SONETO DE MÁLAGA



Silêncio mouro, o Gibralfaro espreita

as montanhas ao fundo recurvadas,

águas e plantações de luz chagadas

que os assírios deixaram sem colheita.


Mar, galope de azul sofrido, seita

de perdições e viagens malogradas,

que desafiando o fogo das estradas

a um céu navegador mais aproveita.


Rosnam remos, desnudam-se paisagens.

Ao tráfico de heranças e doçuras,

recobrando as antigas equipagens


do mito vigilante da lonjuras,

cobre-se em febre Málaga, tecida

mistura de onda, lâmpada e ferida

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