PERMANÊNCIA NELE


TESE 71

Satanás não tem poder para levar os que dependem de Deus a pecar, mas os que dependem de si mesmos são facilmente derrotados.

Provavelmente já ouviu a história daquela consagrada vovozinha da igreja, que nunca tinha uma palavra ma para dizer sobre quem quer que fosse. Unm dia, um membro da igreja declarou, quase em frustração: "Creio que a senhora poderia achar algo de bom para falar até mesmo sobre o diabo." Diante disso, ela respondeu: "Bem, você certamente terá que admitir sua persistência!"

Eu acrescentaria que o diabo certamente sabe como tentar as pessoas! Por séculos, tem sido o seu estudo número um, e ele é mestre nessa arte. Sabe exatamente como nossa mente opera e como nos pode enganar, para enredar-nos e levar-nos a atender as suas sugestões. E, logicamente, sabemos que sem o Espírito do Senhor para erguer um escudo contra ele, não nos restaria qualquer chance.

Mas, quando dependemos do poder de Deus, o diabo é quem fica sem chance, e ele sabe disso. "Todo aquele que permanece nEle não vive pecando." I S. João 8:6. 0 Grande Conflito, pág. 530, desenvolve o mesmo pensamento: "Satanás esta bem ciente que a mais débil alma que permaneça em Cristo é mais que suficiente para competir com as hostes das trevas, e que, caso ele se revelasse abertamente, seria. enfrentado e vencido. Portanto, procura retirar das suas potentes fortificações os soldados da Cruz."

Se Satanás sabe que mesmo o mais fraco; que permanece em Cristo, é mais do que ele pode enfrentar, então seria extremamente importante que compreendamos o que representa permanecer em Cristo.

Consideremos primeiramente a palavra permanecer. Que significa permanecer? Se empreender um estudo da palavra permanecer na Escritura, você descobrira que significa simplesmente ficar. Assim, Satanas esta bem ciente de que a alma mais fraca que fica na dependência de Cristo é mais do que as hostes das trevas podem suportar.

Mas isto nos traz um problema. Já fizemos notar que leva tempo crescer; que a submissão que ocorre quando da conversão, pode frequentemente ser uma experiência de altos e baixos, enquanto aprendemos dia a dia a conhecer a Deus e nEle confiar mais per feitamente. Às vezes, olhamos para Ele e dependemos de Seu poder; e então, experimentamos vitória. Mas outras vezes olhamos para longe dEle e tentamos depender de nosso próprio poder; e então caímos, e falhamos, e pecamos.

Portanto, é fundamental fazer diferença entre os dois tipos de permanência que aparecem na Escri tura. Estudaremos mais isso nas poucas teses seguintes, mas, em resumo, há uma permanência de relacionamento diario com Cristo, e há uma dependência dEle momento a momento.

Às vezes acatamos a idéia de que se permanecermos, ou ficarmos, numa relação com Ele dia a dia, então experimentamos vitória ininterrupta. Mas é possível continuar permanecendo nEle, mediante um relacionamento diário com Ele, e ainda não permanecer na dependência de Seu poder a todo momento. Na medida em que permanecemos na dependência do poder de Deus, e não na dependência da nossa própria força, Satanás é derrotado. Mas a qual quer tempo que dependamos de nosso próprio poder para obter força contra a tentaçao nós somos derrotados.

Deus não estabelece nenhum tempo de espera, de graça, nenhuma demora na vitória que tem para conceder. Desde o primeiro dia em que vá a Ele, é possível experimentar, toda a vitória, todo o poder sobre o pecado, toda vitória e obediência que Ele tem para oferecer - enquanto continuar dependendo de Seu poder.

Mas quando desviar as vistas de Cristo e tentar firmar-se em sua própria fragil força, certamente cairá, e falhará, e pecará. Isso ocorrera mesmo que esteja numa relação diaria com Deus por 119 anos e seis meses! Foi o que se deu com Moisés. Ele tinha conhecido a Deus, tinha falado com Ele como a um amigo, face a face. Tinha conduzido o povo de Israel para fora da terra do Egito e quase até os limites da Terra da Promessa. Mas um dia ele permitiu que as tentativas do diabo fizessem com que sua atenção se desviasse de Cristo, e tentou dirigir as coisas por seus próprios meios. Perdeu a paciência, tomou para si mesmo a glória que devia ter pertencido somente a Deus, e acabou ferindo a rocha em vez de falar-lhe.

