Dogue Alemão, um belo gigante.
...... Imponente, elegante, dócil com o dono e com uma personalidade estável e equilibrada, o gigante Dogue Alemão é um dos cães de guarda com maior número de nascimentos registrados no Brasil. Aqui, ele está há muito tempo entre os dez mais: no ano passado foram cerca de 3,5 mil cães, quase o dobro do que na Alemanha, país de origem da raça. A fama do Dogue Alemão no Brasil só perde mesmo para a popularidade da raça nos Estados Unidos, onde são registrados em média onze mil filhotes por ano.
...... Entre as várias características que movimentam a criação do Dogue Alemão, a grande variedade de cores e de marcações desempenha um papel importante. Incluem desde o arlequim, com suas manchas pretas exibidas sobre fundo branco, chamada por alguns de "malhado", até os tigrados com listras pretas sobre um fundo dourado, os azuis (cinza azulado), os pretos e os dourados.
...... Pouca gente sabe explicar ao certo a origem dessas cores tão diversas, hoje as únicas aceitas oficialmente. Para a cinóloga Hilda Drumond, consultora de Cães & Cia, estão ligadas às diferentes funções que o Dogue desempenhou no passado. Segundo ela, o azul e o preto eram os preferidos para guardar propriedades. Escuros, eram mais difíceis de serem percebidos, o que lhes dava vantagem nos confrontos noturnos. Já o dourado e o tigrado eram preferidos nas caçadas a javalis pelo colorido mais claro, que facilitava a visualização por parte dos caçadores no meio da vegetação da floresta. O arlequim, por sua vez, acompanhava e protegia carruagens: além de elegante, as cores chamativas daqueles enormes guardiões podiam ser vistas de longe, a qualquer hora do dia ou da noite, intimidando com maior eficiência os assaltantes.
...... A preservação dessas variedades é um cuidado que direciona as ações das pessoas interessadas em manter viva a tradição. Nela não cabem cães com marcações estranhas como dourado com manchas pretas ou azul listrado.
Arlequim ...... A experiência obtida em séculos de criação permitiu acumular informações simples mas muito úteis para quem gosta do Dogue Alemão, porém muitas vezes desconhecidas pela maioria das pessoas. As entidades especializadas na raça vêm tomando iniciativas importantes para popularizar esses conceitos.
...... O mais recente esforço vem do principal clube da raça no mundo, o alemão Deutsch Doggen Club (DDC), autor do padrão do Dogue Alemão adotado internacionalmente pela Federação Cinológica Internacional (FCI). A entidade passou a orientar de forma oficial, desde o início do ano passado, a não cruzar arlequins entre si. Seu presidente, Winfried Nouc, explicou a Cães & Cia que esse tipo de cruzamento gera alguns exemplares com cores indesejáveis, como totalmente brancos ou manchados de cinza. Pior é que os descendentes podem nascer cegos e surdos. Embora nem todos os filhotes sejam prejudicados, é bastante prudente seguir a nova orientação alemã, para evitar o nascimento de cães com problemas. A recomendação formal ainda não foi adotada por outros importantes clubes da raça no mundo, como o The Great Dane Club, da Inglaterra, e o Great Dane Club of America, dos Estados Unidos, nem tampouco pelos clubes brasileiros especializados.
...... Sabe-se que o aparecimento desses problemas é causado por um gene carregado por todos os arlequins, conhecido como "merle". Quando um exemplar tem dois genes merle dominantes, está sujeito a algumas possíveis conseqüências: as marcações pretas diluem e se tornam cinzas (às vezes tanto que ficam imperceptíveis sobre o fundo branco), eventuais olhos claros e, principalmente nos de pelagem mais clara, podem ocorrer casos de surdez e, com menor freqüência, de cegueira. Quando o cão tem um gene merle recessivo e um dominante, ou então apenas dois merle recessivos, não costuma apresentar nenhum desses males. O DDC estuda a relação entre cegueira e surdez em cem Dogues de cor arlequim, em conjunto com a Universidade de Giessen, na Alemanha. O clube também pesquisa as possíveis ligações entre a cor e outras doenças.
