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Sou a Maçonaria

ERWIN SEIGNEMARTIN

 

Faz muito tempo que nasci. Nasci quando os homens começavam a acreditar em um Deus único. Fui combatida, vilipendiada e até fizeram troça do meu ritualismo e doutrina mas, através do tempo foram reconhecendo minha seriedade e princípios, acabei sendo reconhecida como entidade íntegra que congrega homens íntegros. As encruzilhadas do mundo ostentam catedrais e templos que atestam a habilidade de meus antepassados.

Eu me empenho pela beleza das coisas, pela simetria, pelo que é justo e pelo que é perfeito. Espalho coragem, sabedoria e força para aqueles que as solicitam. Para comprovar a seriedade de meus princípios, sobre meus Altares está o Livro Sagrado, a Bíblia, e minhas preces são dirigidas a um só Deus Onipotente. Meus filhos

trabalham juntos, sem distinções hierárquicas, quer seja em público, quer seja em recintos fechados, em perfeita união e harmonia. Por sinais e por símbolos, eles ensinam as lições da Vida e da Morte, as relações do homem para com Deus e dos homens para com os homens. Estou sempre pronta a acolher os homens que atingindo a idade legal e que sejam possuidores de dotes morais e reputação acima de qualquer reparo, me procuram expontâneamente, pois, não faço proselitismo nem campanhas para angariar adebtos. Eu acolho esses homens e procuro ensiná-los a utilizar meus utensílios de trabalho, todos voltados para construir uma sociedade melhor. Eu ergo os caídos e conforto os doentes.

Compadeço-me do choro de um órfão, das lágrimas de uma viúva e da dor dos carentes. Não sou uma igreja nem um partido político, mas meus filhos têm uma grande soma de responsabilidade para com Deus, para com sua pátria, para com seus vizinhos, para com a comunidade em geral.

Não obstante são homens intransigentes na defesa de suas liberdades e de sua consciência. Propago a imortalidade da alma porque acredito ser por demais pequena uma só vida no imenso universo em que vivemos. Em fim, sou uma maneira de viver.

Eu sou a Maçonaria.

Transcrito do Livro: Loja São Paulo nº 43, 50 anos de autoria de José Fernandes Cabrera

 

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