EU SEI QUE ERA!

Não, não eram teus olhos,

que eles estavam cerrados

e embriagados

de misterioso vinho;

nem eram tuas mãos, que elas tateavam

tontas de carinho;

nem era a tua vontade,

que havias te perdido de ti mesma

e não encontrarias o caminho...

Eram teus lábios sim,

e a tua voz que ainda lutava

com ternura,

num débil balbucio sem alento:

- Meu amor, é loucura!....

Eu sei que era! Eu sei que era!

Louco também é o sol, a noite,

o mar, o vento!

os pássaros, a terra, o céu, a primavera!

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