Histórias e Lendas sobre Eclipses e o Sol
No Êxodos é deus que atribui a Moisés o poder do eclipse: "Estende a mão para o céu e haja trevas sobre todo o Egipto, tão espessas que se possam sentir." E no Livro do Apocalipse a escuridão surge de outro modo: "O quarto anjo tocou a trombeta, e foi atingida a terça parte do Sol, a terça parte a Lua e a terça parte das estrelas, de modo que se obscureceram em um terço e o dia perdeu um terço de sua claridade assim como a noite.
Na China imperial, o astrônomo oficial tinha de prever os eclipses sob pena de cair em desgraça. No dia marcado, os mandarins armados de arcos e flechas, reuniam-se no palácio e, a um sinal dado, todos lançavam suas flechas para o ar em socorro do astro eclipsado. Fora do palácio sob as ordens de um mestre de cerimônia todos deviam fazer soar instrumentos e produzir o máximo de barulho para fazer reaparecer o Sol.
Embora os Caldeus e Assírios e outros povos do Oriente tenham tido particular importância das descobertas astronômicas da antiguidade, conta-se que o Xá da Pérsia quando visitou o observatório de Greenwich em 1882 queria que o diretor, Sir G. Airy lhe mostrasse um eclipse. Ante as explicações do astrônomo da impossibilidade de atender tal pedido, o Xá aconselhou o Princípe de Gales, que o acompanhava, a mandar cortar a cabeça de semelhante sábio que nem ao menos sabia produzir um eclipse...
Em 1872 os almanaques ainda publicavam considerações sobre os eclipses como estas : "Se o eclipse que aparecer tiver a cor um tanto negra, puxando a verde, denota mortandade e peste, grandes frios, gelos, neves e escuridades no ar, tempestades, terramotos, e diluvios com fomes, se tiver a cor um tanto avermelhada denota morte de algum Rei ou homem poderoso, se aparecer com cor dourada denota dano em homens poderosos e novas seitas, se aparecer de diversas cores, ou de cor do céu denota morte de algum príncipe, motins, fomes, guerras, carestia...
Fala de Okute, um velho Sioux: "Todos os seres vivos e todas as plantas devem sua vida ao Sol. Se não houvesse Sol, haveria escuridão e nada cresceria, ficando a terra sem vida. No entanto o Sol precisa da ajuda da Terra. Se apenas o Sol influenciasse os animais e as plantas, o calor seria tão grande que eles morreriam. Mas existem as nuvens que trazem a chuva, e a ação combinada do Sol e da Terra proporciona a umidade necessária à vida."
Discurso de Tuiavii, um chefe da Samoa ao seu povo depois de conhecer a Europa no começo do século : "Quanto a nós, filhos livres do Sol e da luz, desejamos continuar fiéis ao Grande espírito e não sbrecarregar com pedras o seu coração. Só indivíduos desvairados e doentes, homens que largaram a mão de deus, serão capazes de viver felizes entre buracos daqueles sem Sol, sem luz e sem vento. Reconheçamos a incontestável felecidade do homem branco, frustemos as suas tentativas de construir, ao longo de nossas margens banhadas de sol, os seus baús de pedra, e de destruir a nossa alegria com pedras, buracos, sujidade, barulho, fumo, areia, como é desejo seu fazer."
Mito dos Camaiurá: "... Aí o urubutsim começou a ensinar o Sol e a Lua, dizendo: - De manhã nasce o dia, de tarde vai sumindo e depois some de vez. Não vão pensando que nós levamos de volta. Não pensem isso, não. O dia aparece e vem a noite depois. Vai ser sempre assim. Quando vem a noite, não pensem que vai ficar sempre escuro e nós roubamos o dia de vocês. Não tenham medo, não. Ele volta sempre...
Lendas de Curupira ou Currupira
"Este mito que protege nossa fauna e nossa flora, que desorienta o caçador predador, que parte o machado de quem abater árvores sem necessidade.
Ele que permite através da preservação da natureza, que se preserve assim também pelo maior tempo possível a espécie humana.
Tendo em vista a preocupação da humanidade em relação à ecologia, coloca o FEFOL, do qual é o Patrono, e sua capital, Olímpia, assim como o próprio folclore, em sintonia com o planeta."
Entidade mítica de idealização folclórica de procedência tupi-guarani (de "curu"-corruptela de curumim + "pira" = corpo, corpo de menino), com ligações originárias ao homem primitivo e de atributos heróicos na proteção da fauna e da flora.
Tem como principal signo a direção contrária dos pés em relação ao próprio corpo, o que constitui um artifício natural para despistar os caçadores, colocando-os numa perseguição a falsos rastros.