...... Os riscos do acasalamento entre dois arlequins já eram conhecidos pelos criadores mais experientes. "Já deixei de cruzar arlequins há muito tempo por conta própria pois verifiquei que apareciam filhotes brancos em maior quantidade e não é o que se deseja", revela Eliete da Costa Ara, do Canil Top Dog, em São Paulo. É interessante observar que existem três tipos de arlequins: o tradicional, que tem um fundo branco com manchas pretas; o Montado ou Boston, que tem uma grande área preta e "luvas", colar e focinho brancos; e o Plaqueado, que tem fundo branco e apenas duas ou três grandes manchas pretas, sendo a sua cabeça igual à do Boston. Só os arlequins tradicionais e os Plaqueados não podem ser cruzados entre si, nem com eles mesmos.
Tipos de Preto ...... Uma regra simples para não gerar cores fora das tradicionais, é não misturar Dogues de "variedades" diferentes. Elas são três, para efeito de acasalamentos, de acordo com o tipo de carga genética que carregam: Dourados e tigrados; Azuis e pretos descendentes de azuis; e Arlequins e pretos, descendentes de arlequins.
...... Os pretos estão em duas variedades diferentes. Isso porque os que descendem de arlequins são geneticamente diferentes dos que descendem de azuis. Logo, não devem ser misturados. Não mesclar arlequins com azuis e dourados até que é fácil. Mas como saber a qual variedade pertence um Dogue preto?
...... Para facilitar essa tarefa, os clubes da raça existentes no Brasil (em São Paulo, Rio de Janeiro e Pará), num trabalho conjunto com a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), passaram a identificar com um nome diferenciado no pedigree os diferentes tipos de preto, nos Dogues nascidos depois de abril de 1994. Se forem descendentes de arlequins, são chamados de "preto"; nesse caso, somente deverão ser acasalados com arlequins. Se forem descendentes de azuis, estará escrito "preto de azul" ou "negro" (mais usado no Rio de Janeiro), e só deverão acasalar dentro da variedade azul. Mas atenção: a nomenclatura só foi adotado nos pedigrees da CBKC, que registra cerca de 80% dos Dogues no Brasil. Os registrados na Associação Cinológica do Brasil (ACB) não têm essa identificação. Antes da mudança, a cor do cão e dos seus pais já aparecia no pedigree. Se ele era preto e tinha pais (ou pelo menos um deles) azuis, a conclusão era lógica; o mesmo acontecia com pretos descendentes de arlequim. Mas se ambos os pais eram pretos, ficava impossível descobrir unicamente pela análise do pedigree se o cão pertencia à variedade arlequim ou azul.
...... Eliete enxerga uma grande vantagem prática nessa mudança: "Antigamente, quando me traziam uma fêmea preta para ser coberta por um dos meus arlequins, a documentação não me permitia saber se era de variedade azul ou arlequim; agora, se for nascida depois de abril de 1994, é só olhar o pedigree que vai estar registrado lá", exemplifica. O criador Eduardo Rios, do Canil Cães de Guerra, em Campos do Jordão - SP, concorda. "A diferenciação entre pretos e pretos de azul no pedigree representa uma segurança a mais para quem quer criar a raça de maneira correta", acrescenta.
...... "É difícil avaliar o quanto a inclusão do termo 'preto de azul' nos pedigrees da CBKC foi efetiva, mas certamente está ajudando a esclarecer as pessoas sobre os cruzamentos permitidos na raça", diz Eduardo Lello, presidente da Sociedade Paulista do Dogue Alemão (SPDA) e proprietário do The Great Lello's Kennel, em São Paulo. A SPDA tem recebido telefonemas de pessoas interessadas em saber o que o novo termo significa. O clube aproveita a oportunidade para informar sobre os acasalamentos mais indicados entre as diversas cores, informa Lello. O mesmo é verificado no Clube Especializado na Raça Dogue Alemão do Rio de Janeiro. "Temos a maior preocupação em esclarecer as pessoas e acho que estamos conseguindo, pois praticamente não há cruzamentos errados feitos pelos nossos sócios", conta o ex vice-presidente do clube e um dos seus fundadores, Ricardo Costa.
