FESTIVAL



Algo madurará em tua boca

atulhada de ópio. Por trás

do retângulo luminoso

saracoteias. Tua camisa

de seda cintila vária ante

olhos estáticos corações.

Todos te ouvem pasmados

o violão rútilo e forte

- fabricado com a caixa

da barriga de Homero.


Afinal, emaranhado de fios,

o corpo inchado de índices,

cantas para milhões. Milhões.

E tens a teu nobre serviço

as ondas roucas do Atlantico,

a terra de poucos

a todo o ar do Hemisfério.

Matéria e espírito te afagam.


Algo nascerá de tua boca.

afogada no ópio certamente:

uma máquina, um homem talvez.

VOLTAR

1