Ele é sat: Ele é verdadeiro, existencial.
Ele é chit: consciência, percepção.
E, finalmente, o pico mais alto, é anand: felicidade. Onde há felicidade,
há Deus.
Sempre que você vir uma pessoa plena de felicidade, respeite-a, ela é
sagrada. E sempre que encontrar um grupo que se sente feliz e festivo,
veja esse lugar como sagrado. Temos que aprender uma linguagem totalmente
nova, só assim esta velha e pobre humanidade pode ser mudada. Temos que
aprender a linguagem da saúde, da totalidade, da felicidade. Vai ser
difícil porque são grandes os nossos investimentos. Por isso é tão difícil
ser feliz e tão fácil ser miserável. E mais uma coisa: a miséria não
precisa de talento, qualquer um pode tê-la. A felicidade precisa de
talento, gênio e criatividade. Só as pessoas criativas podem ser felizes.
Que isto penetre fundo em seu coração: só as pessoas criativas são
felizes. A felicidade é um subproduto da criatividade. Crie alguma coisa e
você será feliz. Crie um jardim, faça-o florir, e alguma coisa florescerá
em você.
Crie uma pintura, e conforme ela for se desenvolvendo, algo começará a se
desenvolver em você. Quando a pintura acabar, quando você der os últimos
retoques, verá que não é mais a mesma pessoa. Está dando os últimos
retoques em alguma coisa que é muito nova em você mesmo.
Escreva um poema, cante uma canção, dance uma música e veja: você começa a
se sentir feliz. É por isso que em minha comunidade da criatividade, será
nossa prece a Deus. Esta comunidade não será triste, com caras sérias que
nada fazem a não ser sentar sob uma árvore em suas esteiras e vegetar.
Esta será uma comuna de artistas, pintores, de poetas, de escultores, de
dançarinos, de músicos – há tantas coisas a fazer!
Deus só lhe deu esta oportunidade para ser criativo: a vida é a
oportunidade para ser criativo. Se você for criativo será feliz. Já viu a
alegria no rosto da mãe quando a criança começa a se desenvolver no útero?
Já viu a mudança que acontece à mulher quando engravida? O que está
acontecendo? Algo está florescendo dentro dela; ela está sendo criativa,
dará à luz uma nova vida. Está imensamente feliz, imensamente alegre, em
seu coração há uma canção.
Quando a criança nasce e a mãe vê o filho pela primeira vez, veja a
profundidade em seus olhos, a alegria do seu ser. Ela passou por grande
dor para esta alegria, mas não entrou na dor só pela dor. Ela sofreu, mas
seu sofrimento é tremendamente valioso; não é ascético, é criativo. Ela
sofreu para criar mais alegria.
Quando você começa a escalar o pico mais alto de uma montanha, é árduo. E
quando chega no alto e se deita, suspirando com as nuvens, olhando para o
céu, com a alegria enchendo seu coração - essa alegria vem quando você
alcança qualquer pico de criatividade.
É preciso inteligência para ser feliz, e as pessoas são ensinadas a não
serem inteligentes.
A sociedade não quer que a inteligência floresça. A sociedade não precisa
de inteligência; na verdade, sente medo dela. A sociedade precisa de
pessoas estúpidas. Por que? Porque os estúpidos são Sannyas manipuláveis.
As pessoas inteligentes não são necessariamente obedientes – podem
obedecer, podem não obedecer. Mas a pessoa estúpida não desobedece; está
sempre pronta a ser comandada. A pessoa estúpida precisa de alguém para
comandá-la, porque não tem inteligência para viver por si mesma. Quer
alguém para dirigi-la; busca os seus próprios tiranos. Os políticos não
querem que a inteligência aconteça no mundo, os padres não querem que a
inteligência aconteça no mundo, os generais idem. Ninguém quer realmente a
inteligência. As pessoas querem que todos permaneçam estúpidos, que todos
sejam obedientes e conformistas - jamais saiam do rebanho, que permaneçam
sempre na ralé. Controláveis, manipuláveis, manejáveis.
Mas a pessoa tola é tradicional. Está pronta para seguir os padres, pronta
para seguir os políticos estúpidos, pronta para obedecer qualquer ordem;
alguém que tenha autoridade e ela está pronta para cair a seus pés.
Sem inteligência não pode haver felicidade. O homem só pode ser feliz se
for inteligente, totalmente inteligente.
A meditação é um truque para liberar a inteligência. Quanto mais
meditativo você se tornar, mais inteligente será. Mas lembre-se,
inteligência não quer dizer intelectualidade.
A intelectualidade faz parte da estupidez. A inteligência é um fenômeno
totalmente diferente, não tem nada a ver com a cabeça. A inteligência é
algo que vem de seu próprio centro. Ela cresce em você e, com ela, muitas
outras coisas começam a crescer. Você se torna feliz, torna-se criativo,
torna-se rebelde, torna-se aventureiro, começa a gostar da insegurança,
começa a mover-se para o desconhecido. Começa a viver perigosamente,
porque essa é a única maneira de viver. Ser um saniasyn significa decidir:
“Viverei minha vida inteligentemente, não serei um mero imitador.
Viverei com meu próprio ser, não serei dirigido e comandado pelo exterior.
Arriscarei tudo para ser eu mesmo, mas não farei parte da psicologia da
massa. Caminharei sozinho, descobrirei meu próprio caminho, farei o meu
próprio caminho no mundo da verdade”.
Só andando no desconhecido, você percebe o caminho. Na verdade o caminho
já está aí, e caminhando você o cria.
Para as pessoas estúpidas existem grandes rodovias onde se move a
massa: Há séculos e séculos essas pessoas têm se movido e não vão a lugar
nenhum, andam em círculos. Mas têm o conforto de estarem com muita gente,
de não estarem sós.
A inteligência lhe dá coragem para estar só, e inteligência lhe dá a visão
para ser criativo. Uma grande urgência, um grande apetite pela
criatividade surge em você. E só então, como conseqüência, você pode ser
feliz, pode estar pleno de graça.
OSHO
Da série "O livro da sabedoria II"
Recebido de Elisabete Cavalcante
Obtido no site SOMOS TODOS UM