LEI


TESE 61

Qualquer que tente viver a vida cristã sem Cristo, nao é cristão. É legalista, seja conservador ou liberal.

Alguns legalistas são legalistas negros, e alguns sao legalistas vermelhos. Como já fizemos observar, legalista é quem quer que pense ganhar a salvação por observar a lei, ou por qualquer outro meio que não Cristo.

O legalista negro, entao, é aquele que usa terno escuro e gravata preta, sapatos pretos e meias pre tas! É aquele que vive de cara comprida. E o legalista conservador, que acha segurança nos padrões da igreja que ele defende. Mas ele é legalista, pois não tem tempo para a comunhão pessoal e para familiarizar-se com o Senhor Jesus, conquanto possa passar bastante tempo estudando doutrinas, padrões e ética.

O legalista vermelho é aquele que usa jóias e vai ao cinema e talvez beba um copo de vinho de vez em quando. (A analogia é extraída da descrição de Apocalipse 17 da mulher sentada sobre a besta escarlate. Ela estava "vestida de purpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas". Verso 4. Isto é só uma analogia para chegar a uma conclusão; não se trata de nova verdade profética sobre os mistérios dó livro de Apocalipse!) O legalista vermelho, portanto, é o legalista liberal, que encontra segurança nos padrões da igreja que ele abandonou. O legalista vermelho considera o legalista negro como legalista, mas, frequentemente, deixa de reconhecer que ele próprio é simplesmente um legalista de cor diferente. Pois não faz diferença se você é liberal ou conservador; se não tem tempo para gastar em relacionamento pessoal e comunhão com Cristo, você não é cristão.

Às vezes os pais perguntam: "Mas não é melhor ser legalista do que pecador declarado? Se podemos ensinar nossos filhos a obedecerem à lei de Deus exteriormente, não conduzira isso, finalmente, à religião do coração?"

Isso não funcionou para os fariseus! Foram os mais difíceis de ser alcançados por Cristo, quando esteve na Terra. Os conversos, que trouxeram para a igreja, não somente eram tão legalistas quanto seus mestres, mas Jesus disse em S. Mateus 23:15 que eles eram duas vezes mais filhos do inferno do que os próprios fariseus. O Desejado de Todas as Nações, pág. 204 declara sem rodeios: "Uma religião legal nunca podera conduzir almas a Cristo".

É impossível ganhar a salvação pela observância da lei. "Aquele que se esforça para alcançar o Céu por suas próprias obras em observar a lei, estã tentando o impossível." - Idem, 121. "Visto que nin guém será justificado diante dele por obras da lei." Romanos 3:20.

Por que realçamos a lei, então, se o observa-la não nos pode salvar? Por que falar sobre ela ou es tuda-la? Se nossos esforços para guardar a lei podem realmente impedir-nos de ir a Cristo para obter salvação, não seria melhor deixar de ouvir falar sobre a lei de uma vez?


A lei tem várias funções legítimas e importantes. A lei não nos pode salvar, mas pode mostrar-nos nossa necessidade de salvação. A lei não nos pode mudar, mas pode mostrar-nos nossa necessidade de mudança. Paulo descreve a lei como um aio para conduzir-nos a Cristo. Ver Galatas 3:24 e 25. Tiago chama a lei de "espelho". S. Tiago 1:23-25. 0 espelho pode revelar nossa necessidade de limpeza, mas não nos pode limpar. Assim se dá com a lei de Deus. Mostra-nos nossa condição peceninosa a fim de motivar- nos a ir a Cristo em busca de limpeza e restauração. A lei pode diagnosticar, mas não pode tratar ou curar a doença do pecado.

A lei condena. E quando reconhecemos nossa condenação, reconhecemos a necessidade de perdão. A lei revela a maldição sob a qual estamos como transgressores; portanto, prepara-nos para aceitar as boas novas de que Cristo nos redimiu da maldição da lei. Ver Galatas 3:13.

