As Exóticas Conquistadas
  • Autor : Giacomo Casanova de Seingalt
  • Editora: Casa Editôra Vecchi Ltda
  • Tradução de Maria Lúcia Pessoa de Barros
  • 1962
  • Este é um livro de narrativas de conquistas amorosas. 
    Seu autor, famoso por essas conquistas, tornou-se um símbolo "globalizado" de conquistador, mulherengo.
    Com classe, com estilo, Casanova,  velho e nostálgico, visita através da pena os seus anos de juventude e como resultado abre suas alcovas ao mundo e mostra-se como amante e conquistador irriquieto, leal a suas pulsões e ao prazer de suas mulheres. 

    Nas palavras de Joseph Le Gras:
     
    "Casanova é universal, nada nele é banal. Ele nos intriga e nos diverte. Agrada-nos sobretudo pelo seu caráter ardente e espontâneo, sua impulsividade em demanda do prazer, sua verve, sua segurança, sua incontestável originalidade.
    Sua força de atração persiste a tal ponto que, passado mais de um século de sua morte, a despeito das transformações sociais, ele nos seduz da mesma forma que seduziu aos seus contemporâneos. Malgrado seus inúmeros defeitos, ele nos predispõe à indulgência, porque manifesta reais qualidades de inteligência e coração. em suma, é um rapaz levado mas sabe fazer-se amar."


     na página 50
     
     

    No começo do mês de novembro, um oficial de protocolo da côrte do duque d'Elbeuf foi com a filha à minha manufatura para comprar-lhe um vestido para o dia de suas núpcias. 
    Fiquei deslumbrado com sua beleza.

    Ela escolheu uma peça de cetim muito brilhante, e seu belo rosto animou-se com todo fogo do prazer, quando ela viu que o pai estava contente com o preço. Porém seu pesar foi grande quando ouviu o vendedor dizer ao pai que era preciso comprar a peça inteira, pois não vendia a varejo.

    Eu não podia resistir à sua mágoa, e para não ser forçado a fazer uma exceção em seu favor, apressei-me a entrar no meu gabinete. Seria uma infelicidade ter tido uma inspiração de sair de casa, pois teria poupado muito dinheiro! Mas tambem, de que prazer, de que satisfações me teria privado!

    No seu desespêro, a encantadora menina pediu ao vendedor que a conduzisse ao meu encontro, e êste não ousou recusar-se. Ela entrou; duas grossas lágrimas rolavam-lhe pelos olhos, e moderavam o ardor de sua expressão.

    -Cavalheiro,- disse-me ela, instantâneamente,- o senhor é bastante rico e pode comprar esta peça, cedendo-me o necessário para o vestido que me fará feliz.

    Lancei os olhos para o pai, e vi que êste parecia pedir perdão pela audácia de sua filha.

    -Gosto de sua franqueza, senhorita, e já que esta complacência fará sua felicidade, terá o vestido.

    Ela me saltou ao pescoço e beijou-me com gratidão, ..........

     
     

    Sumário
     
     
    A Escrava Grega
    Henriette 
    A bela O-Morphi  
    Bárbara  
    A Bela Enfêrma
    A Senhorita de La Meure
    A Srta. X. C. V.
    A Jovem Senhora Baret
    A Sra. Dubois
    As três belas
    A segunda Maria MAdalena
    Astrodi e a corcunda
    Rosália
    Verônica e Aneta
    Belino-Teresa e meu filho
    Leonilda
    As comediantes
    Helena
    Zaíra
    A Srta. Charpillon
    Sara, Vitorina e Augusta
     
     

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