SONETO DO SILÊNCIO



Marca o silêncio, todo aroma e exílio,

uma incidência tal, terrena e vaga,

que inviolada ternura a brisa molda

de amadas que se foram sem retorno.


Da inconsistência da neblina salta

quem o olhar esqueceu dentro do rio,

para não ver a sombra de quem ama

retomar o caminho imprevisível.


Há uma coroa de cantos e astros leves,

sons e rumos previstos, que se ocultam

sob o manto da angústia decisiva.


Há mesmo quem não saiba para onde

vai; entanto sua alma, seu mistério,

no silêncio extra-humano deposita.

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