A legislação brasileira estabelece que animais nativos em seu ambiente natural são pratimônio da União e sua captura, perseguição ou destruição são crimes. Apenas pesquisadores vinculados a instituições de pesquisas (como Universidades, por exemplo) devidamente registrados junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis podem realizar capturas destes animais para pesquisas específicas. Com isso, a captura destes animais não pode ser realizada por empresas que realizam o controle de animais sinantrópicos ou vetores, como é o caso de roedores e insetos.
O uso de produtos químicos para controle de fauna é regulado pela Fundação Estadual de Engenharia Ambiental e cada firma dedetizadora deve possuir licenciamento, que é concedido com base no produto empregado e na espécie a ser controlada. Ainda não há qualquer produto aceito como repelente para morcegos e há necessidade de se realizar testes com produtos já anunciados para avaliar-se o efeito destes sobre as espécies e o meio ambiente. Há no mercado um repelente pastoso que o fabricante informa que se colocado no local onde os animais passam acaba por repelir os morcegos, pelo desconforto que causa aos animais. No caso dos morcegos este produto pouco ou nada adiantará, pois os morcegos deslocam-se pelo telhado empregando o madeirame de sustentação do mesmo ou pelas telhas - como você passará o repelente lá?
O uso de paradiclorobenzeno também não se mostra muito eficaz. Este repelente sólido foi durante bastante tempo anunciado como eficaz para morcegos. No entanto, a quantidade a ser empregada é relativamente alta e trata-se de produto cancerígeno. No interior do telhado, nas condições que testamos o produto, este se volatilizou em menos de 30 dias e necessitaria, portanto, ser reposto a intervalos curtos. Imagine o gasto necessário !
Os fornecedores de repelentes eletrônicos que emitem sons de alta frequência não demonstram experiência controlada com morcegos e é muito pouco provável que funcionem adequadamente. Esta tecnologia foi importada dos Estados Unidos e como diferentes espécies de morcegos e diferentes condições são observadas no Brasil, mostra-se pouco provável que funcionem igualmente. Mesmo nos Estados Unidos não achamos referências destes sob uso controlado. Antes de se decidir em usar um destes aparelhos solicite a firma que anuncia o mesmo uma listagem dos locais e telefones próximos a você, onde o mesmo já foi empregado para repelir morcegos. Com toda a certeza você ecominizará um bom dinheiro não adquirindo-o sem garantia e este poderá ser empregado reformando seu telhado.
Mas, então, o que o morador pode fazer para se livrar dos morcegos? Com o dinheiro que você imaginou contratar uma firma dedetizadora ou adquirir o repelente eletrônico, pense em mudar um pouco estrutura de seu telhado. Se restos de fezes caem do forro uma retirada das fezes acumuladas é necessária. Contrate então uma firma de limpeza para destelhar o telhado e remover estas fezes. Após isto solicite que a mesma realize a vedação das frestas, do madeirame do forro e das telhas. Ao destelhar o telhado os morcegos se mudarão, mas escolha a data para fazê-lo. Os nascimentos nas espécies de morcegos que se utilizam de telhados tem seus filhotes entre outubro e fevereiro e não sairão facilmente, além de você estar causando um sacrifício de animais desnecessariamente.
E as firmas dedetizadoras não poderiam atuar no controle de morcegos? Até o momento não há procedimento legal que permita isto, mas estas empresas poderiam testar outros procedimentos, como o desenvolvimento de refúgios artificiais a serem colocados próximos aos locais onde os moradores reclamaram dos morcegos. Tal pesquisa é inédita no Brasil, mas largamente empregada nos Estados Unidos e na Europa. Geralmente chamadas de Batbox ou Bathouses, estes abrigos de madeira são colocados em locais onde quer se estimular a presença de morcegos e, com isso, minimizar o uso de telhados. Apesar de ainda não testadas no Brasil, estas estruturas são baratas e o investimento em adequá-las às espécies de morcegos brasileiros seria reduzida. Após a adequação a patente destas poderia render bons recursos a firma que investisse nisto. O refúgio de morcegos é comum no Brasil - temos em nosso arquivo registrados mais de 150 casos só no Município do Rio de Janeiro e há mercado para o uso desta técnica tão logo seja comprovada sua eficácia. Veja na página de links endereços de instituições que divulgam as batbox.