É noite de lua, alta e clara Essa noite quente de verão É noite de passeios, de varandas É noite de amar em rede. É noite de camisolas nenhumas É noite de promessas que não se cumprem (Nem são prometidas para serem cumpridas) É noite de lua, alta e clara. Em noites como essa, desde sempre Homens e mulheres, animais e seres Diversos, divertem-se entre si Uns com os outros, ah, Frenesi! Em noites como essas, algumas mulheres Poucas mulheres, é certo, certas, Acendem fogueiras em lenha nova Fazem luz e movimentos, dançam. E depois de muito dançarem, encantadas Pegam de seus escolhidos, encantados Um pedaço, um inteiro, que seja um e outro E se deitam em relva, senhoras de tudo. E depois, em vagos momentos entre tantos preenchimentos, Se quedam deitadas, silentes, frouxas, orvalhadas Como relva descansada sob corpos em luta E se lembram que são mulheres, querem colo Querem o leão ao lado, vigilante e protetor Querem manter o fogo, esquecidas da brasa Querem ser lenha nova, consumidas Querem sonhar, aquecidas. É bruxa, é fada, é ser Que é só mulher não querendo ser Só. Sam, 1999 |