No Município do Rio de Janeiro, ocorrem cerca de 43 espécies de morcegos, das quais pelo menos 7 são freqüentemente observadas refugiando-se em telhados. É um fato corriqueiro no meio urbano, onde a grande quantidade de insetos permite a manutenção de grandes densidades populacionais destes mamíferos.

Antes das cidades, estes morcegos só empregavam como abrigo cavernas ou ocos de árvores, locais que eram escolhidos pela temperatura e umidade constante durante o ano todo. Com a construção de casas e conseqüente urbanização, os telhados com forros apresentaram-se como excelente opção para refúgio destas espécies. Nestes locais, a temperatura mostra-se extremamente elevada, atingindo 55 graus centígrados ou mais, ausência de vento e facilidade de acesso.

As espécies que se refugiam em telhados são espécies insetívoras, isto é, se alimentam de insetos que capturam enquanto voam sobre clareiras, rios, lagoas ou áreas florestadas. São, portanto, espécies inofensivas e extremamente relevantes pelo controle de insetos que realizam. Um morcego de apenas 4 gramas pode ingerir mais de 600 insetos em uma única noite.

Os morcegos insetívoros são geralmente de pequeno porte, raramente excedendo 15 gramas de peso. Entre estes animais está o menor mamífero brasileiro - o morcego marrom, pesando apenas 4 gramas. Apresentam pequena envergadura e têm coloração escura. Apresentam odor característico, produzido por glândulas especiais.

Eventualmente alguns morcegos podem entrar em alguns cômodos de sua casa e ter dificuldade de localizar a saída. Estes morcegos geralmente não conseguem levantar vôo do chão, necessitando de subir em algo, para então decolar. Se não perseguidos, logo encontrarão a saída, devendo ser deixada aberta janela ou porta.

Estas espécies de morcegos abandonam o refúgio pouco antes, durante ou logo após o crepúsculo para obter os inseto de que se alimenta. Com apenas 70 a 90 minutos eles capturam grande quantidade de insetos, que são fragmentados com os dentes ainda durante o vôo e as partes comestíveis estocadas nas bochechas. Ao retornarem ao refúgio é que ingerem o alimento. Os morcegos sairão novamente, se necessário, logo antes do amanhecer para capturar mais insetos. Grande quantidade de fezes é acumulada no refúgio destes morcegos, e podem cair no interior da residência pelas frestas do forro.

Devido ao pequeno porte deste animais, o acesso ao telhado é bastante facilitado. Eles utilizam telhas deslocadas, pequenos orifícios, calhas de água da chuva, vigas abertas, etc. o acesso mais empregado por estes morcegos pode ser descoberto, geralmente, pelas manchas escuras na parede ou observando-se a saída deles no crepúsculo.

Os morcegos são, em sua maioria, cooperativos, isto é, formam haréns ou colônias, por vezes muito numerosas. No entanto, as espécies que habitam telhados, não formam largas colônias, geralmente se restringindo a algumas dezenas. Você pode achar que o número é muito maior devido aos ruídos que ouve, principalmente próximo ao crepúsculo e durante a noite. O número destes animais pode variar durante o ano, pois é freqüentemente observado o isolamento das fêmeas no final da gestação e lactação.

Não apresentando hábito alimentar hematófago, isto é, ingestão de sangue, pouca probabilidade de transmissão de doenças é apresentada com a proximidade destes animais. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados. Jamais segure um morcego sem luvas, pois poderá ser mordido. Se observar fezes, guarde os alimentos em locais fechados para evitar contaminação. Tampe as caixas d'água, principalmente se localizadas no telhado. Ao mexer no forro utilize máscaras protetoras para o nariz e boca.

Mordidas de morcegos devem ser tratadas como qualquer ferimento provocado por outro mamífero. Lave imediatamente o ferimento com água e sabão. Você deve procurar orientação médica, para tomar vacinação preventiva da raiva.