O Flamengo
podia ter um prêto no atletismo, no basquete, no water-polo, no remo.
Assistia-se a uma regata de longe, do pavilhão da praia de Botafogo,
da amurada da Avenida Beira-Mar, de uma barca. Não se via direito
o remador, via-se o barco, os remos. Os remadores, numa regata, viravam
uns barcos, uns remos.
Num match
de futebol via-se o jogador em close-up. Batalha, Pena e Hélcio,
Mamede, Seabra e Dino, Newton, Candiota, Nonô, Vadinho e Moderato.
O Flamengo não podia ter nenhum prêto em futebol. Em futebol
precisava ser branco, tão branco como o Fluminense. Não era
de admirar, portanto, que quando gente do Flamengo e do Fluminense se juntava
para formar um escrete carioca, o escrete saísse todo branco, do
quíper ao extrema-esquerda. |
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