Plantas Atrativas   Para Morcegos

1. Amendoeira, Castanheira, Três-Copas, Chapéu-de-Sol (Terminalia cattapa, Família Combretaceae).

É espécie largamente empregada no paisagismo urbano da Cidade do Rio de Janeiro e de outras cidades litorâneas. Apresenta grande resistência a solos arenosos, ventos e salinidade. Produz fruto cuja casca é procurada por morcegos frugívoros de maior porte, como o Morcego-das-Frutas. Quando maduro produz um corante de cor roxa, que ao ser consumido pelos morcegos resultam em fezes com coloração arroxeada, que podem manchar o mobiliário urbano. Desde 1992 o plantio desta espécie no Município do Rio de Janeiro está proibido.

2. Sapoti (Achras zapota, Família Sapotaceae)

É espécie comum, principalmente em parques urbanos. Apresenta frutos procurados pelos morcegos frugívoros de médio e grande porte. O grande tamanho dos frutos não permite que seja sempre carregado por estes para ingestão, podendo ser consumido aos pedaços, em várias visitas. O período de frutificação é longo.

3. Figueira-Religiosa (Ficus religiosa, Família Moraceae)

É árvore extremamente alta, muito empregada em parques e em logradouros. Esta figueira exótica apresenta frutos pequenos, que se prendem a um ramo e maturam-se gradativamente. Observamos duas espécies de morcegos ingerindo os frutos ainda imaturos desta espécie. As folhas  são consumidas pelo Morcego-das-Frutas-do-Sudeste (Artibeus fimbriatus). O período de fruticação é curto, com elevada produção de frutos.

4. Goiabeira (Psidium guajava, Família Myrtaceae)

Espécie de porte arbustivo-arbóreo. Não é muito usada para paisagismo, mas vários exemplares são encontradas em quintais. Apresenta longa época de frutificação, algumas variedades podem produzir frutos por quase todo o ano. Os frutos são consumidos pelos morcegos no próprio ramo, aos pedaços em visitas sucessivas.

5. Coquinho-Baba-de-Boi (Syagrus romanzifollia, Família  Palmae)

Palmeira que produz cacho de frutos, cuja casca é consumida por morcegos (Artibeus lituratus, Artibeus fimbriatus, Artibeus obscurus, Platyrrhinus lineatus). É árvore empregada em canteiros e parques, pouco empregada em logradouros. Os frutos são carreados pelos animais. O período de futificação é curto.

6. Sapucaia (Lecithys zabucajo, Família Lecithydaceae)

Espécie arbórea que produz frutos pixídeos. É pouco empregada em logradouros, no entanto, foi plantada em grande número na Quinta da Boa Vista, antiga residência imperial, formando uma alameda, que impressionava pela beleza durante a troca das folhas, que trocam gradativamente de cor da roxa a verde. Os frutos abrem-se de julho a outubro, que são visitados pelo Falso-Vampiro (Phyllostomus hastatus). A dispersão da sapucaia foi estudada por nossa equipe. 

7. Bananeira (Musa paradisiaca, Família Musaceae)

Vegetal de porte arbustivo, pouco empregado no paisagismo, mas largamente cultivado em terrenos. Outras espécies desta família são empregadas em jardins. Apesar do fruto ser apreciado pelos morcegos, devem ser pouco utilizado por estes, visto ser a colheita para uso humano realizado antes do amadurecimento. A flor é visitada por morcegos nectarívoros, principalmente pelo Morcego-Beija-Flor (Glossophaga soricina). A variedade comercial apresenta época de frutificação anual. As bananeiras são também empregadas como refúgio por morcegos frugívoros, que se fixam na superfície inferior das folhas.

8. Jamelão (Eugenia jambolana, Família Myrthaceae)

Árvore empregada em logrodouros e parques. Produz grande quantidade de frutos, que apresenta pigmento de cor roxa, que pode manchar o mobilário urbano. O fruto pode ser empregado por várias espécies de morcegos frugívoros (Artibeus lituratus, Artibeus fimbriatus, Platyrrhinus lineatus). Seu plantio deve ser evitado junto a construções. Apresenta grande quantidade de frutos.

9. Nespera (Eriobothria japonica, Família Rosaceae)

Árvore não muito frequente no paisagismo urbano, mas comum em quintais. O fruto é consumido por várias espécies de morcegos frugívoros, carregam os frutos. Capturamos um exemplar de Morcego-de-Ipanema (Pygoderma bilabiatum). Já notamos o refúgio entre ramos de Morcego-das-Frutas-do-Sudeste (Artibeus fimbriatus).  Apresenta longa época de frutificação, com pequena produção de frutos.

10. Mangueira (Mangifera indica, Família Anacardiaceae)

Arvore exótica, de origem asiática, muito empregada no paisagismo e largamente encontrada em parques. Antigamente era muito plantada junto a sede das fazendas de café. Variedades comerciais apresentam longa época de frutificação. O fruto, quando maduro, é consumido por várias espécies, que ingerem aos pedaços, em visitas sucessivas. Devido a copa bastante fechada é empregada para refúgio diurno por Morcego-das-Frutas.

11. Calabura (Muntingia calabura, Família Meliaceae)

Espécie arbustiva-arbórea, ainda rara no paisagismo urbano no Rio de Janeiro, mas bastante comum em Brasília, onde seu plantio está sendo evitado, para minimizar os problemas decorrentes - fezes no mobiliário urbano e incremento do  número de entrada em residências nas residências próximas. É importante ressaltar que o uso deste vegetal pode resultar em uma maior visita de aves frugívoras, mas que seus frutos também são empregados pelos morcegos. 

12. Figueira, Gameleira, Mata-Pau (Ficus sp., várias espécies, Família Moraceae)

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Figura 2 - Ramo com fruto maduro de Figueira (Ficus sp.)

Várias espécies são conhecidas por figueiras ou gameleiras. Não se tratam de espécies comumente empregadas no paisagismo urbano. Sua presença em área urbana é, entretanto, assegurada pela atividade de dispersão exercida por morcegos e aves. Germinam em muros, sobre rochas em marquises, ou sobre outras árvores. Várias espécies, principalmente exóticas, foram largamente empregadas em parques urbanos no início do século XX, como Quinta da Boa Vista, Parque Henrique Lage, Campo de Santana. Parte das espécies produzem frutos que, quando maduros, apresentam coloração amarelada ou avermelhada, são mais consumidas por frugívoros diurnos, como as aves. Outras espécies mesmo quando maduras apresentam frutos de cor esverdeada, que são mais procurados por morcegos. Não tem época determinada para frutificar e produzem frutos que maduram após algumas semanas e são rapidamente consumidos pelos morcegos. Uma espécie analisada  por nós na Quinta da Boa Vista (Ficus tomentella) apresentou ciclo de dez semanas, do aparecimento dos frutos (sincônios) ao completo esgotamento destes.

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