A FADA E O GNOMO E lá ia a fada, sorrindo seu sorriso de luz, a tudo iluminando e com suas asas transparentes, tal qual um arco-íris, um rastro colorido, ia deixando. Pousava aqui, pousava acolá, descia à relva, voltava às flores, mirava-se no lago e maravilhava-se com o seu existir. Sim, era uma fada, e adorava sê-lo. Ajudava a uns, confortava outros, dividia seu dia e suas noites aos afazeres a que todas as fadas estão sujeitas e assim transcorriam seus dias no mundo elemental. Um dia, porém, ela viu um pequeno pote, quase que escondido, entre as frondosas raízes de seu carvalho preferido, um carvalho antigo e quase um dos últimos de sua espécie , frondoso, com seus galhos que pareciam querer envolver todo o ar, aconchegante como um seio de mãe, eterno como um velho sábio e jovial como deveria ser. Descendo até às raízes de seu querido amigo, ficou a fitar o pote , bem rústico, feito de argila, sem grandes enfeites, simples e bonito, um pote apenas. Olhou para os lados, perguntando-se a quem deveria pertencer tal artefato. Conhecia todos naquele espaço e outros mais, de outros espaços, mas nunca vira ninguém carregando um pote semelhante aquele. Tocou-o com suas mãos de fada e percebeu que um pequeno brilho surgiu de dentro dele. Retirou a mão rapidamente, pensando ter feito algo que não devia. Mas fadas são muito curiosas. Passado o primeiro receio, tocou-o novamente e novamente o brilho se fez. E mais uma vez, retirou sua mão e o brilho sumiu. Curiosa, cada vez mais, pegou o pequeno pote entre suas mãos e olhou dentro dele. Uma miríade de brilhos se fez que encantou a pequena fada como se ela mesma estivesse voando dentro daquele pote . Encantada, cada vez mais, não conseguia tirar os olhos daquele caleidoscópio de cores, brilhos, luzes e até aromas que sentia evaporar dele. Olhava-o, sentia-o, parecia pulsar em suas mãos de fada. Sentou-se à sombra de seu velho amigo, ainda extasiada com as maravilhas que via , não percebeu que a seu lado, um pequeno gnomo sentou-se e a olhava delicada e docemente, com um sorriso de gnomo em seus lábios. A fada , feliz, finalmente tomou-se conta do companheiro elemental sentado ao seu lado. Com seu sorriso de fada, perguntou ao gnomo se ele sabia de quem era aquela maravilha que tanto a encantara. O gnomo nada disse, apenas tomou o pote das mãos da fada, com as artes mágicas que todo o gnomo possui, o transformou em um pequeno pingente de luz. A fada não entendeu porque o gnomo havia feito aquilo e já com o olhar inquisitivo que as fadas as vezes tem, olhava o gnomo desaprovando-o por haver privado a fada de tal espetáculo. Novamente, o gnomo com seu sorriso de gnomo, usou de suas mágicas e criou do ar, uma pequena corrente do mais puro ouro que somente a Grande Mãe Terra poderia fornecer, colocando o pingente de luz nele e sem cerimonias, colocou o colar no pescoço da fada. A fada ainda um tanto brava com o gnomo silencioso e sorridente, tocou o pingente e em uma explosão de luz, tudo o que ela viu dentro do pote, veio ficar ao seu redor. A fada espantou-se e tirou seu dedo do pingente e então, tudo voltou ao normal. Tocou-o novamente e fez-se a luz por todo o seu jardim, com as cores mais lindas que poderiam existir, com os aromas mais sutis que se poderia sentir, com o espetáculo mais maravilhoso que uma fada poderia ver. Olhou o gnomo, agora como uma pergunta e ele respondeu, ainda sorrindo seu sorriso de gnomo. Nós gnomos somos assim, adooooramos dar presentes e o seu presente foi apenas uma coisa simples, foi o retorno de toda alegria que um dia você doou a nós, irmãos elementais. Creia, esse pingente nada mais é que sua alma de fada, que nos alegra e conforta, apenas isso, nada mais. A fada fez um gesto para abraçar o gnomo, mas ele, usando de suas mágicas, já ia longe, acenando para a fada de luz, que a partir daquele dia, a cada vez que algo de bom fazia, ao seu pingente retornava, engrandecendo cada vez mais sua alma de fada. beijos de Gnomo® |