Cálcio ou Não? ...... Adicionar ou não cálcio à alimentação, eis outra questão que tira o sono de proprietários de Dogues. As opiniões divergem um pouco, mas de modo geral não se aconselha ninguém a dar cálcio sem um cuidadoso acompanhamento veterinário. "Está mais do que provado que o cálcio só deve ser prescrito por um veterinário, em casos esporádicos", assegura Freda Lewis, secretária do clube inglês. Para confirmar essa informação e acabar com as dúvidas, Cães & Cia recorreu ao veterinário norte-americano Lemmart Krook, um dos maiores especialistas em distúrbios nutricionais, e professor da Universidade de Cornell, em Nova York - escola de Medicina Veterinária das mais conceituadas no mundo. Krook realizou um estudo há vinte anos sobre a relação entre o cálcio e o crescimento do Dogue Alemão, e continua acompanhando a evolução das rações e dos cães. Para ele, desde que o cão seja saudável e alimentado com um boa ração não há mesmo necessidade de cálcio adicional. "Posso garantir que as boas rações respeitam a proporção ideal entre cálcio e fósforo (1,2 partes para 1,0), que é fundamental para a boa absorção desse nutriente pelo organismo do cão", afirma. Ele aconselha que os proprietários verifiquem essa informação no rótulo das embalagens. "Além de respeitar a proporção correta, cada quilo de ração deve ter entre 6 e 10 gramas de cálcio", completa. Ele adverte, ainda, para o risco de exagerar a dose. "Quando a quantidade de cálcio no corpo é muito grande, o organismo acaba bloqueando a absorção e eliminando todo o cálcio ingerido", revela. Depoimentos de criadores, confirmam a afirmação. "Já fiz experiências particulares com meus cães e concluí que suplementar uma boa ração com cálcio prejudica a absorção desse nutriente, provocando problemas ósseos", avisa Lello. "Quando uma linhagem é boa, o cão terá naturalmente uma boa estrutura", diz Eliete. Lello concorda: para ele, a suplementação de cálcio não é importante para determinar o crescimento nem o tamanho final do cachorro.
Calos ...... Mas nem só de cálcio vive o Dogue Alemão. Veterinários muito acostumados com a raça, ouvidos por Cães & Cia, apontam alguns problemas mais comuns e dão dicas de como evitá-los. Acompanhe:
...... Torção gástrica - É um dos males que podem afligir o Dogue. Caracteriza-se pela rotação do estômago sobre o seu eixo quando há um grande aumento do seu volume. O cão fica ofegante, com muitos gases, estufa rapidamente e pode morrer em poucas horas. A saída é fracionar preventivamente a alimentação oferecendo pequenas refeições ao longo do dia, e impedindo que beba água em seguida. Quando o problema acontece, o socorro deve ser imediato, pois apenas uma cirurgia de emergência pode salvar o cão.
...... Megaesôfago - É provocado pelos movimentos lentos demais que empurram a comida do esôfago para o estômago. Os alimentos se acumulam no esôfago e provocam a dilatação do órgão. Possivelmente, é de origem hereditária. O cão regurgita com freqüência, apresenta nítido desconforto após as refeições, perde peso e está sempre com fome , podendo até morrer por inanição e pneumonia. O alimento expelido geralmente não está digerido e é recoberto por muco. Em filhotes até cinco meses, a indicação é servir pequenas porções de comida várias vezes ao dia e colocar o prato em lugares altos para que o alimento "desça" para o estômago com a ajuda da ação da gravidade. Com o tempo, os músculos do esôfago se fortalecem e o cão pode sobreviver. As chances de cura para os adultos são mais remotas. É importante não acasalar cães que apresentem o problema.
...... Higromas - O peso excessivo de um Dogue pode fazer com que apareçam bolsas flácidas e inflamação nas articulações do cotovelo, principalmente se o cão se deita sobre superfícies muito duras, que atritam os ossos. Para evitar a ocorrência, impeça-o de engordar e faça a cama com uma estrutura metálica elevada 15 centímetros do chão. A parte onde o cão dorme deve ter apenas uma lona esticada (bem amarrada à estrutura), sem nada por baixo para não machucá-lo. O veterinário pode indicar um antiinflamatório e retirar o líquido da região inflamada com uma microcirurgia simples, quando necessário.
