Veja bem, este artigo não tem o cunho pessimista, mas o de ser um grande
ALERTA. Todos somos coniventes e vítimas desta situação.
Os alimentos existem para trazer nutrição e saúde, não é verdade?
Mas, especialistas explicam como a população adoece devido aos resíduos tóxicos nos alimentos produzidos em larga escala. Irônico não?
Técnicas mecanizadas, que preparam a terra para o plantio em larga escala,
usam o arado e máquinas, que rasgam impiedosamente a terra, acabando com
os seus nutrientes e produzindo plantas cada vez mais inócuas.
Podemos dizer que, ao longo do tempo, estamos ingerindo alimentos de solos
agonizantes.
Olha a conseqüência! Quanto mais pobre o solo, maior a necessidade de “agrotóxicos”!
Assim, os alimentos são cada vez mais pobres de nutrientes e mais ricos de toxicidade.
Os distúrbios provocados pela intoxicação e insuficiência de nutrientes
destes alimentos entopem os consultórios médicos e, por falta de um
diagnóstico sério, o paciente acaba levando tranqüilizantes para casa. A
venda de tranqüilizantes é “record” neste país.
O conceito mais moderno em todas as doenças, infecciosas ou não, é de que
decorrem de um terreno subnutrido e intoxicado. Portanto, qualquer
tratamento verdadeiro da doença deve se iniciar pela desintoxicação e
interrupção dos processos de intoxicação.
Esta foi a tônica de um Congresso de Medicina Alternativa do qual
participei em 2002 com médicos de todo o Brasil. Médicos de formação
tradicional alopática, mas que usam também terapias alternativas em seus
consultórios. Iridologia, acupuntura, ortomolecular, radiestesia, terapias
corporais e energéticas, etc.
Como mudar este panorama?
A solução não é desconhecida, mas exige a participação de todos. Tanto como beneficiários ativos (consumidores e plantadores), como também de transformadores/propagadores.
A "tecnologia" utilizada para produzir orgânicos é exatamente a mesma de nossos antepassados há 50, 100 ou 300 anos. A produção dos alimentos e produtos orgânicos está renascendo e faz 10 anos não para de crescer aqui no Brasil.
Eles são totalmente livres de fertilizantes sintéticos, hormônios,
aditivos, drogas veterinárias e químicos em geral. Essa é a primeira - e
mais importante - razão pela qual a agricultura à moda antiga está
voltando à cena.
A relação com o solo é de respeito e a sua adubação é 100% natural, usando
principalmente o húmus, adubo animal e vegetal.
- A primeira grande vantagem está na não agressão do solo e todo o ecossistema.
- A segunda é que o alimento que brota neste solo será rico em micronutrientes, além de sabor e textura especiais.
- A terceira é que o alimento será isento de toxicidade.
Nas grandes cidades, é virtualmente impossível alimentar-se só de produtos
orgânicos. Daí por que é tão importante conhecer o que leva mais e o que
leva menos química no processo de cultivo, para saber como minimizar o
efeito desta toxicidade no dia-a-dia.
Aqui temos uma vantagem sutil porém de vital importância. Em termos de
macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), praticamente não há
diferenças entre os alimentos orgânicos e os convencionais. Mas, no que
diz respeito aos micronutrientes (sais minerais, vitaminas, fitoquímicos e
antibióticos naturais), os orgânicos saem disparados na frente.
As frutas, legumes e verduras orgânicos contêm "energia vital" e
micronutrientes, portanto são os verdadeiros alimentos “nutracêuticos”, ou
seja, nutrem e curam ao mesmo tempo.
A proliferação de bactérias nos orgânicos é menor porque eles têm menos água em sua composição. Resultado: a durabilidade é maior. Além disso, a casca é bem mais firme e o sabor, mais intenso e verdadeiro. Eles são muito mais gostosos. Quando você se acostuma com eles, não consegue mais consumir os convencionais.
A onda verde não inclui só benefícios pessoais. O modelo orgânico é
socialmente mais justo e traz benefícios ecológicos e sociais em escala
global.
A produção não-convencional se identifica naturalmente com pequenas
propriedades e associações de agricultores. A biodiversidade inerente ao
sistema tem mais a ver com o sítio que produz de tudo um pouco do que com
o latifúndio monocultor. Tanto é assim que 70% da produção de alimentos
orgânicos no Brasil vem de núcleos de agricultura familiar.
