Animais são utilizados em testes laboratoriais (testes de drogas, cosméticos, produtos de limpeza e higiene), práticas médicas (treinamento cirúrgico, transplante de orgãos), experimentos na área de psicologia (privação materna, indução de estresse), experimentos armamentistas/militares (testes de armas químicas) , testes de toxidade alcoólica e tabaco, dissecação, e muitos outros.
QUEIMADURAS, ALTAS TEMPERATURAS E EXPLOSÕES
Em 1946, próximo ao Atol de Bikini, no Pacífico Sul, 4000 ovelhas,
cabras e outros animais foram colocados em um barco e mortos com graves queimaduras,
provocadas pelos testes com a bomba atômica. O experimento foi apelidado
de “Arca Atômica” ( “The Atomic Ark” ).
Diversos animais são utilizados em testes que envolvem queimaduras
e exposição a altas temperaturas e/ou explosões.
A câmara de intermação, ou de calor radiante, é
utilizada em ratos, gatos, coelhos e cães, para testar a resistência
do organismo a altas temperaturas, e obter dados sobre a febre. Os animais
são colocados na câmara e submetidos a diversas sessões,
durante as quais apresentam irritabilidade, dificuldade respiratória,
salivação intensa, convulsões e finalmente a morte.
No Forte Sam Houston, nos EUA, ratos foram imersos em água fervente
por 10 segundos, e um grupo deles foi infectado nas partes queimadas do corpo.
Em 1987, no Instituto Médico Naval de Maryland, ratos tiveram a parte
posterior do corpo raspada e coberta com etanol, e depois foram “incendiados”
por 10 segundos.
Em 1988, na Base Aérea de Kirkland, no Novo México, ovelhas
eram colocadas em uma plataforma reflexiva, e um explosivo detonado a cerca
de 19 metros de distância. Em dois dos experimentos, 48 ovelhas foram
atingidas pelas explosões, divididas em dois grupos. O primeiro visava
testar em quanto tempo as queimaduras eram produzidas, e o segundo, se marcadores
químicos ajudariam no diagnósticos de queimaduras por explosivos.
GASES TÓXICOS
Gases tóxicos foram e são vastamente utilizados em animais,
para pesquisas militares e médicas.
Um destes gases é o Sarin, gás que foi utilizado no ataque ao
metrô de Tóquio.
Em animais, o Sarin é altamente tóxico, mesmo em concentrações
extremamente reduzidas. São utilizados vários tipos de animais.
Há alguma variação na quantidade utilizada dependendo
da espécie do animal, mas os efeitos são basicamente os mesmos,
de acordo com a forma de exposição:
FORMA
DE EXPOSIÇÃO |
EFEITOS |
INALAÇÃO |
Dificuldade
respiratória, salivação intensa, corrimento nasal,
contração das pupilas, diminuição da visão,
dor nos olhos, dor de cabeça, dor abdominal, eliminação
involuntária de urina e fezes, fraqueza generalizada, convulsões
e falência respiratória |
CONTATO
COM A PELE |
Os
mesmos sintomas acima, mais suor intenso e formação de
vesículas |
INGESTÃO |
Cólicas, náuseas,
vômitos, diarréia e eliminação involuntária
de fezes |
Detalhe: em algumas ocasiões, quando há interesse em prolongar o experimento, os animais são mantidos vivos através de ventilação artificial.
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
Em apenas um dos inúmeros testes com agentes químicos da Força
Aérea Americana, foram utilizados nada menos do que 400 beagles, que
tiveram previamente suas cordas vocais removidas.
Os beagles são os cães mais utilizados, por serem bastante sensíveis,
amigáveis e cooperativos.
Em um dos experimentos, TNT foi ministrado em cápsulas, durantes seis
meses, para observação dos efeitos adversos da ingestão
dessa substância. Estes beagles apresentaram desidratação,
emaciação, anemia, icterícia, hipotermia, descoloração
de urina e fezes, diarréia, perda de apetite, aumento dos rins e do
baço, perda de coordenação motora e morte.