...... Calos - Bastante comuns entre os exemplares da raça, os calos são uma proteção das articulações ao atrito, provocado principalmente pelos pisos de cimento. Ocorrem devido ao grande peso dos Dogues - portanto, obesidade pode agravar o problema. Evite deixar o cão dormir em camas duras. Se a calosidade inflamar, é preciso recorrer à medicação. Pode ser curada passando antiinflamatório.
...... Osteodistrofia hipertrófica - As causas não estão totalmente esclarecidas, mas o mal tem uma relação com o excesso de cálcio e aparece principalmente em exemplares em fase de crescimento. O cão perde o apetite, tem febre alta, inchaço nas articulações e dificuldade de locomoção a ponto de ficar muito tempo sentado e deitado e chega a gritar de dor. A prevenção se faz oferecendo apenas ração de boa qualidade. Para curar usam-se antiinflamatórios e correção da alimentação.
...... Dermatite - O tipo mais registrado no Dogue é a seborréia. Trata-se de uma descamação da pele, que pode estar muito oleosa ou muito ressecada. Em casos mais graves, pode causar falhas na pelagem. Para resolver o problema, o veterinário pode indicar mudança de alimentação e o uso de xampus específicos. Medicamentos à base de cortisona podem ser receitados.
...... Problemas cardíacos também podem ocorrer, segundo o presidente do DDC, Winfried Nouc. Há relatos de displasia coxo-femural (encaixe errado do fêmur na bacia, causando dores e dificuldade de movimentação), porém com pequena freqüência.
...... Outro ponto que deve ser observado pelos proprietários para evitar doenças é exercitar o Dogue adequadamente. Apesar do tamanho, ele não é dos mais ativos. Se não tiver áreas grandes para se exercitar por conta própria, precisa de caminhadas diárias de, no mínimo, meia hora. A vida muito sedentária é causa importante de obesidade e de problemas no coração. Banhos podem ser quinzenais. As escovações, quanto mais freqüentes, deixam o pêlo mais bonito e brilhante e tiram a sujeira superficial, nos intervalos entre os banhos. Mesmo tendo pêlo bastante curto, o Dogue adora ser massageado. Os ouvidos devem ser limpos com chumaços de algodão.
Liberdade de Escolha ...... Percebe-se que está crescendo no mundo a parte do plantel de Dogues Alemães com orelhas não submetidas a cirurgia estética feita nos primeiros meses de vida. Em diversos países da Europa, a prática é proibida por lei há anos. Esse é o caso da Alemanha, cujo clube da raça, Deutsch Doggen Club, resolveu introduzir a proibição no padrão oficial, seguindo a legislação de seu país que proíbe cirurgias estéticas em qualquer cão. Conforme Cães & Cia informou na edição 191 de abril do ano passado, em 1994 a FCI adotou a proibição de corte exigida pelo padrão alemão, no que foi seguida pela CBKC, sua representante no Brasil. Mas a FCI voltou atrás um mês depois e decidiu deixar a questão em aberto. Em seguida, a CBKC, pôde permitir que os Dogues com orelhas cortadas voltassem a ser admitidos, conforme nota divulgada na edição 194 da revista.
...... Nos Estados Unidos, observa-se uma mudança gradual nesse costume. Lá, não há proibição de corte de orelhas. Nem legal, nem cinófila. "Acredito que nos próximos dez anos os cães com orelhas íntegras alcançarão a metade do plantel norte-americano; hoje, estimo que já sejam perto de 20%", avalia Anita Brown, diretora do Great Dane Club of America. Ela conta que há dez anos era praticamente impossível ver um Dogue de orelhas inteiras. "Em 1994, cinco Dogues com orelhas não operadas venceram suas categorias numa exposição especializada", argumenta.
...... No Brasil não há impedimentos para o corte de orelhas. Mas há também sinais do crescimento dos Dogues sem corte de orelhas, conforme afirma o presidente da Sociedade Paulista do Dogue Alemão (SPDA), Eduardo Lello.
...... O Dogue Alemão de orelhas inteiras, pendentes, nem sempre é reconhecido de imediato pelas pessoas. A criadora Eliete Ara, que não opera os seus cães desde 1989, conta que muita gente ainda confunde esses Dogues com outras raças, como o Fila Brasileiro, o Weimaraner e o Dálmata. "É só colocar o pé para fora das pistas de exposições com um Dogue sem orelhas cortadas, que a confusão começa", brinca Guilherme Paschoalick, diretor de criação do SPDA e criador há oito anos, pelo Von Paschoalick Kennel, em São Paulo. Paschoalick costuma cortar as orelhas dos cães mais "esbeltos" e preservar as dos mais "robustos". Para ele, estes últimos conservam a imponência mesmo sem a operação.
