( Prof. Pietro Croce M.D., Itália )

Agora é o momento da manipulação genética: mas a história, "magistra vitae" ensina que também terá um fim. Cerca de 40 anos atrás era o momento dos "animais axenicos" ("axenic animals"). Isto provocou muitas expectativas: com qual resultado? Um fracasso total, que não foi observado, a verdade ficou entre os "experts". Com a manipulação genética, entretanto, os interesses são grandes: eles prometem a cura de doenças como câncer, artrite, morte por severas deficiências (doenças) hereditárias como algumas enzimopatias.

O GENOMA
Cada uma das células, as quais bilhões compõem o organismo humano (e de outros animais), possui a transmissão de seus caracteres somáticos aos genes, estruturas ultramicroscópicas as quais no homem, em outros animais e nas plantas estão juntados nos cromossomas, a parte essencial do núcleo celular. Cada célula do mesmo organismo, não importa sua função (renal, hepática, intestinal, muscular, cerebral) contém os mesmos genes, os quais todos juntos formam o genoma.

O GENE
O gene é a molécula na forma de um espiral duplo de DNA, ácido "desoxiribonucleico" ("deoxyribonucleic acid") composto essencialmente de 4 aminoácidos: "Adenina", "Cistosina", "Timina", "Guanina". Cada gene carrega somente um caractere somático. Como o número de genes é de quase 10.000, cada indivíduo representa quase 10.000 caracteres que eles transmitem a sua linhagem.

TAMANHO DO GENE
Para alguma indicação, cada um dos 46 cromossomos humanos tem cerca de 3 mícrons (3 mil de um milímetro) em comprimento, e é formado por cerca de 2 mil genes. É fácil calcular (melhor, imaginar) o tamanho de um simples gene, o qual pode ser "fotografado" somente por ultramicroscópio eletrônico

TIPOS DE MANIPULAÇÃO GENÉTICA E OBJETIVOS
Existem 2 tipos de manipulação genética:

1. indireta (no genoma animal)
2. direta (no genoma embrionário humano)

1. O tipo indireto proporciona um animal diferente do homem com características compatíveis com o sistema imunológico humano, com o intuito de utilizar seus orgãos e prevenir a rejeição. Os animais mais usados são porcos, chimpanzés, babuínos.

2. O tipo direto (manipulação do genoma humano) aponta a retirada dos genes embrionários que são portadores de doenças hereditárias (ou suspeita de tê-las) como câncer, artrites, diabetes, cistite fibrosa, algumas formas de epilepsia, Mal de Alzheimer e pelo menos uma centena de doenças "genéticas", as quais estas anomalias, desde os tempos remotos foram consideradas comportamentais, assim como depressão e tendência ao suicídio. Esta última, de acordo com a sociologista Emile Durkheim é devido a enzima "5HT" ! Nós preferimos comentar sobre esta "descoberta" somente pelo uso do ponto de exclamação.

A GENÉTICA
O gene é muito pequeno para ser visto por um microscópio ótico. Portanto, entendendo a ação dos genes, o primeiro passo é encontrar a "localização"1 ("site") do cromossomo. O próximo passo é avaliar suas funções e registrar juntos o "local" e a "função". Então é possível fazer o rascunho de um "mapa" de genes, o qual permanece a base de tudo para futura utilização da técnica da genética humana: dos testes genéticos em medicamentos à manipulação genética das células somáticas e sexuais. Sendo assim, cerca de 3.000 "localizações" genéticas (ex. 3%) foram localizadas e enviadas ao banco de dados americano "Online Medelian Inheritance in Man". Nós enfatizamos, que a função clínica ainda não foi avaliada com certeza, e pelo menos mais 30 anos devem serem necessários para fazê-lo. Mas existem outras dificuldades também:

1. A influência recíproca entre gene (o qual poderia ter sido retirado de um animal) substituindo o que foi retirado, e outros genes do anfitrião genoma não são conhecidos.

2. Muitas doenças hereditárias são multigênicas. A conseqüência de uma manipulação realizada em uma pluralidade de genes coordenados são imprevistos. A solução (se é que haja alguma) deste problema irá requerer muitos anos ou décadas.

MODALIDADES TÉCNICAS
Para inserir ou deslocar um gene, vírus geneticamente modificado, são usados, muitos deles os quais são removidos do anfitrião do sistema imunológico. Isto cria nele mesmo um problema de dificuldade técnica. Mas o maior preocupação é: estamos certos que estes vírus são ou se tornarão inofensivos?
Os vírus estão propensos as mutações espontâneas como já foi provado; os exemplos mais conhecidos são os vírus da "influenza" e o da AIDS. Não deveríamos estar também preocupados com os vírus "feitos inofensivamente" pela manipulação genética?

SUCESSOS DA MANIPULAÇÃO GENÉTICA
O diagnóstico genético evidenciou cerca de 750 genes como portadores de doenças hereditárias. Nós temos que lidar invarialvelmente com doenças monogênicas, como fibrose cística, "Huntington corea", distrofia muscular. Estas três doenças representam, juntas, cerca de 2 ou 3 por cento de doenças conhecidas.
A objeção previsível é "mas para o doente a porcentagem é de 100%!". Isto é verdade. Mas também é verdade que a manipulação genética não vai curar a fibrose cística, nem a "Huntington corea", nem a distrofia muscular, nem outras doenças incontáveis. Na melhor das hipóteses, ira prevenir "o homem de ser" o que é o embrião, de contrair as doenças acima mencionadas. E é altamente improvável, que aqueles que estão doentes no momento tomarão conhecimento de que o gene responsável pelas suas possíveis doenças futuras foram evidenciadas. Geralmente, quem estaria interessado na sua probabilidade de ser acometido por uma doença "X" ao invés de "Y" vezes maior que a média.

