INTERLÚDIO

 

 

Há uma estranha ternura, há uma estranha meiguice

na expressão de teu rosto e em teu modo de ser.

Criança e mulher...talvez, ainda ninguém te disse

o que, com o meu olhar, confessei, sem querer...

Teu olhar....esse teu olhar adolescente

onde há um misto de sonho e indeciso desejo,

me perturba e emociona inesperadamente

sempre que em meu caminho, eu te encontro, eu te

vejo...

 

 

 

 

 

Quando vens para mim, e te sinto ao meu lado

a olhar-me nos meus olhos, terna, fundamente,

teu coração, - bem vejo, - é um pássaro agitado,

a bater em teu peito, as asas, febrilmente.

Que fazer? E essa dúvida atroz me alucina.

Em teus olhos inquietos, há um clarão qualquer.

Devo deixar passar a criança, a menina,

ou devo transformar a menina em mulher?

 

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