Ser Dogue Alemão É...
- Ser grande sem perder a elegância
- Impor respeito mesmo sem ameaçar
- Não latir nem ser agressivo à toa
- Sentir ciúmes e um amor incondicional pelo dono
- Receber bem os amigos da casa, mas ser reservado com estranhos
- Demonstrar carinho expansivamente
- Adorar crianças
- Conviver bem com outros animais, quando acostumado desde filhote
- Proteger os mais fracos
- Gostar de vida ao ar livre, noites frias e banhos de sol, mas ser capaz de morar num apartamento.
Padrão Oficial CBKC n° 253c de 10/4/94
FCI n° 235d de 10/9/92
País de origem: Alemanha
Nome no país de origem: Deutsche Dogge
APARÊNCIA GERAL: O Dogue Alemão reúne, em sua nobreza uma constituição grande, forte e bem estruturada: altivez, força e elegância. Devido a essa substância aliada à nobreza, a harmonia de sua figura a uma estrutura bem proporcionada, assim como, a peculiar expressão do seu semblante numa cabeça que impressiona o espectador como uma escultura nobre, o Dogue Alemão é o Apolo entre as raças caninas.
PROPORÇÕES IMPORTANTES: a estrutura se afigura quase quadrada, o que se observa, particularmente, nos machos. O comprimento do tronco (da ponta do esterno à ponta do ílio) para os machos, deve ser, no máximo, 5% maior que a altura na cernelha e para as fêmeas nunca ultrapassa os 10%. A altura na cernelha, mínima, para os machos, é de 80cm e para as fêmeas, mínimo, 72cm.
TEMPERAMENTO: amistoso, carinhoso e apegado para com seus donos, principalmente para com as crianças; reservado com estranhos. Vigilante, auto-confiante, corajoso, de fácil condutibilidade, dócil, excelente companheiro e cão de família com alto limiar de excitação (demora bastante para atingir o limiar de excitação de irritabilidade para gerar um comportamento agressivo).
CABEÇA: em harmonia com a aparência geral, longa, estreita, expressividade marcante sutilmente cinzelada (principalmente na região abaixo dos olhos); arcada superciliar bem desenvolvida sem, entretanto, ser protuberante. A distância da ponta da trufa até o stop, bem marcado, é, de preferência igual à distância do stop ao occipital que é levemente marcado. As linhas superiores do focinho e do crânio são paralelas.
Visto de frente, a cabeça deve parecer estreita, embora a face dorsal da cana nasal seja larga e a musculatura das faces, moderadamente marcada, jamais grosseira.
TRUFA: bem desenvolvida, mais para larga do que redonda com narinas bem abertas. Deve ser preta, com exceção da variedade Arlequim. Para esses uma trufa preta manchada ou mesmo toda cor de carne é tolerável.
FOCINHO: profundo, de preferência quadrado, com a comissura labial bem aparente. Lábios de pigmentação escura. Nos Arlequins é tolerada a despigmentação parcial ou total.
MAXILARES/DENTADURA/DENTES: mandíbula larga e bem estruturada. Dentes fortes e dentadura completa com a mordedura em tesoura (dentadura constituída de 42 dentes).
OLHOS: de tamanho médio, arredondados, melhor mais escuros com pálpebras justas. Nos Dogues Azuis admitem-se os olhos claros. Nos Arlequins, os olhos claros e cada um de cor diferente, são tolerados. As pálpebras devem ser bem ajustadas.
ORELHAS: de inserção alta, de tamanho médio, portadas dobradas e ligeiramente voltada para frente, com os bordos anteriores rente às faces. A orelha cortada deve ter a largura e comprimento proporcionais à cabeça e portadas eretas. As ninhadas nascidas após 01/01/94 somente serão admitidas com as orelhas no tamanho natural (sem ser cortada ou operada).
Nota: somente os exemplares nascidos antes da data acima referida estão isentos dessa restrição.