Se lhe chegar o momento em que tenha que ferir a rocha, a despeito da forma em que esta se apre sente em sua vida, pode saber de uma coisa - de algum modo, naquele momento você deixou de depender do poder de Deus e começou a depender de você mesmo. Não importa, porém, quão fraco seja, até mesmo a "mais débil alma", ao aprender a permanecer em Cristo a todo instante, Satanás não terá poder algum sobre você.


TESE 72

O permanente relacionamento com Deus, conduz A permanente submissão e dependência dEle a todo instante.

Suponhamos que você esteja num elevador, indo para o topo de um edifício. Enquanto o elevador se dirige rapidamente para o alto, você se inclina para amarrar o cordão do sapato, escorrega e cai. Você foi para baixo, mesmo enquanto subia!

Talvez esta seja uma ilustração fraca dos dois tipos diferentes de permanência. Podemos ir a Deus diariamente e permanecer nEle dia após dia. É o permanente relacionamento diário que dá a Deus o controle de nosso rumo. Se permanecemos nEle dia apos dia, mediante um relacionamento diário com Ele, nossa direção será para cima. Decidimos se permaneceremos em relação com Ele dia após dia, enquanto decidimos se passamos aquela hora de meditação contemplando a vida de Cristo em oração e comunhão com Ele. E, na medida em que vamos a Ele num relacionamento diário e permanente, buscando o Seu controle sobre nossa vida, nossa direção será para cima.


Mas muitos cristãos se têm tornado penosamente cônscios de que mesmo quando decidiram um relacionamento diário permanente com Cristo, às vezes podem ainda desviar o olhar dEle para si próprios. E, nessas ocasiões, caem, fracassam e pecam. Isso nos conduz a um segundo tipo de permanência

- uma dependência permanente de momento após momento. Mesmo quando o relacionamento de permanência diário é ininterrupto, é possível que a de pendência permanente momento a momento se torne vacilante.

Vamos fixar o pensamento, para começo de conversa, de que é o relacionamento permanente diário que determina nossa direção e nosso destino. Caminho Para Cristo, pags. 57 e 58 declara: "O carater se revela, não por boas ou más ações ocasionais, mas pela tendência das palavras e atos costumeiros." (Enfase acrescéntada.)

Mas a dependência permanente momento a momento é o que determina a vitória ou derrota na vida cristã. Toda vez que estamos olhando para Jesus e dependendo de Sua força, experimentamos vitória. Toda vez que olhamos para nós mesmos e dependemos de nosso próprio poder, somos derrotados. Dependendo de sermos fortes ou fracos, a derrota pode ser apenas interior, como também exterior. Se somos fortes, podemos comportar-nos corretamente, mas cair, falhar e pecar intimamente. Se somos fracos, a derrota será exterior, tanto quanto interior. Mas se estamos dependendo do eu, em lugar de depender do poder de Jesus, não temos escolha senão cair, falhar e pecar.
Um gráfico da vida cristã, pode parecer-se com o que segue:





Aquele que esta num relacionamento permanente diário com Cristo, tem a tendência ascendente na vida, a despeito de falhas ocasionais.
Contudo, se alguém não esta num relacionamento permanente diário com Cristo, a linha teria o traça- do seguinte:



Ele pode ter impulsos ocasionais que apontam na direção de Deus, mas a tendência geral de sua vida será para baixo.

Se alguém estiver num relacionamento diário permanente com Cristo, então Jesus estará no comando de sua direção. Se não estiver num relacionamento de permanência diária, o diabo tem o comando de sua direção.

As pessoas muitas vezes perguntam: "Então, quem esta no comando quando se dão os recuos para baixo, mesmo quando a direção geral é para cima?




A resposta é que o diabo esta no comando, momento a momento, toda vez que desviamos o olhar de Cristo e recuamos da dependência de Seu poder. Logicamente, o diabo tem de estar no comando toda vez que pecamos. Mas é possível que ele obtenha o controle de nossa vida no momento, enquanto Deus ainda esta no controle de nossa direção. E o que faz a diferença no controle divino de nossa direção? Novamente, é um relacionamento de permanência digna com Ele.