Possui extraordinários poderes e é implacável com os caçadores que matam pelo puro prazer de fazê-lo;
Há, entretanto variantes, extremamente divergentes dessas idéias, onde o Curupira (e/ou Caipora, do tupi-guarani "caá", mato, e "pora", habitante), é um ser medonho e perverso: "o demônio das florestas"; na concepção pictória, "aparece" de várias formas: como um menino de corpo peludo, cabelos avermelhados e dentes verdes; como um curumim; como um duende sem cabelos e com o corpo coberto de pelos verdes; como um anão, um caboclinho, etc.
O Curupira tem para nós olimpienses uma peculiar importância por ser o patrono do FEFOL, durante a qual é incumbido de governar a cidade após receber (personificado) das mãos do prefeito a carta de mandatário e a chave simbólica do município.
É um mito existente em todo o Brasil. É um ente fantástico, demoníaco, cruel para os que não o atendem. É representado ora como mulher unípede, o Caipora-Fêmea, ora como um tapuio encantado,nu, que fuma no cachimbo, este último na área do Maranhão a Minas.
Manoel Ambrósio dá a notícia, no Nordeste, de um caboclinho com um olho só no meio da testa, descrição que nos faz lembrar dos ciclopes gregos.
Também aparece no Paraná como um homem peludo que percorre as matas montado num porco-espinho.
No Vale do Paraíba, estado de São Paulo, ele é descrito como um caçador façanhudo, bastante feio, de pêlos verdes e pés virados para trás.
Outro nome do Caipora, ou Caapora, é Curupira, protetor das árvores, chamado assim quando apresenta os pés normais.
Em algumas regiões, há fusão dos dois duendes, em outras elas coexistem. O mito emigrou do Sul para o Norte, conforme conclusão dos estudiosos.
Existe na Argentina o mesmo duende, como um gigante peludo e cabeçudo. Couto de Magalhães aceita a influência platina no nosso Caipora.
Nesse conto brasileiro, o duende vira ao avesso o caçador. Também é comum, principalmente em Minas e São Paulo, o castigo de matar de cócegas aquele que não tem fumo para contentá-lo.
O Caipora, ou Pai-do-Mato, é protetor da caça e reina sobre todos os animais.
É mau espírito. Infelicita os que encontra, quando não lhe dá tremendas surras. Deparar o Caipora traz conseqüências desagradáveis.
Por extensão, passou a lenda a considerar qualquer encontro com o Caipora como causa de infelicidade.
Daí caiporismo = má sorte.
O Caipora, também chamado Curupira e, em algumas regiões, Caiçara, justificado pelas lendas ameríndias, é protetor da caça e guardião dos caminhos. Em maio de 1550, dizia o Padre Anchieta que o Caiçara maltratava os índios nas brenhas, com chicotadas.
Chegava até a matá-los, à força de maltratos. Os índios, para apaziguá-lo, deixavam para ele, nas clareiras, penas de pássaros, redes, esteiras. Segundo Gonçalves Dias, Curupira é o espírito mau que habita as florestas. Descreve-o assim: 'Veste as feições de um índio anão de estatura, com armas proporcionais ao seu tamanho'. Governa os porcos-do-mato e anda com varas deles, barulhando pela floresta. O mesmo mito é encontrado em toda a América Espanhola: no Paraguai, na Bolívia, na Venezuela.
Entre os Chipaias, tribo guarani moderna, há a crença no Curupira, como sendo um monstro antropófago, gigantesco, muito simplório, conforme relato de Artur Ramos, em Introdução à Antropologia Brasileira.
Apesar de serem conhecidos o nome e o mito Curupira, no Vale do Paraíba é mais encontradiço o nome Caipora, usado até para designar gente de cabeleira alvoroçada.
Lá, é um caboclinho feio pra danar, anão de pés virados para trás, cabeludo. Viaja montado em um porco-espinho, com a cara virada do lado do rabo da montaria.
Quem vai mato a dentro, tem que se prevenir com fumo de rolo, para lhe oferecer.
Uma variação fonética mais recente foi recolhida no estado de São Paulo, e consta do reforço do primeiro 'r' brando do nome, para Currupira. Assim se diz em alguns pontos da Serra Quebra-Cangalha, nas alturas de Silveiras e assim foi ouvido em Olímpia, cognominada a Capital Nacional do Folclore.
