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PÔR-DO-SOL

Pelo vão da janela escancarada

tenho os olhos pousados no horizonte,

até que atrás da serra o luar desponte

na noite só de estrelas pontilhada...

Lá embaixo - como a fita de uma estrada

sob a arcada mourisca de uma ponte,

as águas cristalinas de uma fonte

são o espelho da tarde iluminada...

Há chilreios na sombra do arvoredo

e no ouvido das árvores, passando,

o vento diz baixinho algum segredo...

Multiplicam-se as sombras nas quebradas

e as nuvens lembram na distância, um bando

de pétalas de luz, ensanguentadas!

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