Dois Tipos de Permanencia
"Permanecei em Mim, e Eu Permanecerei em vós Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permaneeer na vdeira, assim nem vós o podeis dar , se não permanecerde em Mim. "S. Joóo 15:4.
Há vários anos, aguardava eu pelo
momento de
embarcar num avião, no aeroporto de Los Angeles. O nevoeiro era
espesso, e lá fora, em algum ponto em meio à escuridão,
estava o aviao que, supunhamos, deveria conduzir-nos a Chicago. O
som era mais ou menos o seguinte: "rrrrrRRRRRR - cof!
cof!" E a cada vez em que o avião tossia e cuspia e se
engasgava, mais alguns passageiros desapareciam na escuridão,
até que, ao finalmente erguermos vôo por volta das 2 horas da
manhã, eu era praticamente o único passageiro a bordo. Tive
bastante dificuldade em sentir-me tranquilo durante todo o
percurso até Chicago. Alguma vez você já teve a impressão de
que sua vida cristã estivesse produzindo um som parecido com o
daquele avião? Alguma vez já se perguntou se a sua decolagem,
em termos de vida cristã, chegaria, de fato, a acontecer? Tem
você vivenciado a expenencia de vir a Cristo, procurar
permanecer nEle, e então compreender a imensidão de sua
fraqueza, e desesperar-se ante a perspectiva de talvez nunca
vir a produzir fruto? Inerentes a esta parábola de Jesus, da
vinha, existem duas espécies de permanência, e provavelmente
seja muito importante compreender as diferenças entre ambas.
Identificaremos a primeira como relacíomento de
permanência; a segunda, como o permanecer em dependencia.
Retornemos à videira, na tentativa de compreender a diferença
entre essas duas fases da permanência na videira. Quando o
ramo é enxertado na videira, inicia-se um relacionamento, uma associação. O ramo e a videira estão juntos, e durante tanto
tempo quanto pernanecerem juntos, a segunda fase de
permanência pode começar a ocorrer. A segunda espécie de
permanência é a dependência, momento a momento, do ramo em
relação à videira. Uma vez que a associação começou por
ocasião do enxerto, começa também uma permanência mais
profunda. A seiva da videira começa a fluir através do ramo. As
pequenas fibras e gavinhas começam a fundir-se, até que,
pouco a pouco, as duas partes são uma só. Esta segunda fase
de ligação não acontece do dia para a noite. Envolve um
processo de crescimento. Sempre estará na dependência do
prosseguimento da relação de permanência. Se o ramo for
separado da videira, todo o processo de união entre as
células e fibras do ramo e da videira é imediatamente interrompido, de modo que não ocorre crescimento
adicional, até que o relacionamento de permanência seja uma
vez mais restabelecido. O permanecer em dependencia desenvolve-se durante
certo período de tempo, e não instantaneamente, e somente
estará em condições de ocorrer quando o ramo está conectado
à videira num relacionamento de permanência.
Quando vamos a
Cristo e iniciamos um relacionamento pessoal diário com Ele, e
nos mantemos indo a Ele, estabelecemos um relacionanzento de
permanência. Este relacionamento prossegue enquanto
continuamos indo a Ele, dia após dia, à procura de
companheirismo e comunhão, através de Sua Palavra e da
oração. O permanecer em depêndencia, que é o segundo tipo de
permanência, ocorre como resultado deste relacionamento de
permanência. Enquanto continuamos a buscar a Jesus dia após
dia, enquanto aprendemos mais e mais de Seu amor por nós e O
contemplamos conforme revelado em Sua Palavra, somos levados a
depender dEle, momento a momento. O relacionamento de
permanência é onde aplicamos nossos esforços. Podemos tomar deliberadamente a decisão de prosseguir procurando o
companheirismo com Cristo. O permanecer em dependência é
obra de Deus - Ele nos levará a uma experiencia desse tipo se
prosseguirmos mantendo com Ele a relação de permanência.
