CyberLivro -
Não Estamos Sozinhos no Universo
Prólogo
Esta é mais uma novidade do JA Zine. Um
CyberLivro que você vai ler (gratuitamente, mais uma vez) capítulo
a capítulo, podendo opinar sobre o rumo que o livro vai seguir.
Número de capítulos? Imprevisível. Tudo vai depender
do seu interesse, da sua opinião, da sua crítica. Imagine
que, ao ler um livro, você pudesse ajudar o herói com uma
dica, ou prejudicá-lo com mais um obstáculo. Você poderia
salvar a Terra, mas também poderia destruí-la. Mas não
pense que isso será um desafio entre o autor (eu, no caso) e o leitor.
Ambos poderão trabalhar para os dois lados. Você, o leitor,
poderá escolher o seu lado. Eu, o autor, serei imparcial, trabalhando
pela emoção e seguindo a sua vontade. E, se sua dica for
incorporada à história, seu nome aparecerá no fim
do texto, como um colaborador. Espero que você se divirta e participe!
No capítulo desta edição você saberá
como tudo começou... Ah, um último aviso, não vá
pensando que você está lendo sobre humanos...
João André Guillaumon Neto, o autor
Capítulo 1 - Objeto Voador Não Identificado
- Atenção! Um OVNI está se
aproximando! Repito: um OVNI está se aproximando! Por favor, Ágon-5,
verifique. Mantenha a base informada.
- OK, Base-2. Aproximando-se do OVNI. Estabelecendo
contato auro-visual. Distância aproximada: 2340 metros. Não
há sinal de vida.
- Aproxime-se mais, Ágon-5. Procure capturar
o OVNI, mas cuidado com eventuais sistemas de defesa.
- OK, Base-2. Distância aproximada: 430
metros... 190 metros... 6 metros... Preparando captura... Abrir porta
do compartimento-prisão. Acionar garras magnéticas de captura.
O objeto pode ser atraído magneticamente. Acionando atração
magnética. O OVNI já foi capturado... trazendo-o para o interior
da nave. A captura foi um sucesso. Retornado para a base.
- OK, Ágon-5. Estamos aguardando sua chegada.
Alguns minutos depois...
- A operação foi um sucesso, senhor.
- OK, piloto. Agora vejamos o que capturamos.
Você checou a origem do material?
- Segundo os sensores da nave o material não
foi produzido por nossa civilização, nem pela natureza de
nosso planeta.
- De onde então veio esse objeto? Sabemos
que em todo o nosso sistema e em vários outros vizinhos não
existe vida. Provavelmente estamos sozinhos no Universo.
- Pela complexidade do OVNI, ele foi produzido
por alguma civilização inteligente. Dificilmente a Natureza
produziria algo assim.
- Hum... Vou mandar nossos principais cientistas
estudarem profundamente o objeto, a fim de que saibamos mais sobre ele.
- Sim, senhor. Isso pode ser importante para
nós.
O "senhor", chamado Halis, apertou um pequeno
botão em sua roupa e pediu:
- Por favor, selecione os nossos 400 mais importantes
cientistas para pesquisar o OVNI encontrado hoje. Eu quero ser informado
a cada avanço.
E uma voz grave e perfeita respondeu:
- Entendido. Selecionando 400 melhores cientistas...
Todos os 400 cientistas já foram convocados. O senhor será
informado.
- Obrigado.
Halis virou-se e se encaminhou para sua sala.
Lá, sentou-se em sua cadeira, reclinou-se e pensou: "Universo...
Um lugar grande, muito grande... e nós sozinhos aqui... talvez nem
tão sozinhos. Esse OVNI encontrado hoje... Será que a Natureza
seria capaz de produzir algo daquela complexidade? Isso só nossos
cientistas poderão responder. Mas, e se existe outra civilização
no Universo? Essa civilização é amigável? É
desenvolvida? Ela sabe que nós existimos? E em caso de conflito,
poderemos enfrentá-la? Esse mistério está me deixando
intrigado...".
Halis não parou por aí. Pensou
no risco que sua família poderia estar correndo. Não só
sua família, todos os que viviam naquele planeta chamado Exon. Dependendo
do nível de evolução da civilização
que supostamente havia construído aquela nave, Exon poderia ser
eliminado em alguns segundos. E se essa civilização tivesse
seguido seu objeto voador? Nesse caso, eles já saberiam a localização
de Exon. As idéias passavam rapidamente pela mente daquele exoniano.
Sua civilização já tinha cerca de 66 mil anos (observação:
todos os valores de espaço, tempo etc. já foram convertidos
para os padrões da Terra), e agora corria um risco jamais enfrentado.