Outro exemplo de experiência com substâncias químicas foi
feita com ratos, obrigados a ingerir um veneno conhecido com T2, que provoca
grave hemorragia, bolhas, vômitos, putrefações cutâneas
e intestinais, e agitação.
Em outro experimento, um grupo de macacos rhesus, em pesquisa realizada pelo
Huntingdon Research Institute, foi submetido a testes com os herbicidas Diquat
e Paraquat, que resultaram em vômitos, dificuldade respiratória,
hipotermia e uma morte lenta.
RADIAÇÃO
No Instituto de Pesquisas Radiobiológicas das Forças Armadas,
em Maryland, nove macacos rhesus foram amarrados em cadeiras e expostos a
radiação total. Após duas horas de exposição,
seis dos nove macacos apresentavam vômitos, salivação
intensa e mastigação. Em outro experimento, 17 beagles foram
expostos à mesma forma de radiação, e suas reações
observadas por um período de um a sete dias, após o qual foram
mortos. Ambos os experimentos fora efetivados apenas para concluir que a radiação
afeta o aparelho digestivo.
Na Base Aérea de Brooks, no Texas, macacos rhesus foram amarrados a
simuladores de vôo conhecidos como Plataforma de Equilíbrio de
Primatas ( Primate Equilibrium Platform – PEP ), para pesquisas sobre
os efeitos da radiação sobre os pilotos.
Esta máquina é usada da seguinte forma: rhesus, chimpanzés
e outros primatas similares são treinados a usar o simulador de vôo,
ao longo de várias semanas, através de séries dolorosas
de choques elétricos, pelas quais aprendem a manter a plataforma sempre
no mesmo nível.
Após o condicionamento inicial, o animal é mantido amarrado
à plataforma, pilotando o simulador durante um tempo variável,
podendo chegar até dez horas, enquanto é bombardeado com radiação,
ou envenenado com armas químicas, a fim de determinar durante quanto
tempo são capazes de manter o nível da plataforma, sob diferentes
graus de exposição, sofrendo efeitos que variam entre vômitos
violentos, náuseas e letargia. Durante o experimento, choques elétricos
são aplicados a cada manobra que compromete a estabilidade da plataforma.
A PEP é uma das formas de experimentação animal mais
conhecidas do grande público, devido ao filme “Projeto Secreto
- Macacos”, de 1987.
ARMAS DE FOGO
Animais são utilizados pelas forças armadas de vários
países em experimentos que induzem ferimentos com armas de fogo, para
prática de cirurgia durante conflitos bélicos.
Em vários desses experimentos, animais semiconscientes ou plenamente
conscientes são suspensos e baleados com armas potentes, para produzir
ferimentos semelhantes aos que possivelmente seriam encontrados em campos
de batalha.
Em 1983, o Congresso americano limitou o uso de cães nestes laboratórios
militares, mas cabras, porcos, ovelhas e gatos continuam sendo alvejados.
No Forte Sam Houston, apenas para citar um exemplo, cabras são alvejadas
nas patas, e mortas após os médicos praticarem nelas as incisões
e cirurgias.
TESTE DRAIZE
O teste Draize é utilizado em larga escala na indústria de cosméticos,
produtos de limpeza, outros. Ele pode ser feito nos olhos ou na pele, onde
são aplicadas substâncias que compõem os produtos por
dias a fio, a fim, supostamente, de comprovar se são seguros ou não
para uso humano. O Teste Draize para irritação nos olhos consiste
em imobilizar os animais em suportes, dos quais só a cabeça
se projeta, e é comum que seus olhos sejam mantidos abertos permanentemente
com clips de metal que seguram as pálpebras. Os testes duram em média
uma semana, durante a qual os produtos serão aplicados diretamente
nos olhos dos animais completamente conscientes, que podem sofrer dor extrema
e mutilação, e geralmente terminam cegos. Já o teste
Draize para irritação da pele é ainda mais cruel. O animal
é imobilizado enquanto sua pele é raspada e ferida ( uma fita
adesiva é pressionada na pele do animal e arrancada violentamente vezes
seguida, até que ele fique em carne viva ) e as substâncias aplicadas
diretamente nela. Em ambas as modalidades os animais mais usados são
coelhos, por serem baratos e fáceis de manusear, além de terem
olhos grandes.
