Marinheiro |
Marinheiro morto, eu vagava à flor das ondas como um resto de naufrágio. Tu me encontraste e me recolheste, e aqueceste minhas mãos enregeladas, e beijaste meus lábios frios, e descerraste meus olhos áridos onde as pupilas tremiam como estrelas no nevoeiro. E ao milagre de teu calor, meus nervos se retesaram novamente como o cordame dos mastros, meus olhos cintilaram, meus braços lançaram ao teu redor fortes amarras, e novamente enfunei a vela dos sonhos e dos desejos... Eu era um marinheiro morto que tu ressuscitaste. Agora dá-me teu corpo de mar para eu navegar...... |
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