Todas as doenças, os predadores, as dificuldades naturais, todos
juntos não equivaleriam àquela ameaça. Mas, e se fosse
o contrário? E se os exonianos representassem uma ameaça
à outra civilização? Halis estava cheio de dois sentimentos:
ansiedade pelos resultados das pesquisas, e preocupação pelo
que os mesmos pudessem revelar. Mas a ele só restava esperar.
Capítulo 2 - Civilização razoavelmente
avançada
- Senhor?
- Sim?
- As pesquisas com o OVNI foram concluídas.
- E o que descobrimos? - neste momento Halis abre um sorriso de satisfação,
esperando a resposta.
- O objeto provavelmente tem como função principal o rastreamento
de planetas. Os dados obtidos são enviados para uma base por rádio.
Felizmente o equipamento já havia sido desativado e portanto ainda
não sabem nossa localização.
- Ótimo. O que mais descobrimos? O funcionamento do aparelho?
- O funcionamento possui alguns detalhes desconhecidos, mas em breve
seremos capazes de colocar o aparelho em funcionamento novamente. De modo
geral a tecnologia é um pouco inferior à nossa.
- Não faça isso! Assim poderão descobrir nossa
localização!
- Ah, senhor... quanto à localização... Encontramos
no interior do aparelho uma placa feita de um metal não existente
em nosso planeta, muito brilhante. Nela estavam gravados alguns desenhos...
- Desenhos?
- É, parecia que eram duas espécies existentes no planeta
de origem do objeto e também a localização deste planeta.
- Localização? E a distância?
- Na placa não consta a distância, mas parece que é
o sétimo planeta do Sistema Solar de 9P.
- Mas já exploramos este sistema!
- Exploramos, mas só até o terceiro planeta. Os outros
ainda não foram explorados.(observação: a contagem
dos planetas em Exon se dá a partir do planeta mais distante do
Sol)
- Então precisamos reiniciar as explorações na
região!
- Sim, mas o estranho é que este planeta tem temperaturas muito
inferiores às nossas. Seria difícil haver o desenvolvimento
de vida inteligente naquelas condições.
- Quais são as temperaturas?
- Em certas regiões durante grande parte do ano as temperaturas
são inferiores a -40oC. Em outras as temperaturas máximas
são 40oC.
- É estranho, considerando que nossas temperaturas nas regiões
habitadas são de cerca de 65oC. (nota: torno a dizer
que as unidades de medida já foram convertidas)
- O que faremos?
- Prepare uma equipe para explorar a região. Para começar
vamos construir uma base no quinto planeta. A equipe deverá ser
composta por 500 naves Ágon, 6 naves Hip e 2 naves Ogia. Paralelamente
envie 2 naves não-tripuladas de exploração. Tente
descobrir dados como nível de inteligência dos seres, número
de habitantes inteligentes, tecnologia e outros. Precisamos estar bem informados.
Halis agora já estava mais confiante. Por
menor que fosse a vantagem tecnológica, esta era a favor dos exonianos.
A localização do planeta desconhecido agora já era
sabida. Todas as suas preocupações deram lugar a um raciocínio
lógico buscando o meio mais adequado de aproximação,
sendo essa pacífica ou não. Halis então resolveu se
colocar no lugar dos humanos: o que ele faria se de repente seres de outro
planeta chegassem com uma frota enorme?
Capítulo 3 - A aproximação
Após 8 meses de viagem a uma velocidade incrível,
a frota de Exon já se aproximava da Terra. Segundo o plno de reconhecimento,
a grande maioria das naves deveria esperar em Marte enquanto algumas pequenas
naves chegariam à Lua, pousando em sua face oculta, agora conhecida
pelos exonianos.
Após 4 dias tudo já estava pronto:
todas as naves pousadas em Júpiter, exceto 30 naves Ágon,
que pousaram na face oculta da Lua. A próxima etapa seria se aproximar
mais da Terra e até pousar nela sem serem percebidos, enquanto as
naves de Júpiter tentavam decifrar os sinais de rádio que
ali eram captados.
Mas os exonianos não pensavam que os habitantes
do planeta desconhecido eram tão inteligentes. Os terráqueos
captaram também os sinais de rádio das naves Ágon
e rapidamente chegaram a uma conclusão: alguma forma inteligente
de vida estava por perto, pois aqueles sinais sópoderiam ser produzidos
por seres inteligentes e esses seres não eram da Terra. Instalou-se
então um sentimento misto de esperança e medo nas mentes
de toda a cúpula da segurança mundial. O que deveria ser
feito? Seria seguro aguardar? E o que aconteceria se entrassem em contato
com esses seres?
Uma união jamais vista entre a cúpula
de todos os países da Terra ocorreu e decidiu que deveriam ser tomadas
várias ações. Primeiro, deveriam se preparar para
a Primeira Guerra Interplanetária. Depois, deveriam tentar o mais
rápido possível decifrar aqueles sinais. E, por último,
deveriam se aproximar e verificar o que os alienígenas estavam fazendo.