PESCOÇO: longo, seco e musculoso. Inserção bem desenvolvida, diminuindo suavemente em direção à cabeça, com uma linha superior levemente arqueada. Portado erguido e ligeiramente inclinado para a frente.
TRONCO
CERNELHA: é o ponto mais alto da linha superior de seu poderoso tronco. Deve ser construída com a escápula inclinada, sobressaindo da linha superior.
DORSO: curto e reto, linha superior moderadamente reta, ligeiramente descendente para a garupa caída. Lombo ligeiramente arqueado, largo, fortemente musculado.
GARUPA: larga, fortemente musculada do ílio até a inserção da cauda, levemente caída na mesma direção da linha da cauda.
CAUDA: seu tamanho alcança a ponta do jarrete. Inserção alta e larga na raíz e afinada para a ponta. Em repouso portada caída, em estado de excitação portada em leve curva em forma de sabre, porém não muito acima da linha do dorso, não podendo ficar enrolada. A pelagem longa (em escova) na face ventral da cauda é indesejável.
TÓRAX: profundidade atingindo a articulação do cotovelo. Bem arqueado, largo, com costelas bem arqueadas. Peito bem amplo com antepeito bem desenvolvido.
LINHA INFERIOR: ventre bem esgalgado; com a face inferior do tórax fazendo uma linha inferior bem delineada.
ANTERIORES
Ombros: fortemente musculados. A escápula é longa e chata, formando, com o braço, um ângulo aproximado de 100° a 110°.
Braço: forte e musculoso, bem angulado, embora um pouco longo, com o úmero de comprimento igual ao da escápula.
Cotovelos: trabalhando corretamente direcionados para a frente, bem ajustados rente ao tórax, no mesmo plano da articulação do ombro.
Antebraço: forte, musculoso e, visto de qualquer ângulo, reto.
Carpo: forte, resistente, não muito ressaltado do prumo do braço.
Metacarpo: forte, visto de frente reto e, de perfil, levemente inclinado.
Patas: arredondadas, dedos bem arqueados e bem fechados (pé de gato), unhas curtas, fortes, possivelmente, escuras.
POSTERIORES: todo o conjunto da estrutura óssea bem revestido de musculatura forte, a garupa, a bacia, a coxa larga e bem arredondada, a anca e a coxa largas e apresentam uma impressão arredondada. Os posteriores fortes e bem angulados, vistos por trás, paralelos aos anteriores.
Coxa: longa, larga e bem musculosa.
Joelho: forte, trabalhando no mesmo plano de articulação coxo-femoral.
Perna: longa, aproximadamente do mesmo comprimento da coxa, bem musculada.
Jarrete: forte, firme e bem aprumado.
Metatarso: curto, forte, levemente angulado e boa pisadura.
MOVIMENTAÇÃO: harmônica, graciosa, com boa cobertura de solo, com leve oscilação, os membros posteriores vistos por trás e pela frente movimentam-se em planos paralelos.
PELE: ajustada ao corpo, bem pigmentada nos exemplares Unicolores. Nos Arlequins, a pigmentação acompanha a pelagem.
PELAGEM
CONSTITUIÇÃO: muito curta, densa, bem aderente e brilhante.
COR: o Dogue Alemão é criado nestas três variedades independentes: Dourado e Tigrado, Arlequim e Preto e Azul.
Dourado: do dourado claro até o dourado escuro. Desejável, uma máscara preta. Indesejáveis marcas pequenas brancas no peito e nos dedos.
Tigrado: cor de fundo dourado claro até dourado amarelado, com listras pretas claramente definidas e de igual espessura, na direção das costelas. Desejável máscara preta. Desejáveis pequenas marcas brancas no peito e dedos.
Branco - Manchas Pretas (Chamado Arlequim): cor de fundo em branco puro, de preferência em cada marca, manchas preto profundo, bem distribuídas sobre todo o corpo, formato irregular. As manchas acinzentadas ou amarronzadas são indesejáveis.
Preto: preto profundo, manchas brancas são permitidas; como também nos exemplares montados, se tiver o manto todo negro no dorso, as laterais, focinho, pescoço, peito, ventre, pernas e ponta da cauda podem ser brancas.
Azul: azul-aço, puro, marcas brancas no peito e patas são permitidas.