EFEITOS IMPREVISTOS DA MANIPULAÇÃO GENÉTICA
FATOS (fatos, e não opiniões ou aversões preconcebidas) deveriam ser profundamente ponderadas pelos autores e financiadores da manipulação genética, os quais deveriam também avaliar os riscos e vantagens prometidas. Alguns exemplos:

1. Em certa bactéria, a manipulação genética tem encontrado alguns efeitos imprevistos, diferentes em vários laboratórios. Ninguém poderia admitir que o mesmo não poderia acontecer ao homem também, com conseqüências catastróficas. Por exemplo, a bactéria "Escherichia coli" geneticamente manipulada, em um laboratório provocou uma reação, em outro, a mesma coisa, normalmente bactérias inofensivas, se tornaram patogênicas*.

2. Pesquisadores australianos extraíram do rato o gene "alfa", o qual regula o crescimento do câncer. Eles esperavam uma severa má formação: mas ao contrário eles tiveram, ratos com cabelos e bigodes encaracolados!

Nos vegetais também a manipulação genética pode nos dar grandes surpresas: grãos manipulados geneticamente para aumentar sua resistência aos herbicidas, produzindo um hormônio "extrogenic" Não tantas, mas divertidas conseqüências resultaram da produção, por bactéria manipulada, de uma insulina GOV ("Gentechnisch Veränderter Organismus"), analiticamente idêntica a insulina natural. Infelizmente, o aminoácido "L Triptofânio" ("L tryptophane"), um produto "inofensivo", causou 30 mortes e milhares ficaram doentes. Bactérias produzindo reações indesejáveis; bactérias inofensivas se tornando patogênicas; ratos com cabelos e bigodes encaracolados, homem manipulado, grãos produzindo o veneno "Triptofânio"*... Todavia, eles vão em frente, destemidos, manipulando homens, animais, vegetais.

CONQUISTAS ILUSÓRIAS E RETORNOS ATUAIS
A ciência genética está fazendo milagres, com os quais estamos deslumbrados com os olhos de alguém que assiste a exibição de um espetáculo de mágica, encantados e felizes o bastante para sermos trapaceados.

O REGRESSO

1. Criminalização:
Não há muito tempo atrás Cesare Lombroso (1836-1909) marcado como criminoso que tinha uma "cara feia". Na sua época, Lombroso foi pego seriamente por uma sociedade civil imbuída com "sentimentos científicos". Para nós é muito tarde para saber quantas pessoas pagaram o preço de uma estranha filosofia. Muito mais sofisticados (e portanto mais perigosos) são os manipuladores modernos e seus partidários. De acordo com Daniel Koshland, editor-chefe da "Science", a tecnologia genética irá contribuir com a solução de problemas como "toxicomania", violência sexual, tendência ao crime: toda o flagelo social escrito nos genes de algumas pessoas, ele diz. Então, a comunidade civil está advertida!

2. A Fundação “Ciba” (“Ciba Foundation”) em Fevereiro de 1995 em um simpósio em Londres, exagerou em um título equivocado de “A genética do criminoso e comportamento anti-social).

Então, livre-arbítrio não existe mais?

DANOS PSICOLÓGICOS

É comum alguém saber que o destino de outrem está escrito em um gene? E isso vai ajudar alguém em saber que está destinado (ou melhor, predisposto) ao câncer, diabete, artrite? Atualmente, isto só pode insinuar ao indivíduo (se ele acredita) uma preocupação com possíveis efeitos psicológicos devastadores. Ao contrário se muito sensatamente um pessoa não “dá ouvidos” para as condições da manipulação genética, por que eles continuam fazendo?

DANOS SOCIAIS

Já existem empresas industriais e comerciais usando as previsões da genética para discriminar candidatos ao emprego. Eles francamente dirão: “melhor prevenir do que remediar”.

LUCRO GARANTIDO

Algumas organizações, principalmente as companhias de seguro, estão interessadas em promover a tecnologia genética. Seus profissionais persuadirão promessas: “você estará prevenido do câncer, hipertensão arterial, artrite”. Mas a proposta verdadeira é o aumento do prêmio do seguro para aqueles que corram o risco de contrair doenças previstas pela genética.
A marca genética de algum indivíduo irá encontrar o ponto onde apenas o saudável será segurado. Existe um mercado que enriquece com a descoberta de todo novo gene; o mercado ainda oferece testes comerciais para o “faça você mesmo” seu próprio diagnóstico genético de câncer de ovário e câncer intestinal. Nos EUA eles estão vendendo o teste “Brca-1”, para detectar um gene responsável pelo câncer de mama. Este mercado provavelmente irá se estender.
Pergunta: O mesmo mercado irá oferecer a maneira de curar a doença tão facilmente diagnosticada? Francis Collins, diretor de projeto americano “Genoma”, adverte: “enquanto esperando pelo dignóstico e posições éticas, EU ACONSELHO A NÃO SE SUBMETER AOS TESTES GENÉTICOS. No momento, eles não ajudam, eles apenas causam ansiedade.

* From Werner Hartinger: Gentechnologie – Boletim Informativo do “Vereinigung Arzte gegen Tierversuche e V.” Setembro, 1995.

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