LD50
Outro teste extremamente comum é conhecido como Teste LD50 ( do inglês
Lethal Dose 50 Percent ). Este teste objetiva determinar qual dosagem de uma
determinada substância ( seja cosmético, pasta de dente, produto
de limpeza ou outra qualquer ) é fatal para um ser humano. O teste
mata milhões de animais todos os anos. A cada vez que é aplicado,
são utilizados cerca de 200 animais ou mais, que são forçados
a inalar ou ingerir estas substâncias em doses exorbitantes, até
que 50% deles morra. Os sobreviventes são simplesmente sacrificados.
PESQUISAS MÉDICAS
Os animais são amplamente utilizados nas pesquisas médicas por
todo o mundo.
Algumas espécies são preferencialmente utilizadas em algumas
áreas ( o que não impede sua utilização em uma
vasta gama de experimentação ):
ANIMAL |
EXPERIMENTOS
MAIS COMUNS |
CÃES |
Investigações
cardiovasculares, ósseas e pulmonares (testes de cigarros), cirurgias,
testes de toxidade aguda, experimentos armamentistas (armas biológicas). |
GATOS |
Pesquisa
neurológica, investigação cerebral (muitos com
uso do canudo de collison) e ocular, testes de toxidade aguda. |
MACACOS |
Estudos
psicológicos (privação materna e outros), pesquisa
da AIDS, câncer, doenças virais diversas, transplantes,
testes aeroespaciais, pesquisa de funcionamento cerebral e doenças
diversas. |
PORCOS |
Xenotransplantes, cirurgias |
RATOS
E CAMUNDONGOS |
Pesquisas sobre câncer, testes farmacológicos, pesquisas biomédicas em geral. São os animais mais utilizados em pesquisas |
HAMSTERS |
Pesquisas biomédicas |
PORQUINHOS-DA-ÍNDIA |
Controle de qualidade de vacinas e soros, pesquisas biomédicas |
COELHOS |
Testes farmacológicos, testes de cosméticos e diversos produtos químicos, pesquisas biomédicas |
CAVALOS |
Vacinas e soro |
AVES
( GALINHAS / POMBO ) |
Testes de toxidade química e picadas de insetos ( barbeiro, etc. ) |
Apenas alguns exemplos destas “torturas refinadas”:
ESTUDOS PSICOLÓGICOS
Em experimentos na área
da psicologia, os animais são submetidos à estresse, separação
dos pais, isolamento, dores e medo.
Em estudos sobre stress e desordens pós traumáticas, macaquinhos
de poucas horas de vida são separados de suas mães e colocados
em câmaras de aço inoxidável, onde ficam isolados por completo,
até 3, 6, e até 12 meses de idade.
A indução de macacos à privação social e
à depressão também é bastante praticada.
Um desses experimentos chama a atenção, em especial. Nele, inicialmente
os filhotes de macacos são colocados em contato com uma mãe artificial
que, quando acionado um botão, começa a chocalhar, com tamanha
força que até os dentes e a cabeça dos filhotes chocalhavam
também. Em um segundo momento, outros filhotes foram colocados junto
a uma mãe “monstro” que lançava fortes jatos de ar
comprimido, praticamente arrancando a pele dos bebês. A pesquisa ainda
prosseguiu em um terceiro momento, onde novos macaquinhos receberam uma mãe
artificial que tinha espinhos, que os furavam a qualquer tentativa de aproximação.
Em todas as etapas do experimento, observou-se que os filhotes, apesar de todas
as situações dolorosas provocadas pelas mães, continuavam
se agarrando a elas.
São comuns ainda:
CONTATOS :
e-mail : fbav_br@yahoo.com.br