Princípios de Psicologia da Gestalt
  • Autor : Kurt Kofka
  • Editora: Editora Cultrix / Editora da Universidade de São
  • Paulo
  • Tradução: Álvaro Cabral
  • 1975 

  • Koffka, juntamente com Wertheimer e Köhler, ajudou a 
    fundar a Psicologia da Gestalt, que trouxe para a Psicologia novos referenciais, particularmente
    no que se refere aos fenômenos inerentes aos processos de percepção. 
     
     Importantes conceituações, como por exemplo a transcendência do todo ao acúmulo das partes (o todo é maior que a soma das partes), noções como forma, fundo closura, estabeleceram novos paradigmas para a compreensão desse mundo tão complexo que é o mundo percebido pelos sentidos. Tais paradigmas são extremamentes úteis também na investigação de como o homem se interrelaciona com este mundo. 
    Koffka inicia o primeiro capítulo colocando as razões pelas quais resolveu escrever o livro em questão. Ele afirma que na realidade não queria escrever "mais um livro de psicologia", mas sim um livro "sobre psicologia".  
    Sua motivação foi gerada pela necessidade de transformar o plural "psicologias", que envolvia as diversas ramificações desta ciência, no seu singular, na sua essência "psicologia". Isto tudo cuidadosamente analisado e questionado de forma a resultar numa obra verdadeiramente eficiente, que justificasse tanto o seu esforço ao fazê-la quanto o do seus leitores ao usá-la. 
    Além disso, segundo Koffka, fora sua intenção ao escrever o livro, responder a seguinte pergunta: "O que é que um estudante de psicologia poderá ganhar ao longo do seu curso?". 
    Após estas questões introdutórias, o autor discorre sobre a relação entre fatos e teorias  situando a própria psicologia no contexto discutido. Para ele, até o início da era moderna a psicologia constituía-se num grande número de teorias simples e abrangentes contra um reduzido número de fatos verificados cientificamente. Situação essa que inverteu-se a partir do surgimento da psicologia experimental. 
    A seguir, Koffka utiliza o adágio latino multum non multa para mostrar que o conhecimento da relação intrínseca entre um número reduzido de fatos conhecidos constitui mais saber que o conhecimento de um grande número fatos, apenas agregados, sem qualquer vínculo relacional.  
    Isto colocado, o autor acredita que o leitor esteja apto a compreender não só a noção de fato simples e fato complexo, mas também suas relações.
     
     na página 46
     
     
      
    Consciência. No comeco deste capítulo, propus que se usasse o comportamento como objeto primordial de estudo da psicologia. Mas na minha distinção entre meio geográfico e meio comportamental, reconhecidamente equivalente à distinção entre realidade e aparência, não terei introduzido clandestinamente a consciência por uma porta dos fundos? Devo refutar esta acusação. Se formos forçados a introduzir o conceito de consciência, teremos de aceitá-lo, quer gostemos disso ou não. Mas é importante assinalar que a palavra consciência não altera o significado da nossa expressão "meio comportamental". Se alguém quer falar, ao invés disso, de consciência do animal, deverá aplicar essa palavra àqueles objetos que designamos por meio comportamental. Assim, a consciência do cão que persegue uma lebre seria "uma lebre a correr pelo campo"; a consciência do símio ao tentar apanhar a banana suspensa seria "um tamborete situado naquele canto" etc. 
     
     

    Sumário
     
     
    Capítulo I - POR QUE PSICOLOGIA?  

    Capítulo II - O COMPORTAMENTO E SEU CAMPO: A TAREFA DA PSICOLOGIA  

    Capítulo III -O CAMPO AMBIENTAL: O PROBLEMA. REFUTAÇÃO DE FALSAS SOLUÇÕES. FORMULAÇÃO GERAL DA VERDADEIRA SOLUÇÃO 

    Capítulo IV - O CAMPO AMBIENTAL: ORGANIZAÇÃO VISUAL E SUAS LEIS 

    Capítulo V - O CAMPO AMBIENTAL: FIGURA E FUNDO. A ESTRUTURA 

    Capítulo VI - O CAMPO AMBIENTAL: AS CONSTÂNCIAS 

    Capítulo VII - O CAMPO AMBIENTAL: ESPAÇO E MOVIMENTO TRIDIMENSIONAIS 

    Capítulo VIII - AÇÃO: REFLEXOS; O EGO; O EXECUTIVO 

    Capítulo IX - AÇÃO:COMPORTAMENTO AJUSTADO, ATITUDES, EMOÇÕES E A VONTADE 

    Capítulo X- MEMÓRIA: FUNDAMENTO DE UMA TEORIA DO TRAÇO. SEÇÃO TEÓRICA 

    Capítulo XI - MEMÓRIA: FUNDAMENTO DE UMA TEORIA DO TRAÇO. SEÇÃO EXPERIMENTAL E CONCLUSÃO DA TEORIA 

    Capítulo XII - APRENDIZAGEM E OUTRAS FUNÇÕES DA MEMÓRIA - I 

    Capítulo XIII - APRENDIZAGEM E OUTRAS FUNÇÕES DA MEMÓRIA - II 

    Capítulo XIV - SOCIEDADE E PERSONALIDADE 

    Capítulo XV - CONCLUSÃO 


      

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