Hiléia Amazônica
  • Autor : Gastão Cruls
  • Editora: Companhia Editora Nacional
  • São Paulo
  • 2ª edição - 1955
  • O livro de Gastão Cruls é fundamental para quem deseja conhecer as características principais deste mundo fantástico que é a região e principalmente a floresta amazônica. Ricamente ilustrado com 48 pranchas segundo aquarelas originais de Hilda Velloso, Armando Pacheco e Georges Julien Simoni, 

    o leitor encontrará nesta viagem ao norte do Brasil o povo indígena, a fauna rica em espécies, a flora infinita, tudo descrito de uma forma precisa, fruto de investigações sérias e apoiadas em amplo material arqueológico.
    Leitura imprescindível à arqueólogos, sociólogos, etnólogos, historiadores e estudantes das coisas de nosso país em geral.


     na página 101
     
     

     
    Malgrado a insignificância do seu tamanho, quando muito uns três centímetros, são bastantes temidos os candirus, com o hábito singular de se intrometer pelos pertuitos naturais das pessoas que se banham nas águas por êles infestadas. Já houve quem daí tirasse a ilação de que não era por outro motivo que os Parintintins e mais alguns índios usavam trazer a ponta do prepúcio constantemente amarrada. 
    Numa mostra das curiosidades isctiológicas da Amazônia nunca poderia ser esquecido o tralhoto, único peixe conhecido com visão adaptada para dentro e fora d'água. Para isso os seus olhos têm duas pupilas com índices de refração diferentes. Tirando partido da regalia com que o dotou a natureza, vive sempre à flôr d'água, nos rios e igarapés do estuário, istoé, na região do salgado. 
    Além de sua fauna autóctone, a ictiologia da Hiléia se enriquece, não só na orla costeira, o que seria natural, mas a centenas de milhas terra a dentro, pelo rio-mar e seus afluentes, de inúmeras espécies marítimas que se afeiçoaram à vida fluvial. Para a possibilidade dessas migrações bastante há-de ter concorrido o fraco desnível da bacia amazônica, permitindo que de uma maneira muito lenta se efetue a mistura das águas doce e salgada.
     
     

    Sumário
     
     
    PREFÁCIO 

    FLORA 
    Aspecto geral 
    Vitória-régia 
    Uapé-das-cachoeiras 
    Guaraná 
    Palmeiras 
    Árvores decorativas 
    Orquídeas 

    FAUNA 
    Peculiaridades 
    Pavãozinho-do-Pará 
    Papagaios 
    Surucuás e beija-flôres 
    Galo-da-serra 
    Outras cotingas 
    Uirapurus e saís 
    Peixes de aquário 
    Borboletas 

    ARQUEOLOGIA 
    Feição Geral 
    Cerâmica 
    Civilização marajoara 
    Civilização tapajônica 
    Civilizações menos conhecidas 

    ETNOGRAFIA INDÍGENA 
    Considerações gerais 
    Decoração das malocas 
    Complexo da mandioca 
    Complexo do curare 
    Cerâmica moderna 
    Trabalhos de miçanga 
    Colares 
    Arte plumária 
    Máscaras de dança 

    ELUCIDÁRIO 

    BIBLIOGRAFIA GERAL 

    ÍNDICE REMISSIVO


    pranchas
     
     
    prancha I  

    impressa no capítulo sôbre a flora, ilustra a descrição da Vitória-régia.

    prancha IV 

    ainda no texto referente à flora, ilustra a descrição da palmeira miriti, com suas folhas aptas para a confecção de cestos.

    prancha XV 

    belíssima ilustração de surucuás e beija-flôres, no capítulo sôbre a fauna.

    prancha XXV 

    esta prancha mostra uma urna de argila, com a decoração gravada au champ levé, típica de Marajó.

    prancha XLIV 

    Colares: em cima, índios Paritintins; no centro, índios Tucunas e abaixo um diadema dos índios do Úapes, alto rio Negro.


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