E a lei é protetora. A lei protege o inocente. Protege também o culpado! Quando comparecemos pe rante o tribunal de Deus, podemos saber claramente se estamos em falta. Não precisamos preocupar- nos com a possibilidade de ter Deus réus favoritos, ou julgar segundo caprichos temporarios ou por impulso. Ele declarou objetivamente os Seus requisitos, e, assim, tanto os inocentes quanto os culpados podem saber sua posição: Aqueles que aceitaram a justiça de Cristo em lugar de sua própria iniquidade podem permanecer perdoados, protegidos pela lei que os não condena. O culpado verá claramente sua própria rejeição da graça de Deus e saberá que foi julgado com toda justiça.

Quando considera a lei de Deus, acha você que ela o condena? Então dê graças ao Senhor! O tempo de graça ainda perdura. Não é demasiado tarde para permitir que a lei realize sua obra de conduzi-lo a Cristo.


TESE 62

Não há, na lei, poder para a genuína obediência. O Monte Sinai nada vale sem o Monte Calvário.

A lógica por si só não tem poder. A ciência tem comprovado sem deixar margem a dúvida, um elo indiscutivel entre o fumar e o câncer do pulmão. As estatisticas rodoviarias continuam a demonstrar que tomar bebidas alcoólicas e dirigir é extremamente arriscado, não somente para a sua saúde, mas para a dos que estão ao redor. Cheirar cola e cocaina, tomar pilulas ou LSD, ingerir PCP ou "pó-de-anjo", como se tem provado, destrói o cérebro e ameaça a vida. Contudo, uma grande parcela do público americano continua a usar cigarros, álcool e drogas.

A despeito de relatórios para os consumidores, repetidas vezes, arirmando que a alimentação de restaurantes de refeições rapidas tem pouco valor nutritivo, a indústria desses restaurantes é uma das que mais crescem. Já provamos que a poluição do ar e da agua ameaça a própria existência das futu ras gerações. Mas continuamos usando e abusando de coisas que causam poluição. Apesar da AIDS e outras doenças sociais, milhões ainda praticam a promiscuidade sexual. O conhecimento não é virtude. A informação não está vencendo. Os fatos não propiciam liberdade. Não há poder na lógica.

Quando Deus deu Sua lei em meio aos trovões do Monte Sinal, o povo de Israel estava convencido de sua lógica e razão. "Então o povo respondeu à uma:

Tudo o que o Senhor falou, faremos.' Êxodo 19:8. Estavam admitindo que a lei era justa; mas, tinham ainda que aprender sua função apropriada. Tinham ainda que aprender por dura experiência a verdade expressa nos escritos para nossa igreja: "Ao olharmos para o grande espelho moral do Senhor, Sua lei santa, Seu padrão de carãter, não penseis por um só momento que ela pode purificar-vos." - Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol.6,pág. 1.070.

Qual foi a resposta de Deus para o povo de Israel? Poderá lê-la em Deuteronõmio 5:28-30. "Ou- vindo, pois, o Senhor as vossas palavras, quando me faláveis a mim, o Senhor me disse: Eu ouvi as palavras deste povo, que te disseram; em tudo falaram eles bem." Foi bom que eles reconhecessem que a lei de Deus era valiosa. Mas isso não foi suficiente. O Senhor prosseguiu: "Quem dera que eles tivessem tal coraçâo que Me temessem, e guardassem em todo o tempo todos os Meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos para sempre." Pode-se quase perceber as lágrimas em Sua voz ao fazer esta declaração. Pois o Senhor sabia sobre algo que o povo de Israel ainda tinha que aprender por dura experiência. Ele sabia que não havia poder na lógica. Sabia que ninguém podia obedecer à lei em sua própria força. Mas não podia explicar-lhes o seu erro em palavras que entendessem e aceitassem. Podi apenas deixar que aprendessem do modo difícil. Pode-se quase ouvi-Lo suspirar e ve-Lo menear a cabeça; e Ele conclui no verso 30: "Vai, dize-lhes:

Tornai-vos às vossas tendas!"

Muitos pais se admiram quanto a seus filhos errantes. Vez após vez, têm comentado: "Mas eles sae,- bem o que é certo." E os filhos provavelmente saibam. O dilema humano é que o conhecimento não é suficiente. Não só precisamos realmente saber o que é certo, mas também precisamos saber como praticar o certo de que somos conhecedores. E é exatamente aí que reside o problema, muitas vezes.

