Aparência do 
Rio de Janeiro
  • Autor : Gastão Cruls
  • Editora: Livraria José Olympio Editôra
  • 2 volumes
  • Edição Comemorativa do Quarto Centenário da Fundação da Muito Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
  • São Paulo 
  • 1965
  • 1º volume: páginas 1 a 450
  • 2º volume: páginas 451 a 1104
  • O livro de Gastão Cruls é, como disse Henrique Pongetti, o retrato de família do Rio de Janeiro.
    Passeando pela cidade, desde a sua fundação, o autor a inventariou, esquadrinhou cada centímetro da sua área, da sua gente, do seu  espírito. Que tal visitar as fazendas de café da Tijuca? Quem sabe, visitar os arcos da Lapa em 1845? Ou assistir a uma missa no Convento do Carmo, em 1808? Quem quiser viver 400 anos de Rio de Janeiro, deve mergulhar suavemente nesse tributo a uma das ainda mais belas cidades do mundo. Textos, crônicas, documentos e inúmeras ilustrações dão os contornos de acabamento e precisão do trabalho realizado. Leitura imprescindível à sociólogos, etnólogos, historiadores e estudantes das coisas do Riol.


     na página 314 do 1º volume
     
     

      
    Já dissemos como de um hôrto de iniciativa particular se originou o Jardim Botânico. É que o Príncipe Regente se interessava muito pela aclimação entre nós das especiarias e outras plantas úteis, de proveniência exótica. Por isso, de quantas mudas ou sememtes lhe chegassem dêste ou daquele ponto, fôssem da Ilha de França ou de Caiena, tratava de logo remetê-las para o aludido parque que, dentro em pouco, podia ostentar, na sua grande área, pés de cravo-da-índia,de pimenta-do-reino, cana de Caiena, árvore da cânfora, canela cinamomo, noz moscada, e, entre as árvores frutíferas, a fruta-pão, a fruta-de-conde, a lechia da China, mangueiras, jaqueiras, jambeiros, caramboleiras, amoreiras e outras mais. Das Antilhas, em 1809, veio-lhe a planta mater da Oreodoxa oleracea, a imponente palmeira-real, hoje tão disseminada por todo o País, e que D. João ali foi plantar de suas próprias mãos. O soberano mostrou-se tão concho dêsse nôvo espécime alienígena, acrescido à nossa flora, que ordens severas foram dadas para que dêle não se fornecessem sementes a ninguém. Mas o que é proibido é sempre tentador e isso aguçou o desejo de muita gente que, a trôco de uns cobres passados aos escravos do jardim, em pouco viam também nos seus parques rebentos legítimos da palmeira-real.
     
     


    na página 641 do 2º volume
     
     

    Até o começo dêste século, a casa mais alta de que se orgulhava o Rio era um sobrado, de cinco andares, à Rua Gonçalves Dias, hoje desaparecido. 
    Os elevadores, entretanto, vieram permitir que os prédios ganhassem em altura e na Avenida Central surgiram edificações que se anteciparam aqui aos arranha-céus. Contudo, ainda eram obras feitas à antiga, de alvenaria de pedra ou tijolo, usando, quando muito, nas de proporções maiores, a estruturação de ferro. Foi a partir de 1920 que se ensaiaram entre nós as primeiras construções de cimento armado. Por iniciativa de Francisco Serrador, que na arrojada emprêsa interessou outros capitalistas, levantaram-se, quase simultâneamente, quatro arranha-céus, naquela grande área que, por mais de século e meio, fôra ocupada pelo Convento da Ajuda e é hoje uma das faces da Praça Floriano. Êsses edifícios, Império, Capitólio, Glória e Odeon, sendo que êste último foi o primeiro a ser inaugurado em 1925, dispunham todos, no andar térreo, de grandes instalações para cinema, e daí o ter logo aquêle logradouro ficado conhecido como Cinelândia. Chamavam-lhe também Quarteirão Serrador, em homenagem ao promotor de tão importante realização.
     

    Sumário
     
     
    1º Volume
     Nota Sôbre a Primeira Revolta Popular no Brasil 

    O IV Centenário da Cidade-Rainha (N. da E.) 

    Louvação do Rio de Janeiro 
    (Manuel Bandeira) 

    Canto do Rio em Sol 
    Carlos Drummond de Andrade 

    Aparência do Rio de Janeiro na Opinião da Crítica 

    O Govêrno Provisório da República Assume Compromisso de Honra com o Povo Brasileiro Na Ilustríssima Câmara Carioca 

    O Rio, Escola de Brasil (Carlos Lacerda) 

    Notas Bibliográficas de Gastão Cruls (Renard Perez) 

    Recordações de Gastão Cruls (A. da Silva Mello) 

    O Rio que Gastão Cruls Vê (Gilberto Freyre) 

    Ao Leitor ( Nota do Autor à 1ª Edição) 