Mas o tempo gasto para organizar tudo isso foi suficiente
para que os exonianos decidissem se aproximar do planeta Terra. E é
o que fariam em dois dias, quando as noites seriam mais escuras devido
à lua nova. O confronto iria se iniciar.
Capítulo 4 - O encontro
E, dentro dos dois dias inicialmente previstos, centenas
de naves apareceram repentinamente em milhares de radares espalhados pela
Terra. Foi decretado Estado de Emergência em inúmeras cidades
e nações, pessoas enlouqueceram com o aparecimento de pontos
brilhantes no céu, outras de encantaram, algumas se suicidaram em
busca da salvação.
No rádio, nos jornais, na televisão,
na Internet, em todas as mídias surgiam tentativas de explicação
para aquilo. Surgiram pessoas que falavam que se comunicavam com aqueles
seres, surgiram pessoas dizendo que o Juízo Final havia chegado,
muitos venderam tudo o que tinham e saíram e peregrinação
em busca da Salvação. Mas as autoridades faziam de tudo para
abafar o boato.
A cúpula antes reunida sabia exatamente o
que estava acontecendo, e diante do número de naves que cercavam
a Terra decidiram que o mais sensato seria tentar entrar em acordo com
os extraterrestres. E é o que fizeram.
Tentaram um contato por rádio e, após
descobrir a freqüência do rádio exoniano tentaram se
comunicar. Os especialistas exonianos, após ouvir horas de conversas
gravadas da televisão e do rádio, conseguiram aprender o
significado de um bom número de palavras em Português, já
que a nave-mãe estava mais próxima do Brasil.
Quando receberam o chamado humano no rádio,
correram para a sala de comunicações e, enquanto alguns tentavam
se comunicar com os humanos, outros enviavam mensagens sobre o contato
para seu planeta natal.
Os humanos tentaram contato em várias línguas
e, assim que perceberam que o Português era mais aceito pelos exonianos,
dissream uma simples e significativa frase:
-- Queremos paz.
Os exonianos, após alguns minutos pesquisando
a palavra, responderam:
-- Paz... Oferecer que?
-- Podemos trocar tecnologia.
Mais alguns minutos se passaram e:
-- Querer uma coisa: cura.
-- Cura? Cura do que?
-- Cura doença. Cura gripe.
--O que? Vocês também têm gripe?
-- Ter doença parecida... Ver livros médicos...
-- Certo... Afastem suas naves e mandem um representante.
-- Aguardar...
Se passaram duas horas de ansiedade até que
as naves foram se afastando. Uma delas, porém, se aproximava cada
vez mais, até pousar no deserto da Patagônia.
A nave se abriu e dela saiu um ser quse humano, exceto
pela palidez exagerada e pela ausência total de pêlos. Ele
começou a falar dentro de sua roupa e ouviu-se no centro de comunicações
humano:
-- Sou representante. Onde estar cura gripe...
-- Ela será levada até aí em
uma hora. Conte sobre seu planeta.
-- Primeiro cura...
-- Sabemos disso, aguarde por favor.
Um avião supersônico já segui
na direção do exoniano e após cerca de uma hora este
pôde ver no céu aquela forma metálica. Após
o pouso, um cientista brasileiro (o avião havia partido do Brasil),
maravilhado, desceu da nave e andou na direção do exoniano.
Passo a passo, sentia que algo que a humanidade esperara por milênios
estava sendo realizado por ele. Ao chegar mais perto do humanóide
este ordenou que ele parasse, deixasse a caixa de injeções
contra a gripe no chão e se afastasse. O exoniano então pegou
a caixa e a guardou numa bolsa presa à sua roupa. Então virou-se
em direção à nave e disse:
-- Obrigado. Alguém vir nave. Eu ficar aqui.
-- Eu vou! Pode deixar! -- respondeu rapidamente
o cientista brasileiro.
-- Certo.
O exoniano entrou na nave, seguido pelo cientista.
Em seguida deixou a caixa numa gaveta, saiu e dirigiu-se ao avião
pousado ali perto. O cientista ficou decepcionado com o que viu. Esperava
algo futurista e diferente. Mas deparou-se com um ambiente claro, feito
de um material desconhecido por ele. Em seguida apareceram mais dois exonianos
que informaram que ele deveria ir até o chefe da missão,
na nave-mãe. Mas antes era preciso que ele vestisse uma roupa para
que ele respirasse oxigênio. Foi aí que o cientista se surpreendeu:
-- Como sabem que preciso de oxigênio?
-- Livros.
-- Nossa! Vocês leram bastante hem?
-- Tudo estar livros.
A firmeza na voz dos exonianos assustava um pouco
o cientista. A nave começava a se mover.