Orelha tipicamente mal portada: caindo, afastados das faces e com uma dobra, por trás, característica de temperamento fraco.
FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deverá ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade, conforme se segue:
Aparência Geral: ausência das características sexuais definidas, falta de harmonia, muito leve ou muito pesado.
Caráter: falta de autoconfiança, nervosismo e limiar baixo de excitação.
Cabeça: falta de paralelismo crânio/focinho, cabeça de maçã, cabeça cuneiforme, pouco stop e hipertrofia muscular das faces.
Focinho: afilado, lábios pouco pendentes, lábios pesadamente pendentes, lábios esvoaçantes, nariz arrebitado e cana nasal convexa (dish-face) ou arqueada (nariz romano).
Dentadura/Dentes: qualquer falta dentária (tolerado somente a falta do P1 inferior), desalinhamento dentário, oclusão dos incisivos com mordedura em torquês e dentes muito pequenos.
Olhos: pálpebras frouxas (ectrópio), muito apertadas (entrópio); conjuntiva muito avermelhada; expressão dura; cor dos olhos amarelo-âmbar, claros porcelanizados; nos unicolores, cada olho de cor diferente e inseridos muito juntos ou afastados demais.
Orelhas: inserção muito alta ou muito baixa, porte afastado das faces ou pesadamente pendentes e orelhas cortadas de tamanho desproporcional, de maneira que fiquem mal portadas ou muito curtas.
Pescoço: curto, grosso e pescoço de cervo, muita pele solta ou barbela.
Dorso: selado, carpeado, muito longo e linha superior ascendente na direção da garupa.
Garupa: muito caída ou plana.
Cauda: muito grossa, muito longa ou curta, inserção muito baixa, muito alta acima da linha superior, portada em gancho ou curta, assim como, cauda desviada para um dos lados, virada para cima, grossa na ponta ou cortada.
Tórax: costelas achatadas ou em barril, falta de largura de peito ou de profundidade, ponta do esterno muito projetada.
Linha Inferior: pouco esgalgada no ventre; tetas não retraídas após o aleitamento.
Anteriores: falta de angulação. Ossatura leve, pobremente musculados. Falta de aprumos.
Ombros: soltos, carregados. Escápula reta (pouco angulada).
Cotovelos: soltos, virados para dentro ou para fora.
Antebraços: arqueados, fora do prumo dos carpos.
Carpos: proeminentes, cedidos, dobrados para a frente.
Metacarpo: muito angulado ou muito escarpado.
Posteriores: angulações muito abertas ou muito fechadas. Jarrete de vaca, muito juntos ou muito afastados.
Jarrete: movimentando virado para fora, articulação frouxa.
Patas: achatadas, espalmadas, longas.
Movimentação: pouca cobertura de solo, movimentação presa, passadas curtas e rápidas, falta de equilíbrio no movimento entre anteriores e posteriores.
Pelagem: pêlo duro, pêlos foscos.
Cor:
Dourado: cor acinzentada, azulada, isabela ou amarelo sujo.
Tigrado: cor de fundo azul prata ou isabela; listas esmaecidas.
Arlequim: cor de fundo salpicada de azul-acinzentado, manchas grandes amarelo-acinzentadas ou azul-acinzentadas.
Preto: preto-amarelo, amarronzado ou azulado.
Azul: azul-amarelado ou empretecido.
FALTAS GRAVES
Caráter: medo, agressividade, mordedor de medo.
Nariz: leporino, despigmentado.
Dentadura/Dentes: prognatismo, anognatismo, torquês.
Olhos: ectrópio, entrópio.
Cauda: quebrada.
Testículos: inclusos ou muito descidos. Muito pequenos ou mal formados.
Cores:
Dourados e tigrados com manchas brancas na testa, em volta do pescoço, nas patas, "meias", na ponta da cauda.
Azuis com manchas brancas na testa, em torno do pescoço, "meias" e na ponta da cauda.
Arlequins sem qualquer mancha preta (Albinos) assim como cor de pombo; assim chamados porcelanizados ( com manchas em azul, cinza, dourado ou tigrado). O chamado acinzentado (tem a cor de fundo acinzentada com manchas pretas).
Tamanho: abaixo do mínimo.
NOTA: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.