Quando vamos a Cristo pela primeira vez, quando pela primeira
vez somos ligados à Videira, Ele começa a Sua obra em nossa
vida. Somos aceitos diante de Deus como se jamais houvéssemos
pecado. Mas, para a salvação, é necessário mais que a
aceitação inicial. Jesus disse em S. Mateus 10 que aqueles que
perseverarem até o fim é que serão salvos. Veja o verso 22.
Portanto, não somente devemos ir uma vez, mas temos de conservar-nos indo, de modo que permaneça a
conexão entre o
ramo e a videira. É-nos dito em 1 S. João 3:6 que "todo
aquele que permanece nEle não vive pecando". Tem você
vivido a experiência de pôr de parte, a cada dia, tempo
adequado para a comunhão e companheirismo com Cristo, e ainda
assim sente haver fracassado em viver a vida cristã vitoriosa?
Os discípulos experimentaram o mesmo. Andaram com Jesus por
três anos e meio, e ainda assim, por ocasião da parábola da
videira, não haviam aprendido a depender dEle todo o tempo. Em Caminnho para Cristo encontramos uma amplificação de 1
S. João
3:6, à pãg. 61: "Se habitamos em Cristo, se o amor de Deus
habita em nós, nossos sentimentos, nossos pensamentos, nossas
ações estão em harmonia com a vontade de Deus, tal como se
expressa nos preceitos de Sua santa lei." Desejo propor que
a maioria de nós tem experimentado tempos em que se verifica
este permanecer em dependência, quando a nossa vontade e a
vontade de Deus se mesclam numa só. Todavia, temos também a
dolorosa consciência de que pem sempre dependemos dEle desta maneira. É então que aparece o perigo.
Por vezes o demônio
nos leva a desviarmos os olhos de Jesus por um só instante, e é
assim que caímos em pecado. Muito gostaria ele que nos
sentíssemos desencorajados. Apreciaria levar-nos a crer que o
relacionamento de permanência não está funcionando, e que
talvez fosse melhor que desistíssemos de pensar nele até à
próxima semana de oração ou reavivamento. Entretanto, Ellen
G. White, em Caminho a Cristo, à pág. 64, nos relembra O
seguinte: "Muitas vezes teremos de prostrar-nos e chorar aos
pés de Jesus, por causa de nossas faltas e erros; mas não nos
devemos desanimar. Mesmo quando somos vencidos pelo inimigo,
não somos repelidos, nem abandonados ou rejeitados por
Deus." Conforme já mencionamos, o relacionamento de
permanência, dia a dia, é o ponto em que entram em cena os
nossos esforços. Requer-se a nossa força de vontade e
determinação e perseverança, reservar um período calmo para
estar com Ele. Por vezes, requerer-se-a nosso último grama de
energia na busca a Deus. E isto não é algo que Deus possa fazer
por nós. Mas a manutenção do estado de dependência, momento a
momento, é obra de Deus. Somente Ele pode conduzir-nos a tal
experiência. "Ninguém se pode esvaziar a si mesmo do eu.
Somente podemos consentir em que Cristo execute a obra.
Parabolas de Jesus, pág. 159. Jamais poderemos crucificar-nos a
nós mesmos. Jamais poderemos conduzir-nos a nós próprios ao
ponto de crucifixão do eu e de total dependência de Deus. Mas,
se prosseguirmos buscando-O dia após dia, numa relação de
permanência, certamente Ele nos levará a permanecer em
dependência dEle. O relacionamento de permanência traz consigo a cérteza da salvação. O permanecer em
dependência, em relação a Seu poder, ocasiona obediência
e vitória e triunfo na vida cristã. O relacionamento de
permanência é uma experiência do diaa-dia, ao passo que o
permanecer em dependência deve ocorrer momento a momento. O crescimento na vida cristã ocorre quando mais e mais, e
constantemente, a depender do poder de Deus em lugar do nosso
próprio poder.