Deus viu nossa perplexidade e compreende nossa sitçação de desamparo. Em Seu grande amor, Ele não parou no Monte Sinal. Proveu outra montanha, o Monte Calvário. Mediante a aceitação da justiça de Cristo em nosso favor, mediante contínuo relacionamento com Ele, o Senhor nos concede aquilo que faltava ao povo de Israel - a lei de Deus escrita em nosso coração. Jesus pode dar-nos o que a lei nunca poderá fazê-lo - força para obedecer, perdão pelos pecados, graça para toda necessidade que tenhamos.


TESE 63

Cristo é o fim da lei para justiça, mas não o fim da leí

Em anos recentes, o número de traduções bíblicas disponíveis e parafrases do texto bíblico, aumentou marcadamente. Algumas são boas, outras, nem tanto. Mas; frequentemente, comparando a linguagem de varias versões diferentes, pode-se obter um melhor entendimento do que a Bíblia diz.

Esta versão particular que irei empregar é chamada a Versão Revisada de Venden! Trata-se de uma parafrase de Romanos 9:30-10:4. "Que diremos, pois? Os gentios, que não trabalharam para produzir frutos, os produziram - e isto é verdade! Mas Israel, que trabalhou duramente para tentar produzir frutos, não conseguiu produzir qualquer fruto que seja. Por quê? Porque tentaram fazê-lo por si mesmos, trabalhando duramente na produção de frutos. Irmãos, o desejo e oração de meu coração e minha oração a Deus por Israel é que possam ser salvos. Pois dou testemunho de que eles se empenharam duramente - mas não para as coisas certas. Pois não entenderam a maneira divina de produzir frutos e assim desenvolveram seu próprio método para tentar produzir frutos e não se submeteram ao modo divino de fazer as coisas. Porque Cristo é o fim do trabalho duro para produzir frutos, para todo aquele que crê."

Traduzir a Biblia é tarefa penosa! Tente fazê-lo, às vezes, com algum texto favorito, e veja como se sai!

O que Paulo está descrevendo em Romanos 9 e 10 é a falta de compreensão de Israel quanto à maneira de produzir os frutos de justiça. Eles não compreendiam os métodos de Deus, e assim estabeleceram seus próprios métodos, que não funcionaram. Tinham empreendido grandes esforços. Paulo estava disposto a admiti-lo. Mas o esforço deles terminou em nada, porque era dirigido para a coisa errada.

Dois pensamentos extremos parecem surgir, quando se trata da guarda da lei. O primeiro é: "Se a lei é boa, vamos todos lutar para obedecer-lhe." O resultado é legalismo; e, não, obediência genuina. O segundo extremo. é: se não temos que lutar para observar a lei, não deve ser necessario guardá-la de modo algum." O resultado é antinomismo, e não obediência genuina. Ambos os extremos levam ao mesmo erro, no final de contas.

A justiça que decorre da fé em Cristo, somente traz boas novas - de que a genuíma obediência é pos sível, mas que não vem mediante nossos esforços para produzir obediência. A correta compreensão da experiência de justificação pela fé em Cristo apenas impede tanto o legalismo quanto a ausência de lei.

Mediante um ativo relacionamento e comunhão com o Senhor Jesus, reconhecemos uma apreciação continuamente maior de Seu amor e bondade para conosco. E "logo que tenhamos uma visão correta do amor de Deus, não teremos disposição para dele abusar." - Mensagens Escolhidas, vol. 1, pag. 312. Cristo não é o fim da lei; Ele é o fim de nossos inúteis esforços para observá-la. O seguro resultado de um relacionamento de fé com Ele será a genuíma observãncia da lei que procede do coração. "As boas obras se seguirão como as florações e frutos da fé. A apropriação da justiça de Cristo será manifestada numa vida bem ordenada e na converçao santificada" - Ellen G. White, Sings of the Times, 5 de setembro de 1892.

A melhor prova de que a pessoa é a favor da lei de Deus é estar ela vivendo num relacionamento de fé com Cristo, de modo que à lei possa ser escrita em seu coração. Se reconhecemos as reivindicações da lei de Deus e a realidade de que não podemos guardar a lei, nossa única alternativa é ir a Cristo em busca de Seu dom de justiça.

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