-272 AI Enawenê Newê Enawenê Nawê 243 Juína
752.000
13-208 AI Menku Myky 58 Brasnorte 47.094
14-135 AI Irantxe Iranxe 250 Brasnorte 45.555
15-364 Ariken Yakarawakta ? Aripuanã ?
4.2- Fazendeiros
Os Governos, necessitados de fundos para o desenvolvimento da
economia, venderam várias vezes grandes áreas a particulares
e grupos empresariais, que estabeleceram fazendas na região, construíram
aeroportos e estradas para transporte do gado na época da seca,
defendendo suas propriedades dos índios, garimpeiros e posseiros
com jagunços (pistoleiros) sem escrúpulos.
A maior parte dos territórios indígenas tradicionais
foi teatro de conflitos armados. Os índios, muitas vezes afastados,
tiveram suas terras demarcadas de direito com o apoio da Funai e de ONGs,
mas com enormes dificuldades para expulsar os invasores de seu território.
Os fazendeiros não querem perder o próprio patrimônio
e seus lucros e defendem-no com a influência política e a
lei do mais forte.
4.3- Garimpeiros
A área é rica de diamante, ouro e cassiterita,
atraindo empresas de mineração, que agem como os fazendeiros,
e numerosos privados em busca de minerais de superfície usando qualquer
meio. São milhares de pessoas, muitas vezes vagabundos em busca
de fortuna, desocupados que abandonaram tudo pela aventura do garimpo.
A febre do ouro atropela as propriedades e os territórios indígenas,
remexe e polui o leito dos rios, contamina as populações
indígenas de doenças e epidemias, e gera uma cadeia de violência.
A desocupação e a miséria recruta novos milhares de
garimpeiros, destrói famílias e semeia problemas sociais.
Enriquecidos com o garimpo não são os garimpeiros, mas um
grupo de comerciantes que compram os minerais e escravizam os pobres trabalhadores
a peso de ouro.
4.4- Posseiros (colonos)
A falta de reforma agrária faz com que milhares de famílias
busquem um pedaço de terra para cultivar a milhares de quilômetros
de distância. O Estado, que quer ocupar as terras improdutivas, o
INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária),
e algumas companhias de colonização atraem colonos de todas
as partes do País, sobretudo do Sul; muitos são descendentes
de italianos, alemães e poloneses. Forma-se grupos organizados de
“Sem Terra” que forçam a ocupação (invasão)
de uma área (fazenda, território indígena, etc.) criando
conflitos com os jagunços e os índios, e provocando situações
de tensão e violência. A Igreja, em geral, identifica-se com
os colonos, mas encontra pouco espaço entre os demais grupos que
disputam a terra (índios, fazendeiros e garimpeiros). Os colonos
são agricultores que implantam aqui e ali com a família a
própria fé, tradições e costumes de suas origens;
por iniciativa deles surgem e formam-se as Comunidades de Base, que constituem
o tecido de base da Igreja. Os diversos tipos de floresta tornam difícil
usar a terra para a agricultura. Essa é uma dificuldade dos pequenos
proprietários. A produção agrícola está
tornando-se inviável também pela falta de transporte e pelo
baixo preço dos produtos. Muitos procuram a cidade que, porém,
não tem estruturas para oferecer condições de verdadeira
vida. Muitas pessoas vivem na cidade em total abandono. Muitos trabalhadores
organizaram-se em grupos de sem terra e lutam para obter terras, do que
têm absoluta necessidade para viver. A luta pela terra gerou conflitos
causando assassinatos, prisões arbitrárias e torturas.
4.5- Madeireiros
Uma das riquezas da região é a madeira nobre: mogno,
cedro, cerejeira, etc. o que atraiu um grande número de indústrias
da madeira, sobretudo serrarias. Dotadas de máquinas pesadas, invadem
as florestas, sobretudo na estação seca, e exportam milhões
de metros cúbicos de madeira nobre, destruindo as reservas florestais.
Invadem os territórios indígenas e, muitas vezes,
entram em contato com os chefe de tribos comprando-os com vantagens pessoais
e objetos de consumo, quando não criam dependência com o álcool
e a droga. Quando as florestas são exauridas, abandonam a área
deixando miséria, doenças e caos social.
5. Estruturas
Nas cidades, já existe uma infraestrutura, porém
insuficiente. As condições de viabilidade são péssimas;
faltam meios de transporte, comunicação; o serviço
de saúde é precário; existem poucos profissionais
tanto para a educação como para a saúde. Devido à
distância dos grandes centros, os preços são elevados
e o que a região produz não tem preço. Há falta
de oportunidades para a maior parte da população ativa. O
abuso e a usura são maiores que nos outros centros do País.
Em alguns municípios, os novos assentados ainda vivem
isolados em seus pedaços de terra, sem luz, sem transporte, sem
comunicação, sem escola. Vivem às vezes em barracas
desumanas. Ainda ocorre de serem ameaçados pelos fazendeiros e empresas
de colonização através de pistoleiros.
