Numerologia: Previsão
ou Livre Arbítrio?
Por: Sonia Weil - sonyyahnumeros@sercomtel.com.br
Uma questão que muitas
vezes surge em relação à Numerologia é se ela faz previsões, e se a sua
utilização não interfere em nosso livre arbítrio.
A palavra “previsão” traz a noção de fatos inalteráveis regendo a nossa
vida, dando-nos muito poucas possibilidades de ações alternativas. Ela
pode nos trazer um sentimento de inevitabilidade, e por outro lado, o
desejo de tudo conhecer para controlar o nosso futuro.
No outro pólo, a palavra “liberdade” sugere que somos inteiramente
independentes e capazes de tudo, como se não fossemos seres regidos por
múltiplos ciclos biológicos, emocionais e mentais; e ainda mais,
participantes de um meio social e de seu imaginário cultural que nos afeta
e por nós é afetado.
A Numerologia traz uma visão alternativa às duas anteriores,
integrando-as: existem pré-disposições em termos de características
pessoais e do tipo de experiência vivida a cada ano a partir dos nossos
ciclos? Sim! Mas COMO e EM QUE NÍVEL isso vai acontecer, depende de nós.
Podemos simplesmente atuar inconscientemente, no “piloto automático”, como
fazemos grande parte das coisas na maior parte do tempo: comemos
rapidamente sem perceber bem o gosto da comida; andamos sem prestar
atenção ao ambiente que nos cerca e ao próprio andar, imersos que estamos
em nossos pensamentos; atropelamos a fala do outro sem tê-lo ouvido por
completo, porque já “imaginamos” o que ele vai dizer (e, é claro, ao
ouvi-lo falar, já dividíamos a nossa atenção ao ficar pensando o que
iríamos responder em seguida).
Agimos de maneira condicionada sobre padrões que estruturamos a partir das
nossas experiências passadas. Desde a nossa infância, criamos mecanismos
físicos, emocionais e mentais, que atuam instintivamente nas situações
cotidianas, fazendo com que tenhamos reações muitas vezes previsíveis
(para os outros mais atentos; nós geralmente nem as percebemos com
clareza).
Ficamos presos a esta estrutura e caminhamos pela vida sem muita
consciência dos nossos padrões limitadores e de nosso verdadeiro eu.
Quantas vezes repetimos as mesmas atitudes automaticamente, como ao nos
magoar ou enfurecer novamente em situações semelhantes, ou nos apaixonar
pelo mesmo tipo de pessoa, que, já sabemos, não nos faz bem... e aí
dizemos “ih, aconteceu de novo”?!
Nesse nível, podemos realmente sentir que “a vida nos afeta” de fora para
dentro, pois não temos muita consciência dos nossos processos internos, e
de nossas possibilidades maiores.
Mas, por outro lado, quanto mais conscientes nos tornamos, menos nos
sentimos “joguetes” de um destino que tudo determina. Quando começamos a
perceber como somos, e como funcionamos nas mais variadas situações,
deixamos de nos identificar tão completamente com a “visão aprendida” e
nossos condicionamentos, e percebemos que a relação com a vida é uma
parceria de “mão dupla”.
Criamos e somos criados pelo nosso mapa. Temos tendências inatas, mas
podemos trabalhá-las em vários níveis. O mesmo 2 pode ser vivido como
sensibilidade extremada e frágil ou capacidade de perceber o outro com
profundidade. Podemos nos isolar do mundo num ciclo 9, remoendo os nossos
ressentimentos, ou podemos aproveitá-lo para reavaliar a nossa vida,
fazendo novas escolhas. Podemos lidar com uma situação de transformação
profunda, como num momento 13, de maneira emocional e dramática ou como
uma experiência libertadora.
A partir dessa consciência, re-descobrimos a nossa individualidade única
e, ao mesmo tempo, a nossa relação com o universo, como seres cósmicos que
somos.
E um novo sentido se instala, nos fazendo perceber conexões antes
invisíveis aos nossos olhos. Aprendemos as “ler os sinais” que a vida nos
traz e a seguir suas indicações, ao fazer nossas escolhas. Extraímos a
lição das situações mais difíceis, evitando que elas tenham que se
repetir, repetir, repetir, até que aprendamos a tomar consciência.
Nos permitimos sair do “filme conhecido” para explorar novos roteiros.
Descobrimos que somos o ator, e não apenas o personagem. A
partir dessa enfoque, a nossa vida ganha uma nova direção e imensa
amplitude.
A Numerologia deixa, aqui, de ser simples previsão, e passa a ser uma
indicadora de possibilidades, um verdadeiro mapa de descobrimento e ajuda
em nossa viagem através da vida.
Até que uma transformação ainda mais profunda ocorra em nossa consciência,
e aí, não estejamos mais identificados com esse “eu” que conhecemos e com
os seus ciclos. Mas isso já é uma outra história...Obtido no
site SOMOS TODOS UM