O ideal ecológico prega a independência do agricultor em relação à
indústria agroquímica, pois acredita na propriedade auto-sustentável. E vê
a unidade rural como um organismo vivo e complexo. É o oposto da visão
mecanicista, que enxerga a terra como algo a ser domado e explorado por
meio de máquinas e químicos.
Por definição, o orgânico é também ecológico. Ao abrir mão dos químicos e
se preocupar com a fertilidade da terra, em vez de se ater apenas aos
resultados da produção, ele defende a biodiversidade e protege o meio
ambiente. Nas hortas, convivem dezenas de espécies diferentes - e mesmo o
mato que seria extirpado na plantação tradicional tem lugar aqui.
O mesmo vale para o esterco dos animais, usado na adubação do solo, e para
o controle de pragas, feito com técnicas naturais. Um bom exemplo é o dos
canteiros de morangos que são protegidos por abelhas contra o fungo cinza,
um dos piores inimigos desta fruta.
Boa parte das modificações transgênicas foi levada a cabo para tornar as
culturas mais resistentes aos agrotóxicos. O resultado é que o agricultor
convencional pode jogar mais veneno sobre sua plantação, ampliando o
extermínio de espécies (tanto da fauna como da flora) e contaminando o
solo e os lençóis freáticos.
As propriedades orgânicas, ao contrário, precisam do equilíbrio ecológico
para continuar produzindo. Justamente por isso é possível montar uma
pequena horta orgânica em casa.
Hoje, no Brasil, existem várias instituições que dão certificados de
garantia aos produtos orgânicos. As duas mais importantes são a Associação
de Certificação Instituto Biodinâmico (IBD) e a AAOCERT, ligada à
Associação de Agricultura Orgânica. Ambas só concedem o selo de qualidade
a quem estiver em dia com uma agenda social, que inclui o combate ao
trabalho infantil e cuidados com saúde/moradia dos agricultores, e outra
ecológica, como a proteção das matas ciliares.
Nem é preciso dizer que um alimento certificado nunca pode vir de uma
semente geneticamente modificada.
Bom, nem tudo são flores na cultura orgânica. Existem dificuldades:
1. Sem agrotóxicos, os legumes, verduras e frutas 100% naturais são menores e um pouco mais feiosos que os convencionais.
2. A produção ainda é relativamente pequena. Há um problema de disponibilidade, ou seja, nem sempre é possível encontrar tudo o que se gostaria nas feiras e mercados.
3. Porque a disponibilidade e a escala de produção são menores, o preço é
(quase sempre) mais alto.
A boa notícia é que o aumento do consumo e o crescente interesse pelos
alimentos orgânicos estão atraindo mais produtores para esse mercado.
Assim, o custo do transporte por quilo deve cair e a oferta tende a se
aproximar da demanda.
Mas, você já sabe, quem experimenta gosta - e não quer saber de voltar
atrás. Pesquisa feita em São Paulo pelo Instituto Gallup mostrou que sete
em cada dez entrevistados não se incomodam em pagar até 30% a mais para
ter orgânicos no prato. É gente que prefere gastar um pouco mais agora
para economizar depois com tratamentos médicos. Gente que está de olho na
saúde e quer comidas mais gostosas e duráveis - sem perder de vista
questões ecológicas e de justiça social.
Os benefícios, não há dúvida, se estendem também ao planeta. Está na
cara que é melhor investir agora em modelos auto-sustentáveis do que
sermos forçados a gastar bilhões no futuro para tentar salvar a terra, a
água e a vida do nosso mundo.
Fica assim o alerta: Investir nos alimentos orgânicos é mais que um
projeto de vida, mas também ecológico e social.
Minimizando os riscos
Nem sempre é possível só ter alimentos orgânicos em casa. Mesmo apelando
para os convencionais sempre será possível minimizar o consumo de
agrotóxicos, fertilizantes e aditivos químicos. Basta optar pelos que
recebem menos químicos no processo de produção. Confira as dicas do
agrônomo Moacir Roberto Darolt, pesquisador do Instituto Agronômico do
Paraná.
- RISCO BAIXO
Feijão, peixes marinhos, folhas, caqui, pitanga, abacate, acerola,
jabuticaba, coco, mexerica e nêspera. Esses alimentos têm ciclo curto de
cultivo e recebem menos pulverizações com agrotóxicos. Os peixes marinhos
são capturados no mar e não recebem nenhuma espécie de hormônio de
crescimento, pois vivem livres em seu hábitat natural.