A meta de Deus para nós é conduzir-nos o mais rápido possível para o lugar onde O conheceremos

e nEle confiaremos suficientemente de modo que nunca nos desviaremos dEle, por um momento
sequer. E quando chegar esse tempo, nossa vida terá o seguinte traçado.



TESE 73
Olhar para o eu é sempre o ponto de separaçãó de Deus, e interrompe a dependência dEle momento a momento.

Lembra-se de quando começou a aprender a dirigir? Havia muita coisa para pensar, não é mesmo? Tinha que checar o odômetro, o relógio da gasolina, o espelho retrovisor e o caminho à frente, bem como os sinais de trânsito ao longo da estrada e os outros carros no caminho; e ouvir todas as instruções que o seu instrutor tentava lhe transmitir! É possível tornar-se tão envolvido com todo o mecanismo do processo de conduzir que você se esqueça da regra mais importante: veja onde esta indo! Quando não observa aonde esta indo, você não vai aonde tencionava ir.

Quando estava tentando ensinar uma de minhas filhas a dirigir, dobramos uma curva e terminamos no gramado de uma igreja. Não era exatamente o roteiro que eu havia planejado que tomássemos! Mas recuamos e tentamos outra vez; e chegou o dia em que ela pode dirigir suficientemente bem para obter sua própria carteira de motorista. Mas uma coisa é certa: é requerido mais do que uma carteira de motorista para assegurar o dirigir com segurança. Se você se torna preocupado com a paisagem que atravessa, ou outros carros na rodovia, ou os vários itens no painel, não levará muito e estará fora da pista. Se você se olhar no espelho retrovisor e concentrar ali sua atenção, em lugar de aonde está indo, terá problemas.

Às vezes, quando nos tornamos cristãos, temos problemas idênticos aos de um motorista iniciante. Envolvemo-nos com os mecanismos. Ficamos olhando para nós mesmos, para ver como estamos indo. Olhamos para as outras pessoas para ver como estão se saindo. A paisagem circundante, os prazeres ou provações da vida aqui na Terra, distraem-nos a atenção. E não demora muito para que nos encontremos no cano de esgoto, espiritualmente. É uma lei que, toda vez que afastamos nosso olhar de Cristo e o concentramos em qualquer outra coisa, perdemos o rumo.

O livro Caminho Para  Cristo nos diz: "Quando o pensamento se concentra no próprio eu, é afasta- do de Cristo, a fonte de vigor e vida. Por isso é constante empenho de Satanás conservar a atenção desviada do Salvador, e evitar assim a união e comunhão da alma com Cristo." - Pág 71.

Toda vez que o diabo tem êxito em levar-nos a desviar a vista de Cristo, é inevitável que caiamos, falhemos e pequemos. Nossa atenção deve centralizar-se em Deus; e, na medida em que O encaramos, estamos seguros. Mas quando olhamos, em vez disso, para nós mesmos, colocamo-nos a nós próprios onde deveria estar Deus. E "quando o homem se coloca onde Deus deveria estar, ele esta apenas onde Satanás se compraz em tê-lo". - Ellen G. White, Review and Herold, 8 de janeiro de 1899.

Pedro descobriu esse princípio de forma dramatica, naquela noite à beira do lago. Esta registrado em S. Mateus 14:28-30. Jesus havia alimentado os 5.OOO naquele dia, e o Céu parecia ter baixado à Terra. E quando parecia que o novo reino podia ser estabelecido no local, Jesus enviou os discípulos para o outro lado do lago, mais inconformados com Ele do que já haviam estado antes.

Uma tempestade surgiu, e os discípulos temeram perder a vida. Mas Jesus chegou-Se a eles caminhando por sobre as águas, e Pedro disse: "Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas E Ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém, na forca do vento, teve medo; e começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor!"

Durante o tempo em que manteve os olhos fixos em Jesus, esteve seguro. Mas quando, em vez disso, olhou para as ondas, e para o barco a distância, para assegurar-se de que os outros discípulos o notavam, começou a afundar.