Nesse mesmo instante o representatnte exoniano na
Terra fazia perguntas aos terráqueos, que por sua vez faziam inúmeras
perguntas ao exoniano. Ele sabia algo sobre a Terra -- livros, mais uma
vez -- mas os terráqueos não faziam idéia de como
era Exon. Um comandante da Aeronáutica iniciou a série de
perguntas:
-- Como descobriram a Terra?
-- Nave.
-- Nave?!
-- Pequena nave. Sem terrestre...
-- Hum... Parece que ele está se referindo
a um satélite aificial. -- disse o comandante dirigindo-se a seu
assistente. E continuou:
-- Há quanto tempo estão nos observando?
-- 4 dias...
-- Hum... E como aprenderam nossa língua em
tão pouco tempo?
O exoniano tirou da cintura uma pequena caixa feita
de um material como plástico. O assistente do comandante se preparou
para atirar, mas foi impedido pelo próprio comandante.
-- Você está louco?! Quer provocar uma
guerra contra um povo que nem conhecemos?!
O exoniano então pressionou um ponto na caixa
e um rosto apareceu numa pequena tela. Ouviu-se uma voz falando uma língua
totalmente estranha a eles e então ele disse:
-- Computador... Gravar conversas e imagens e computador
decifrar.
-- Hum... Incrível!
-- Humanos estar perto isso. Humanos saber coisas
não sabemos.
O comandante pensou que, naquele momento, ele poderia
iniciar uma amizade ou uma guerra. Como precaução, resolveu
deixar as conversas para o dia seguinte, quando já teria conversado
com a cúpula internacional.
-- Você poderá descansar agora. Teremos
soldados armados para sua proteção... Ah, mais uma coisa:
por enquanto os outros humanos não podem saber da existência
de seu povo. Diga isso a seu chefe.
-- Certo...
O comandante virou-se e saiu da sala. Em seguida
dois soldados escoltaram o exoniano até seu quarto. A conversa do
dia seguinte poderia mudar o rumo da humanidade...
Capítulo 5 - A decisão final
Já no dia seguinte os chefes da Cúpula
Internacional sentaram-se numa enorme mesa diante de um pequeno aparelho
do ser exoniano, próprio para videoconferência. Assim os exonianos
e os humanos poderiam se comunicar livremente, tendo pelo menos uma das
espécies em cada um dos locais (a base humana e a nave exoniana
atrás da lua).
Acomodados, os humanos observavam aquele ser estranho,
mas não tanto quanto imaginavam ser os extraterrestres, manusear
com desenvoltura seu pequeno aparelho.
Em menos de dois minutos aparecia na tela um exoniano
com uma roupa um pouco diferente das roupas dos outros. Parecia que era
um militar com uma patente a mais. Ele então começa a falar
com uma voz estranha, totalmente diferente da voz do outro exoniano. Parecia
mais real.
- Bom dia. Estou usando um tradutor eletrônico
um pouco mais açado que o de nosso representante. Acho que podem
perceber.
- Tradutor? Então é isso! - exclamou
o assistente do comandante. - Aquilo não era só um computador!
- Não mesmo. - respondera o líder exoniano.
- Mas precisamos resolver algo muito importante. Vocês querem paz
ou guerra?
- Paz, é óbvio.
- O que é "óbvio"?
- Queremos paz, com certeza.
- Sim, mas podem colaborar com nossa ciência?
- Sim, e queremos ajuda também.
- Então mandaremos nossas naves pousarem nessa
região.
- Não, por favor! O caos se instalaria! Nosso
povo não está preparado para tal!
- Mas, então, o que faremos?
- Vamos continuar nos comunicando, vocês mandarão
uma equipe de cientistas para cá e alguns de nossos cientistas irão
para seu planeta. Teremos de manter essa situação por algum
tempo, até prepararmos a população para sua vinda.
- E quanto tempo seria necessário?
- Não sabemos... Espalharemos boatos de Objetos
Voadores Não-Identificados. Quando o povo se acostumar com a idéia,
vocês serão "apresentados"...
- Mas isso pode levar semanas, meses, anos, décadas...
- Não há outra alternativa.
- Certo. Pousaremos durante a noite no mesmo local.
E que sejão iniciadas as colaborações!
- Estaremos esperando...
Durante todos esses anos os exonianos permaneceram
escondidos na Terra. Todos pensam que não existem extraterrestres,
mas suspeitam. As autoridades não negam mais a existência
de vida fora da Terra, apenas omitem-se e não revelam nada sobre
o assunto. Que os humanos possam um dia saber da verdade.
Chega ao fim o primeiro CyberLivro.
Se restar alguma dúvida sobre a história, pergunte-me e eu
responderei.
Para isso, envie e-mail para jazine@geocities.com
. Não se esqueça de escrever seu nome!