Os índios da região possuem terras, mas, em diversos
casos, não podem ocupá-las porque já estão
ocupadas pelos fazendeiros.
5.1. Estradas
Durante a época das chuvas, as estradas tornam-se quase
intransitáveis. Com muito sacrifício consegue-se chegar ao
destino desejado. A estrada estadual AR-1, que liga os quatro municípios,
não é asfaltada; as outras estradas que percorrem o território
são ainda mais difíceis e insuficientes. Não recebem
os reparos dos danos provocados pelas chuvas. Os Municípios não
têm as máquinas necessárias para a conservação
das estradas e o Governo do Estado não tem sensibilidade pelo problema.
Quatro empresas de ônibus que unem a Cuiabá, capital do Estado,
e a única que vai até Vilhena, em Rondônia, não
oferecem conforto nem segurança aos passageiros.
5.2. Comunicação
A Comunicação é outro aspecto que deixa
muito a desejar. Durante as chuvas praticamente não existe comunicação
e os Municípios ficam isolados no grande interior. Há 6 agências
postais, 11 postos telefônicos, cerca de 30 radioamadores, 5 canais
de televisão cuja imagem chega à região. O serviço
postal é muito deficitário e o correio chega sempre com muito
atraso. Não há serviço telegráfico.
5.3. Saúde
A situação sanitária é um desafio
em toda a área. Serviços médicos precários
pela falta de profissionais competentes, estruturas hospitalares insuficientes.
Existem em toda a área: 50 centros de atendimento sanitário,
6 postos da Sucam (exclusivamente para malária) e nove hospitais
que têm contrato com o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência
Médica e Previdência Social).
Os hospitais reduzem-se a enfermarias mal equipadas.
5.4. Educação
A educação também não corresponde
às expectativas da população. Além da falta
de professores e especialistas em educação, também
a falta de edifícios, móveis, material didático faz
com que a educação seja deficiente.
Existem na região 206 escolas municipais, 16 escolas estaduais,
2 escolas “cenecistas” (da comunidade), 1 escola convencionada, uma escola
agrícola, 4 escolas de supletivo de primeiro e segundo grau. 5 particulares,
11 de segundo GráuComo se observa o município assume praticamente
toda a educação. Os mestres são muito mal pagos pelos
Municípios, que são pobres, e o salário atrasa muito.
Muitos professores abandonam o trabalho deixando centenas de adolescentes
e jovens sem escola. O dano maior acontece na área rural.
6. Situação religiosa
A população indígena conserva em grande
parte as próprias tradições religiosas; alguns grupos
foram batizados pelos protestantes, outros estão perdendo a própria
identidade. Os fazendeiros, garimpeiros, madeireiros são de origem
cristã do Sul, mas de dificílimo acompanhamento pastoral.
Sentem-se traídos pela Igreja. Os interesses em conflito, o materialismo
invasor e uma visão tradicionalista mantém a religiosidade
distante da vida, na esfera do sentimental e do infantil, ligada a estereótipos
do passado. O maior contingente católico encontra-se entre os colonos,
gente pobre, que formam as comunidades de base e constituem a Igreja viva,
povo que caminha. Difundem-se entre eles as seitas, sobretudo nas áreas
ricas de minerais. A confusão criada pelas seitas nas famílias
é causa de um certo indiferentismo religioso, motivado pela ignorância
e pelo desejo de paz. A catequese e a organização das comunidades,
porém, podem deter o avanço das seitas.
6.1 Paróquias
A existência do projeto “Juína” encorajou o então
Arcebispo de Porto Velho, Dom João Batista Costa, a criar a Paróquia
de Juína em 8 de dezembro de 1978, quando a cidade começou
a existir.
A orientação religiosa na região era confiada
ao Padre Angelo Spadari, Salesiano, residente em Vilhena e ao Padre Pio,
Salesiano de Alto Araguaia. Fato curioso: Aripuanã, sede de Município
desde 1943 (Distrito de Alto Madeira desde 1932) não era Paróquia.
Era assistida religiosamente há anos pelo Padre Pio e Frei Canuto.
À época da ereção como paróquia, Juína
era totalmente despovoada, enquanto Aripuanã já era uma cidade,
sede de Município e com igreja dedicada a São Francisco de
Assis.
Em 3 de janeiro de 1978 foi criada a Prelazia de Jí-Paraná,
desmembrada de Porto Velho, sendo Bispo Prelado Dom José Martins,
e o Regional do Mato Grosso passou a pertencer à Prelazia. Em 1º
de fevereiro de 1981 o Irmão Marista José Ruver, lendo uma
carta de Dom José Martins, dava posse ao Padre Duilio Liburdi, da
Congregação dos Oblatos de São José como Pároco
da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus em Juína.
A Paróquia São Francisco de Assis de Aripuanã
foi criada em 2 de setembro de 1982. O Bispo Diocesano Dom José
Martins dá posse ao primeiro pároco Padre José Eduardo
Goes, do Clero Diocesano da Diocese de Aracaju. A nova Paróquia,
desmembrada de Juína, compreendia também o território
de colonização de Juruena e Cotriguaçú.