No ultimo capitulo, falei sobre os dois tipos de permanência, a permanência do diário relacionamento versus permanência da dependência momento a momento. Quando desviamos o olhar de Cristo, é a dependência momento a momento que é interrompida - não a permanência do relacionamento diário. Quando caímos, falhamos e pecamos, devemos ir a Cristo para o arrependimento e perdão.

Mas o nosso destino eterno não é decidido por lapsos momentãneos. "Se alguém que comunga com Deus diariamente [a permanência do relacionamento diário] erra o caminho, se por um instante deixa de olhar firmemente para Jesus [a permanência da dependência momento a momento], não é por que peque intencionalmente; pois quando vê o seu erro, volve-se novamente e fixa o olhar em Jesus, e o fato de ter errado não o torna menos querido ao coração de Deus." - Ellen G. White, Review And Herold, 12 de maio de 1896.

TESE 74

Deus jamais Se separará de nós. Mas podemos decidir separar-nos dEle. 
Deus nunca entra com uma ação pedindo divórcio! Ele nos concedeu permissão para iniciar o divórcio no caso de nosso parceiro ter sido infiel aos votos matrimoniais, mas mesmo quando Seu povo Lhe é infiel - inclusive quando Seu povo Lhe é repetidamente infiel - Ele jamais exerce tal faculdade por Si próprio. A quebra de relacionamento entre Deus e o homem parte sempre da humanidade, nunca de Deus.

A promessa de Deus para o Seu povo, tem sempre sido: "De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei." Hebreus 13:5.

Na história de Israel, vemos oportunidade quase ilimitada para Deus decidir deixar o Seu povo. Foram-Lhe infiéis seguidas vezes. Não só violaram os mandamentos pronunciados no Sinal e escritos com Sua própria mão, mas se envolveram no culto de outros deuses, esquecendo-se do único Deus verdadeiro que os tirara do Egito e os levara à Terra Prometida. O registro de sua história no Velho Testamento contém repetidamente a impiedade e rebelião de reis e povo. O Desejado de Todas as Nações, pág. 28 declara: "Desde o tempo de sua entrada na terra de Canaã, apartaram-se dos mandamentos de Deus e seguiram os caminhos dos gentios. Era em vão que Deus enviava advertências por Seus profetas. Em vão sofriam eles o castigo da opressão gentílica. Toda reforma era seguida de mais profunda apostasia."

Ao tempo de Cristo, "o pecado se tornara uma ciência, e era o vício consagrado como parte da religião. A rebelião deitara fundas raízes na alma, e violenta era a hostilidade do homem contra o Céu". - Idem, pág. 26. 0 diabo regozijava-se de ter feito tão bem o seu trabalho que finalmente a paciência de Deus cessaria e a humanidade seria destruída. Mas Deus tinha um plano melhor. Em lugar de destruição, Ele enviou um Salvador. Jesus veio ao mundo para oferecer reconciliação em pessoa, tentar superar o abismo entre a humanidade e o seu Deus.

A oferta de misericórdia que a nação de Israel rejeitou, é ainda oferecida a indivíduos; e toda pessoa que vive sobre a Terra pode ainda aceitar essa oferta. Somente quando todo indivíduo tiver feito a escolha final contra ou a favor de Deus, será a oferta retirada. Quando Cristo deixar o santuário celeste e o tempo de graça se encerrar, a longanimidade de Deus finalinente terá um fim. E mesmo então, Deus não nos deixa arbitrariamente; Ele relutantemente aceita nossa decisão de deixa-I,o. Ver O Grande Conflito, pág. 614.

Já se preocupou por estar levando muito tempo para aprender as lições que Ele está tentando ensinar a você? Já orou, dizendo: "Deus, por favor não desista de mim?" Pode ficar certo de que Ele nunca o fará. Talvez uma oração melhor fosse: "Deus, por favor, ajuda-me a não desistir de Ti.." Pois, no que tange ao dom de salvação e nosso relacionamento com Ele, contamos com o voto majoritário. Somente nossa teimosia nos pode impedir de ir a Sua presença e receber o que Ele anseia dar.

"Quem nos separara do amor de Cristo? Será tribulação, ou angustia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?" "Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio aquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." Romanos 8:35, 37-39.

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