ofidismo
O Ofidismo no Brasil
  • Autor : Marcelo Silva Júnior
  • Editora: Serviço Nacional de Educação Sanitária 
  • Ministério da Saúde - 1956
  •    Obra indispensável para profissionais da área de saúde, principalmente pesquisadores, historiadores e médicos atuantes em áreas rurais. Como se não bastasse a riqueza de detalhes técnicos acerca dos hábitos e dos efeitos dos ofídios do território brasileiro, o Dr. Marcelo da Silva Júnior, realizou um trabalho sem precedentes na época, apresentando dados estatísticos que caracterizam definitivamente as conclusões e descobertas frutos do seu trabalho de pesquisador. 

    Mas o livro ainda não está apresentado. Não se pode deixar de citar o admirável tributo prestado ao Dr. Vital Brazil a quem o autor reconhece o trabalho e reverencia a memória. Ricamente ilustrado com desenhos e fotos, preciso nas descrições, apresentando registros e documentos oficiais, o livro conta uma parte da história da medicina brasileira, suas vicissitudes tropicais e seus pioneiros que, conforme prática do próprio autor, muitas vezes se deixavam picar pelas cobras para melhor estudar como curar as vítimas dos ofídios. Destacamos também a erudição geral, tão ausente nos dias de hoje, principalmente nos textos técnicos.


     na página 249
     
     

     
    Gênero Lachesis
    "SURUCUCU" ou "SURUCUTINGA"
    L. muta (Linneu, 1776)
    Pertence à subfamília Lachesinae, ao gênero Lachesis DANDIN (1805), que é monotípico. 
    Habita locas de tatu, ôcos de pau nas zonas úmidas das densas floresta tropicais e subtropicais: desde o Estado do Rio de Janeiro até a República do Panamá (fig.149). O seu maior domínio brasileiro vai do Espírito Santo a Pernambuco. 
    Apresenta várias particularidades dignas de nota: é o maior dos solenoglifodontes e um dos maiores tanatofídios do mundo (pode ultrapassar 3,50 m), mostra-se altamente agressiva (o único ofídio venenoso que sai no encalço da vítima), irrita-se muito com o fogo (donde "surucucu fogo"), tem glândulas veneníferas de grande capacidade (para mais de 5 ml), ovípara. Cabeça manchada de negro, com uma faixa da mesma côr, lateral, do ôlho ao ângulo da bôca. 
    Dorso amarelo-róseo com losangos castanho-escuros, circunscrevendo, êstes, pequenas manchas claras (fig.150). Ventre claro. Escamas verrucóides na cabeça (fig.154), com carenas tuberculares no dorso e arrepiadas na cauda, que termina em espinho (fig.157). Até pela semelhança do veneno, é uma cascavel sem chocalho (Schlegel).
     
     

    Sumário
     
     
    Introdução 

    Homenagem a Vital Brazil 

    I - Generalidades sôbre o problema do ofidismo 
         1. Notas sôbre a biologia dosw ofídios 
         2. Dispersão e freqüência dos tanatofídios 

    II - A função venenosa nos ofídios 
         1. Sistema de empeçonhamento: adaptação 
             glandular, craniana e da dentição. Dinâmica do 
             bote: a picada. Características de tanatofídio. 
             Classificação dos ofídios à base da função 
              venenosa 
         2. Técnica de colheita e conservação da peçonha.  
             Capacidade média das glândulas veneníferas 
              nas espécies mais frequentes. Natureza e  
              propriedades gerais da peçonha. 
         3. Efeito da peçonha: quadro clínico e  
             anátomo-patológico das intoxicações. 
         4. Apêndice: empeçonhamento produzido por 
              atanatofídios opistoglifodontes (transcrição 
              parcial de um trabalho do Dr. Naur Martins) 

    III - Tanatofídios do Brasil e sua identificação específica 
         1. Classificação sumária, para fins de orientação 
              terapêutica 
         2. Classificação científica, pelo Prof. Otílio 
             Machado 
                A - Estudo comparativo das Crotalídeas do 
                      Brasil 
                B - Estudo comparativo das Elapídeas do 
                      Brasil 
          3. Apêndice: alguns atanatofídios da fauna  
              brasileira 

    IV - Normas técnicas da terapêutica do acidente ofídico 

    V - Profilaxia do ofidismo 

    Bibliografia de interêsse geral


    ilustrações
     
     
    página 220 

    Jararaca - Ocorre da Bahia para o sul, principalmente nos estados do Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Detém a primazia em nossa estatística de acidentes. Apud F. da Fonseca.

    página 113 

    Maneira correta de se segurar uma serpente. Apud Vital Brazil. 

    Preparativo para a extração do veneno.

    página 270 

    Painel comparativo dos vários tipos de Bothrops, apresentando as características morfológicas da cabeça, fosetas nasais  e detalhes da geometria das escamas e dos desenhos. 
     
     

     

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