    Nota do Autor à 2ª Edição 

    RIO ONTEM
    O Mirante do Padre Cardim 
    Primeiros Visitantes da Guanabara 
    Viagens de Sóis e Magalhães 
    Expedição de MArtim Afonso de Sousa 
    Flibusteiros Franceses 
    Os Donos da Terra 
    Villegagnon e sua Gente 
    Fundação da Cidade 
    Uruçumirim e Paranapucu 
    Abandono de Vila Velha 
    O Morro do Castelo 
    O Colégio e a Sé 
    Procura da Várzea 
    A luta Contra o Solo 
    Ermidas 
    Convento de Santo Antônio 
    Mosteiro de São Bento 
    Oratórios Públicos 
    Defesas da Cidade 
    Primeiros Caminhos 
    A Casa de Pedra 
    O Rio Carioca 
    Engenhos de Açúcar 
    Honrarias à Cidade 
    Vida Difícil 
    Lutas e Motins 
    Diversões Populares 
    Impressões de Fleckno e Froger 
    Os Correia de Sá e os Sá e Benevides
    SÉCULO DEZOITO
    Um Empório na Guanabara 
    Invasões de Duclerc e Duguay-Trouin 
    Novas Obras de Defesa e Proteção 
    A Urbe e a Zona Agrícola 
    Abastecimento de Água 
    O Onça 
    Gomes Freire de Andrada 
    Convento de Santa Teresa 
    Convento da Ajuda 
    Palácio dos Vice-Reis 
    Praça do Carmo 
    Obras da Sé 
    Seminário de São José 
    Igreja de Santana 
    Expulsão dos Jesuítas 
    Rio de Janeiro, Sede do Govêrno 
    Operosidade dos Vice-Reis 
    O Conde da Cunha 
    O Marquês do Lavradio 
    D. Luis de Vasconcelos 
    Mestre Valentim 
    A Casa dos Pássaros 
    O Campo da Polé 
    A Cadeia 
    O Conde de Resende 
    A Cidade Cresce 
    A Habitação 
    Festas Públicas 
    Casa da Ópera 
    Da Cadeirinha à Sege 
    Edifícios Públicos 
    Casa do Trem 
    Palácio Episcopal 
    Igrejas 
    Templos Desaparecidos 
    Seminário de São Joaquim e Recolhimento do Parto
    Motivos de Descontentamento
    SÉCULO DEZENOVE
    Chegada da Côrte 
    Crise de Moradias 
    Abertura dos Portos 
    Paço de S. Cristóvão 
    Novos Serviços Públicos 
    Teatro de S. João 
    Biblioteca Real 
    Hôrto Botânico 
    Missão Artística Francesa 
    Neukomm e Marcos Portugal 
    O Padre José Maurício 
    Missão Científica Austro-Bávara 
    Museu Nacional 
    Ação do Intendente Paulo Fernandes 
    Bairros Residenciais 
    Passeios de D. João 
    As Freguesias de Fora 
    Capela e Cemitérios Protestantes 
    Igreja da Candelária 
    Igreja da Cruz dos Militares 
    Aspectos do Centro Comercial 
    Sorvetes e Refrescos 
    A França Antartica 
    Aproximações Toponímias 
    Ruas, Praças e Arrabaldes 
    O Aragão 
    Os Capoeiras 
    Tráfico Negro 
    População e Mestiçagem 
    Cabras e Pés-de-Chumbo 
    Gazetas 
    A Casa Amarela 
    Festas Públicas e Reuniões Mundanas 
    Observadores Malevolentes
     2º Volume
    Túneis da Cidade do Rio no Ano do IV Centenário 
    Rio Quatrocentão (Cassiano Ricardo)  
    RIO DE ONTEM
    SÉCULO DEZENOVE (continuação)
    Título e Armas da Cidade 
    Novos Meios de Transporte 
    Gás, Trem e Telégrafo 
    O que o carioca comia no fim do século passado 
    Banquete de Trimalcião 
    Os Bondes 
    Iniciativas Públicas e Particulares 
    Santa Casa de Misericórdia 
    Beneficência Portuguêsa 
    Cemitérios 
    Enterros 
    Campo de Santana 
    Estátua de D. Pedro I 
    Estátua de José Bonifácio 
    Vários Melhoramentos Urbanos 
    Tijuca 
    O Corcovado 
    Velhas Casas Hospitaleiras 
    Grandes Chácaras de Arrabalde 
    Outras Vivendas Senhoriais 
    Festas Sacras e Profanas 
    Carnaval 
    Teatro 
    Vida Noturna 
    Prostituição 
    A Rua do Ouvidor 
    Instituições Culturais 
    Madame Durocher 
    A Eletricidade 
    Copacabana 
    Templos Novos 
    Religiões Acatólicas 
    Cariocas e Fluminenses 
    O Dia da Cidade
    RIO DE HOJE
    SÉCULO VINTE
    O Grande Quatriênio 
    Passos e Osvaldo Cruz 
    Avenida Central 
    Caminho do Pão de Açúcar 
    Trabalho de Alguns Prefeitos 
    Os Arranhas-Céus 
    Panorama da Cidade 
    O Gigante que Dorme 
    Baía de Guanabara 
    As Ilhas 
    As Praias 
    As Montanhas 
    Os Rios 
    As Lagoas 
    A Flora 
    O Clima 
     Do Centro Urbano ao Sertão Carioca 
    O Coração da Cidade 
    Sem Pretensões a Baedeker 
    Biblioteca NAcional 
    Museu NAcional de Belas-Artes 
    Museu Histórico Nacional 
    Academia Brasileira de Letras 
    Arquivo Nacional 
    Arquivo Municipal 
    Colégio Pedro II 
    Teatro Municipal 
    Duas Sedes Ministeriais 
    Silogeu Brasileiro 
    A Saúde 
     A Lapa 
    Zona Sul 
    Laranjeiras 
    Santa Teresa, Silvestre, Paineiras 
    Sumaré 
    A Casa de Rui Barbosa 
    Largo dos Leões 
    Numa das Abas do Corcovado 
    Jardim Botânico 
    Parque da Gávea 
    Jockey Club 
    Praia Vermelha 
    A Nova Copacabana 
    Museu Histórico da Cidade 
    Zona Norte 
    Museu Nacional 
    Jardim Zoológico 
    Observatório Nacional 
    Floresta da Tijuca 
    A Paisagem 
    Grajaú 
    Cada Carioca no seu Bairro 
    De Ipanema a Cascadura 
    Ao Longo da Central 
    Outras Linhas Suburbanas 
    Antigas Paróquias 
    Um Único Subúrbio 
    Instituto Osvaldo Cruz 
    História dos Subúrbios 
    Sertão Carioca 
    Favelas 
    Sambas, Blocos, Ranchos e Cordões 
    Pelo Telefone (letra do 1º samba impresso no Brasil) 
    A Morte do Corso 
     O Rádio 
    Desportos 
    Comidas 
    Árvores e Jardins 
    Monumentos Públicos 
    DPHAN 
    Evocação 
    A Nova Capital 
    Cariocas Ilustres 
    O Rio de Cada Um 
    Bibliografia 
    APÊNDICE À EDIÇÃO DO IV CENTENÁRIO
    O Rio de Janeiro de 1952 a 1964 (Prof. Hélio Vianna) 
    Constituição do Estado da Guanabara 
    A Cidade e seu Hino 
    Cidade Maravilhosa em Português, Espanhol e Inglês 
    Nominata Carioca (Francisco de Assis Barbosa) 
    Administrações Regionais 
    A Cidade e a Água 
    Abastecimento de Água do Estado da Guanabara, até o Ano do IV Centenário (Nota de Eduardo Canabrava Barreiros) 
    O Nosso Carioca (Alceu Amoroso Lima) 
    A Cidade e o Cristo Redentor 
    Mensagem do Papa Paulo VI no 1º dia do Ano do 4º Centenário 
    Palavras do Cristo Redentor à sua Cidade no Ano do Quarto Centenário (Dom Marcos Barbosa, O.S.B.) 
    Pequena História do Monumento e suas Características Principais 
    A Cidade e os Números 
    Regiões Administrativas 
    Escritores do Rio ou Pequena História da Literatura da Cidade (Lêdo Ivo) 
    A Cidade e seus Brasões de Armas e Bandeiras 
    A Cidade em Prosa & Imagem 
    Índice Remissivo (Onomástico e de Assuntos) 
     

