MADRIGAL

Gosto de te falar de amor, do nosso amor,

retendo em minhas mãos as tuas mãos pequenas,

quando a tarde no céu pões desmaios de cor

e há no espaço um rumor inaudível de penas....

Gosto de conversar com os teus olhos estranhos

no silêncio feliz de intérminos idílios,

inebria-me a luz dos teus olhos castanhos

através da cortina de sêda dos teus cílios....

Gosto de te falar de amor, falar baixinho...

Tudo o que então te digo, a sós, nesses instantes,

é assim como o arrulhar amoroso de um ninho

ou o rumor de uma fonte em lugares distantes....

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