No dia 17 de janeiro de 1988 a Paróquia Sagrado Coração
de Juína foi confiada aos Missionários do Sagrado Coração.
Os Padres Herman, Germano e Ademir assumiram a Paróquia substituindo
o P. Ilvo Rorato, Palotino, que a dirigiu de fevereiro de 1986 a novembro
de 1987. A substituição foi feita pelo Bispo Diocesano Dom
Antonio Possamai.
De dezembro de 1984 a novembro de 1988, a Paróquia São
Francisco de Assis foi confiada ao serviço sacerdotal do P. Eduardo
Bogo, Salesiano da Inspetoria de Porto Alegre, ajudado desde 1986 pelo
P. Duilio Liburdi.
Em 24 de janeiro de 1988 foi criada a Paróquia Santo Antonio
de Castanheira, desmembrada da Paróquia de Juína, confiada
a Frei Sérgio Sartori, Capuchinho da Província de Caxias
do Sul, RS, e ao estudante de teologia Frei Osmar Lisboa, que se retiraram
em 1996.
Dom Antonio Possamai elevou, em 4 de agosto de 1988, o Regional
do Mato Grosso a Vicariato Episcopal, nomeando como Vigário Episcopal
por três anos o P. Duilio Liburdi.
O Regional do Mato Grosso foi banhado pelo sangue de Mártires:
P. Ezequiel Ramin, trucidado em 24 de junho de 1985 na Fazenda Catuva;
Ir. Vicente Cañas, no dia 7 de abril de 1987 entre os índios
Salumã; Fr. Wilson Piazza, no dia 19 de abril de 1989 no Município
de Castanheira, tendo conseguido sobreviver. Numerosos índios e
posseiros também foram vítimas de torturas e assassinatos
por causa da terra.
Em 13 de agosto de 1989 foi criada a Paróquia São
Pedro de Juruena.
A Paróquia de Cotriguaçú é recente,
tendo sido criada em 1997.
6.2. Sacerdotes
São todos religiosos, membros de Institutos religiosos.
Em 1998, ano da instalação da Diocese, a situação
é a seguinte:
Aripuanã: 1 comunidade da Congregação dos
Oblatos de São José.
Juína: 1 comunidade da Congregação dos Missionários
do Sagrado Coração de Jesus, um seminário menor da
mesma Congregação e um Padre Jesuita em Fontanillas
Brasnorte: 1 sacerdote Dehoniano e um Jesuita na área
indígena dos Hiranxe.
Cotriguaçu: 1 comunidade dos Missionários do Sagrado
Coração de Jesus.
Duas das seis paróquias estão sem sacerdote.
6.3. Religiosas
A respeito da presença dos Religiosos no Regional devemos
recordar que, em 24 de fevereiro de 1986, as Comunidades de Juruena e Cotriguaçú
foram confiadas ao serviço pastoral das Irmãs Catequistas
Franciscanas da Província de Rondonópolis.
Em Juína estão, desde 1979, as Irmãs Mestras
Pias Filippini.
Aripuanã: Em 10 de maio de 1987 chegaram em Aripuanã
as Irmãs Adelaide Facchini, Norma Flach, Lourdes Christi e Salete
Lunerdelli, da Fraternidade Esperança de Florianópolis. O
Projeto Guariba está confiado, desde 1º de junho de 1989, às
Irmãs Elizabete e Lúcia, ambas da Fraternidade Esperança.
Duas irmãs moram na Colniza: total nove.
Juruena: 2 religiosas Catequistas Franciscanas Missionárias
Cotriguaçu: 2 religiosas Catequistas Franciscanas Missionárias
Juína: 2 religiosas do Instituto Pontifício Mestras
Pias Filipini
Brasnorte: 2 religiosas da Congregação da Divina
Providência.
Castanheira: 3 religiosas Sacramentinas de Nossa Senhora.
6.4. Leigos empenhados
Considerando os vários ministérios e as pastorais
existentes, temos 1800 leigos empenhados em todo o Regional. Em cada comunidade
há cerca de 10 leigos empenhados.
Em Brasnorte, informa o Bispo Dom Agostinho, há nas 15
comunidades em formação de coordenação para
o culto, catequese e direção.
6.5. Comunidades Eclesiais de Base
São estes os números das CEBs (Comunidades Eclesiais
de Base) nas várias paróquias:
Juína 74, Castanheira 48, Juruena 16, Aripuanã
55, Brasnorte 15. Total = 233.
Há, também, numerosos grupos menores chamados “Grupos
de Reflexão”, que se reúnem todas as semanas para refletir
e celebrar a Palavra de Deus:
Juína 214, Castanheira 79, Juruena 20, Aripuanã
80,Cotriguaçu 50. Total = 443.
Algumas imagens da Diocese de Juina e de suas belezas naturais: