Optar! Priorizar! Fazer
escolhas! Família, filhos, parceiro, trabalho, amigos, nós mesmos... A
vida com suas necessidades e possibilidades... O que escolher? Como
definir a melhor escolha? O que deveria ser natural nem sempre é simples.
Por vezes, uma escolha envolve tantas áreas importantes ou tantos seres
tão queridos que pode se tornar uma tarefa bem difícil.
Venho, há algum tempo, percebendo uma coisa interessantíssima! Enquanto
transmito os conceitos de Equilíbrio Essencial e ensino a utilização de
algumas “ferramentas” tão especiais e efetivas, seja para as pessoas dos
grupos do CREC, de qualquer outro de nossos cursos ou nos atendimentos
individuais; em um certo momento - que se define em conformidade com o
roteiro que aquela pessoa vem escrevendo para sua própria vida - é
possível observar que todos os conflitos vivenciados por uma pessoa,
independentemente da área que estejam afetando, nascem de um mesmo e
único ponto! Por mais que nos pareça impossível que seja assim.
Tenho ouvido continuamente coisas como: “não tenho dado a devida atenção
ao meu marido e fico culpada de cuidar do meu filho e não poder dar
atenção a ele quando chego em casa”; “tem sido difícil ir trabalhar e
deixar meu bebê... sinto culpa, fico sofrendo o tempo todo e por isso não
venho rendendo no trabalho. Depois, quando chego em casa e estou ao lado
do meu filhinho, fico com culpa por não ter feito as coisas direito no
serviço e acabo sem conseguir aproveitar nem uma coisa nem outra”, “meus
amigos disseram que depois que comecei a namorar não sou mais o mesmo”;
”não tenho tido tempo de ver meus pais e eles estão velhinhos, tenho medo
de que quando for possível já não dê mais tempo de ficar junto”; “não
tenho mais tempo pra me cuidar, estou me sentindo envelhecida e feia, acho
que estou jogando meu marido para admirar outras mulheres”, enfim, a cada
situação o questionamento é: o que devo fazer? O que é certo escolher? Por
favor, preciso de uma direção!
Seria muito bom e algumas pessoas assim consideram, se existisse uma lista
ou regras de prioridade para as opções que devemos fazer em nossos
diferentes momentos. Nesse caso nossas certezas viriam de fora... Mas,
isso seria realmente bom? O que nos causaria?
Já sabemos que somos UM, mesmo que possa ser difícil compreender
exatamente como isso acontece! Entretanto, não somente somos UM como, em
essência, somos todos iguais! Todos nós, Seres Humanos, somos
potencialmente idênticos! A única coisa que nos difere uns dos outros
enquanto individualidades, é o grau de desenvolvimento e expressão da
nossa Consciência Essencial. Em outras palavras do quanto somos
conscientes de nós mesmos e de quem realmente somos!
Para explicar isso melhor sempre comparo as pessoas a sementes de uma
mesma espécie de árvore frutífera. Imagine que alguém tem em mãos 10
sementes dessa árvore e avalie que as sementes serão plantadas em solos
com nutrientes equivalentes em valores e quantidades. A única diferença é
que, após a primeira, cada uma será plantada na mesma data do ano
seguinte.
Bem, fica fácil perceber que a cada novo ano as árvores plantadas
anteriormente já estarão em estágios diferentes de maturidade. Algumas já
estarão brotando, outras florescendo, as mais amadurecidas já produzindo
frutos, possibilitando a sobrevivência de outras formas de vida a partir
de sua doação, a cada fruto oferecido e produzido em seu ciclo. Tudo isso
acontecendo, ao mesmo tempo em que a semente mais recentemente plantada
estará apodrecendo, morrendo, lutando pela própria sobrevivência na busca
de seu renascimento.
Somos todos assim. Alguns já produzem frutos. Alguns ainda florescem.
Alguns começam a brotar e reconhecem os primeiros estágios da vida nesse
planeta. Outros, ainda destroem a outros, ao meio e a si mesmos, num total
desconhecimento da razão da vida, de sua própria razão ou da razão de cada
outro, enfim, cada qual expressando unicamente o grau de consciência que
já pôde desenvolver na somatória de todos os estágios que já completou a
cada existência.
Se você vem acompanhando os artigos, sabe que é possível compararmos a
consciência a um armário com gavetas ou prateleiras. Somando essa
informação ao raciocínio das árvores dá pra imaginar que a organização, o
conteúdo e a aparência de nossos armários, prateleiras ou gavetas, deve
ser bem diferente e diversificado de uma pessoa para outra, não é mesmo?
O que acho muito interessante é que cada uma de nossas gavetas é suprida
ou gera suprimento para muitas das nossas diferentes necessidades. Cada um
de nossos relacionamentos vai atingir e nutrir as necessidades de cada
diferente prateleira. E, acreditem, não existe ordem de grandeza ou
importância diferenciada entre elas. Cada uma cuida de uma ou algumas
áreas da vida. Cada qual nutre um aspecto de nosso ser. E, quando
avaliamos essencialmente, não podemos dizer que nosso trabalho deve ser
mais importante do que nossa família ou que nosso parceiro deve ser menos
considerado do que nossos filhos, ou, ainda, que devemos sacrificar todas
as nossas necessidades em detrimento da felicidade de outras pessoas. É
claro que temos vocações, preferências, mais prazer em algumas atividades
e menos prazer em outras. Mas o que sentimos não deve denotar maior ou
menor valor em qualquer área de nossas vidas. Afinal, quando medimos algo
pelo seu valor essencial, nosso discernimento nos permite a compreensão da
equivalente importância em tudo e em todos. Toda a estrutura da
consciência humana necessita de suprimentos que somam pequenos tijolos na
construção de nossa felicidade.
Quando somos lúcidos e conscientes de que esperamos a felicidade, sabemos
reconhecer o valor de tudo o que envolve a nossa realidade pessoal e as
nossas relações. Sabemos nos respeitar e a cada outro, compreendendo
razões, necessidades, objetivos e limites. Reconhecemos a real importância
de tudo. Compreendemos essencialmente nossas necessidades e as alheias.
Tal compreensão nos impede de exigir do outro o que não exigimos de nós
mesmos. Nos permite exigir, sim, aquilo que exigimos de nós. Entretanto,
tal exigência compreende e aceita naturalmente se o outro ainda não for
capaz de... Sem inferioridade ou superioridade. Com equilíbrio, o mais
essencial possível! E, isso é AMOR!
Temos que encontrar e nutrir o equilíbrio entre todas essas áreas. Mas,
aquele equilíbrio que aflora do nosso ser interior, o Equilíbrio que
definimos como Essencial. Aquele que ocorre ainda acima de nossa estrutura
mental. Ele nos permite reconhecimentos e escolhas equilibradas e
adequadas. Por ele somos capazes de visualizar além dos preconceitos. Com
ele somos capazes de perceber que realmente somos iguais, mesmo que em
diferentes tempos. Percebemos que o que nos diferencia é o natural
movimento de nossas reações. Aquilo que vamos naturalmente buscar suprir e
valorizar naquele nosso tempo individual e pessoal.
Sim, é realmente delicioso reconhecer e aprender a perceber que é possível
ser feliz sem culpa. Ou, melhor ainda, que não é necessário estar infeliz
para poder receber afeto e reconhecimento.
O que mais me encanta quando procuro interpretar o código pessoal de
alguém que, surpreendentemente, vai nos levar ao encontro da raiz
principal, de um único ponto, é a simplicidade com que as coisas se
esclarecem e passam a se resolver. Tudo fica mais claro, mais preciso e
prazerosamente lógico. Escolher torna-se natural. Aprende-se a tirar o
máximo de cada momento. Basta estar ali, presente por inteiro: em cada
atividade, em cada relação, em cada situação. A vida passa a somar
momentos felizes, e naturalmente transmuta e aguarda as resoluções mais
adequadas para as dificuldades.
É, sempre um Divino Processo! E essa é a razão pela qual devemos buscar
nosso Equilíbrio. Ele proporciona a necessária segurança e a almejada
tranqüilidade. Precisamos nos livrar das culpas e medos em nossas opções.
Precisamos estar em contato com a Essência Vital, pois somente ela nos
qualifica como seres capazes de experimentar certezas a cada escolha.
Depende de nosso Ser Essencial, do nosso Eu Interior, uma participação
efetiva na criação de uma realidade de tranqüilidade, harmonia e
crescimento em nossas próprias vidas! Somente essencialmente equilibrados
conseguiremos ampliar a Qualidade de nossas Vidas, permitindo-nos mais
harmonia em nossos relacionamentos pessoais, afetivos, familiares e
profissionais e, conseqüentemente, muito mais felicidade em nossas vidas.
Somente a visão pela Essência nos permitirá compreender as falhas humanas,
nossas e alheias. Tal compreensão é necessária para que nos seja possível
aceitar nossas necessidades espirituais, mentais e concretas nos
relacionamentos familiares, afetivos, profissionais, sociais, vivenciando
nossos próprios limites sem medos, nem culpas. Isso é nutrir Amor pelos
outros e por nós mesmos e esse Amor é a base necessária à nossa
felicidade.
E, como a cada dia concluo e tenho imenso prazer nisso: nós merecemos ser
realmente felizes! Você não acha? Não é por acaso que nós próprios criamos
a nossa realidade e somos os únicos responsáveis por tudo o que
vivenciamos. Se compreendermos bem isso será natural perceber que nossa
felicidade e as escolhas mais acertadas só dependem de nós mesmos. Basta
ficarmos atentos a tudo através dos olhos do espírito! Afinal, somente
eles é que nos permitem o exercício da visão essencial!
Obtido no site SOMOS TODOS UM.