TANTRA
O Tantra, ao contrário do que muitas pessoas pensam equivocadamente, não tem nada a ver com orgia, menage a trois, sexo grupal, ou seja lá o que estão inventando a respeito agora ao terminar de ler esta frase. É uma filosofia matriarcal, sensorial e desrepressora. Mas afinal o que vem a ser isso?
É algo mais lindo, envolvente, encantador... Uma verdadeira história que nos leva aos primórdios do Yôga antigo! (mais de 5000 anos atrás). Onde tudo começou.
O MAS O QUE VEM A SER TANTRA?
O termo Tantra significa: regulado por uma regra geral; o encordoamento de um instrumento musical; tecido ou teia, ou a trama do tecido. Outra tradução é "aquilo que esparge o conhecimento". Ou ainda,
segundo Shivánanda, explica (tanoti) o conhecimento relativo a
tattwa e mantra, por isso se chama Tantra. Não podemos ignorar a
correlação etimológica sugerida pela frase vakrat vak tantraram, que
designa a tradição boca-a-ouvido.
Tantra é o nome dos antigos textos de transmissão oral (param-pará)
do período pré-clássico da Índia, portanto, de mais de 5.000 anos.
Mais tarde, alguns desses textos foram escritos e tomaram-se livros ou
escrituras secretas do hinduísmo. Naquela recuada época de origem do
Tantra, a Índia era habitada pelo povo drávida, cuja sociedade e cultura eram matriarcais, sensoriais e desrepressoras. Por isso, diz-se que
eram um povo tântrico, já que essa filosofia é caracterizada principalmente por aquelas três qualidades. Aliás isso é uma noção amplamente divulgada e universalmente aceita.
O Tantra, o Sámkhya e o Yôga são três das mais antigas filosofias
indianas e suas origens remontam à Índia proto-histórica, ao período
dravídico. Talvez por isso essas três tenham mais afinidades entre si
do que cada uma delas com qualquer outra filosofia surgida posteriormente. Este dado é de fundamental importância na milenar discussão: o Yôga mais autêntico é de tendência Sárnkhya ou Vêdánta? Tantra ou Brahmácharya?