- RISCO MÉDIO
Arroz integral, carne bovina, peixes de água doce, beterraba, cenoura,
alho, banana, manga, abacaxi, melancia, laranja, mamão formosa e maracujá.
Todos têm ciclo de vida intermediário e recebem um número de pulverizações
um pouco maior do que os alimentos do grupo anterior. No caso de bovinos e
peixes criados em lagos, existe a presença de drogas veterinárias e
hormônios de crescimento.
- RISCO ALTO
Frango, tomate, pimentão, berinjela, pepino, abobrinha, morango, goiaba,
uva, maçã, pêssego, mamão papaia, figo, pêra, melão e nectarina. São muito
delicados para produzir e estão mais sujeitos ao ataque de pragas,
portanto recebem mais químicos. O tomate é o campeão em resíduos porque
recebe em média 36 pulverizações com agrotóxicos. O frango é outro vilão.
Criado de maneira intensiva, fica confinado e recebe doses enormes de
hormônios de crescimento.
DICAS IMPORTANTES
1. Prefira frutas e verduras da época. Para forçar a produção fora da temporada natural, é necessário usar mais agrotóxicos.
2. Alerta! As pessoas confundem. O produto é orgânico e natural, mas vem da terra e foi irrigado com água que pode estar contaminada. Foi manuseado e transportado. Portanto tem que ser bem lavado, tanto qualquer outro alimento. Lave frutas e verduras em água corrente durante pelo menos um minuto esfregando com uma esponja ou coloque-as durante 20 minutos numa solução de 1 litro de água com quatro colheres de sopa de vinagre.
3. Tire as folhas externas das verduras, pois elas concentram mais agrotóxicos.
4. Descasque as frutas, especialmente pêssegos e maçãs.
5. Retire a gordura das carnes e a pele do frango. Substâncias tóxicas se acumulam mais nos tecidos gordurosos e nas vísceras.
6. Diversifique sempre os vegetais consumidos, pois assim você reduz a ingestão de um mesmo agrotóxico.
7. Dê preferência a produtos regionais, Alimentos que percorrem longas
distâncias, como os importados, normalmente são pulverizados pós-colheita
e possuem um nível ainda maior de agrotóxicos e aditivos químicos.
SABER MAIS: Para encontrar pontos de venda (lojas, serviços de entrega em
domicílio, supermercados e feiras) em vários estados, visite o portal
Planeta Orgânico (www.planetaorganico.com.br). Lá você irá encontrar boas
dicas de leitura.
Outras na Internet:
www.planetaorganico.com.br - notícias e informações sobre alimentos e
produtores de todo o Brasil.
www.agrorganica.com.br - portal de um grupo de voluntários que trabalham
com agricultura ecológica e orgânica
www.ibd.com.br - site do Instituto Biodinâmico (IBD) que certifica
produtores de alimentos orgânicos
www.aao.org.br - site da Associação de Agricultura Orgânica, que funciona
em São Paulo desde 1989
www.abio.org.br - site da Associação de Agricultores Biológicos do Estado
do Rio de Janeiro
Feiras:
SÃO PAULO
Água Branca - terça e sábado das 7h às 12h - Av. Francisco Matarazzo, 455
Ibirapuera - domingo das 7h às 12h - Rua Tutóia, perto da Igreja do
Santíssimo Sacramento
Varejão do Ceagesp - sábado pela manhã - Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946
RIO DE JANEIRO
Glória - sábado pela manhã - Praça do Russel
Coonatura - terça-feira - Rua Professor Millward, 65
PORTO ALEGRE
Bom Fim - sábado das 7h30 às 13h - Av. José Bonifácio, 675
Menino Deus - sábado das 7h30 às 13h, quarta das 15h às 20h - Av. Getúlio
Vargas, 1384
BRASÍLIA
Orgânica - sábado pela manhã - SQS 703/4
Associação de Agricultura Ecológica - quarta e sábado pela manhã - SQS 112
(quarta), SQN 315/16 e SQS 709 (sábado)
Agradeço ao Maurício Tayar Casamassa que me enviou via net bastante
informações sobre este tema, muitas das quais usei neste texto.
Obtido no site SOMOS TODOS UM