    ilustrações
     
     
    CASCATINHA TAUNAY,  NA TIJUCA
    Quem chegar ao Alto da Boa Vista e quiser passear pelos sítios mais aprazíveis da floresta da Tijuca, há de forçosamente passar por essa pequena, mas muito graciosa queda d'água, formada pelo rio Maracanã, e que por muitos anos, nas suas vizinhanças, acolheu a família Taunay cuja casa, de meados do século XIX, se vê nesta gravura de Rugendas (c.1830). Duas pessoas trabalham ....
    O MARACANÃ EM NOITE DE GRANDE GALA (3-6-1965): jogam as seleções do Brasil e da Bélgica em disputa do Torneio IV Centenário da Cidade. Vê-se Pelé dando sensacional bicicleta. O Brasil venceu por 5 a 0. Foto de Alberto Ferreira.
    ORATÓRIOS DA CIDADE 
    Em cima: situado na entrada da Igreja de Santo Antônio, no Largo da Carioca, desde a invasão francesa de 1710 (Duclerc) se conserva acesa a lâmpada votiva.

    Em baixo: oratório em esquina de velhas ruas cariocas desaparecidas com as obras de urbanização de 1904. Foto da Faculdade Nacional de Arquitetura, Rio.

    Cartaz distribuído pela Secretaria de Turismo da Guanabara.
    Em cima: IPANEMA EM 1821

    Em baixo: O LARGO DO PAÇO (hoje Praça XV) visto aquém do Chafariz da Pirâmide, que aparece no canto direito, a beira da baía. À esquerda, o Paço Imperial, no fundo do qual está o Convento do Carmo, vindo a seguir: Capela Imperial (hoje Catedral Metropolitana) e a Igreja do Carmo. À direita, sobradões dos Teles. Desenho de João Steinmann, de seu álbum Souvenirs de Rio de JAneiro, Basiléia, Suiça, 1836 (gravado por Frederico Salathe)


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