Histórias e Lendas da Nhamundá
As origens da sede municipal remontam ao início das penetrações do rio Nhamundá, ocorrido nas primeiras décadas do séc. XVII, os índios foram os primeiros habitantes - Uabuís, Cunuris e Guaicaris, com aldeia denominada Faro. em 1758 ocorre sua elevação a vila. Na divisão administrativa do Brasil de 1911, aparece como integrante do Município de Parintins, volta a dispor de um outro distrito , além da sede , o de ilha das cotias. Em 19.12.1955, pela Lei Estadual no. 96, o Distrito de Ilha das Cotias é desemembrado de Parintins e passa a constituir o município autônomo de <strong>Nhamundá</strong>. Em 31.01.1956 instala-se o novo município..
Aspectos Físicos, Geográficos e Populacionais
Localização : situado na mesorregião no. 3, microrregião no. 10, código municipal no. 0300 classificação do IBGE. Dista da Capital do Estado 375 km em linha reta.
Área Territorial: 14.040 Km
Clima: Tropical chuvoso e úmido.
Altitude: 50m acima do nível do mar
Temperatura: máxima de 30 C e mínima de 22,4 C.
Temperatura: máxima de 30 C e mínima de 22,4 C. Coordenadas Cartesianas: situa-se a 02 13` 25`` de latitude sul e a 56 44` 21`` de longitude a oeste de Greenwich.
População: pelo Censo IBGE (1991), o total de habitantes é 13.250 (6.882 homens e 6.368 mulheres), sendo 4.847 na zona urbana e 8.403 na zona rural.
História X Lendas
As Amazonas
Desde antes de Cristo que se falava na existência de mulheres guerreiras, que viviam sós, isoladas de homens, com os quais se encontrariam para fins de acasalamento e assim mesmo ficando para criar apenas as crianças do sexo feminino.
Eram as amazonas, [do grego a (não, sem) e mazós (seios)], ou seja, as mulheres sem seios, pois tais mulheres, quando ainda jovens, deviam queimar ou atrofiar o seio direito, a fim de facilitar o manejo do arco. Nascida tal história com a mitologia grega, espalhou-se durante a Idade Média, chegando aos tempos modernos, tendo o tema inspirado muitos escritores e artistas. Tais amazonas reinariam na região da Capadócia, situada na Ásia Menor.
Em 1541, após descer o afluente Napo e chegar ao então Mar Dulce, nome que Pinzon dera ao Rio Amazonas, eis que Francisco de Orelhana é atacado por uma tribo de mulheres que, no testemunho de Frei Gaspar de Carvajal, são muito alvas e altas, com o cabelo muito comprido, entrançado e enrolado na cabeça. São muitos membrudas e andam nuas em pelo, tapadas as suas vergonhas, com os seus arcos e flechas nas mãos, fazendo tanta guerra como dez índios". Em seu relato, Carvajal narra a seguir que embora abatessem vários índios que eram comandados pelas mulheres e mesmo algumas destas, os espanhóis se viram obrigados a fugir, tendo porém capturado um índio. Este, mais tarde, ao ser interrogado, declarou pertencer a uma tribo cujo chefe, senhor de toda a área ( o ataque tinha se dado na foz do Rio Nhamundá ), era súdito das mulheres que residiam no interior. Na qualidade de súditos, obedeciam e pagavam tributos às mulheres guerreiras, que eram acompanhadas pelo chefe Conhori. O prisioneiro, respondendo a várias perguntas do comandante, disse que as mulheres não eram casadas e que sabia existir setenta aldeias delas. Descreveu as casas das mulheres como sendo de pedra e com portas, sendo todas as aldeias bastante vigiadas. Disse ainda que elas pariam mesmo sem ser casadas porque, quando tinham desejo, levavam os homens de tribos vizinhas à força, ficando com eles até emprenharem, quando então os mandavam embora. Quando tinham a criança, se homem, era morto ou então mandavam para que o pai o criasse, se era mulher, com ela ficavam e a menina era educada conforme as suas tradições guerreiras. Descreveu ainda seus hábitos e suas riquezas, pois que tais mulheres possuíam muito ouro e prata.
O encontro e as escaramuças à foz do Rio Nhamundá (hoje limite entre os estados do pará e do Amazonas) com os índios e/ou as índias mais a descrição do prisioneiro foi bastante para que houvesse associação com as Amazonas da Capadócia. E o rio, até então mar Dulce, passa a ser chamado Rio de las Amazonas (Rio das Amazonas) e finalmente Rio Amazonas. A narração feita por frei Gaspar de Carvajal teve imensa repercussão na Europa e correu mundo, atemorizando uns, surpreendendo outros, mas maravilhando a todas os que ouviam falar da terra das mulheres guerreiras...!
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