De volta ao Brasil.
Depois de quase dois meses atendendo meus clientes de Nova Iorque e depois
Lisboa, estou de volta à minha casa física - porque nunca deixei de estar
dentro da minha casa espiritual. Esta vai comigo para o Norte, para o
Leste, para onde meu corpo for. Esta é minha primeira e verdadeira morada.
Minha casa, meu altar, meu laboratório que vai clicando tudo que vejo,
sinto, degusto e ouço e revelando em forma de hologramas, que meu
fotógrafo imaginário vai arquivando neste organizado espaço chamado MENTE.
Vi, ouvi, degustei, senti uma infinidade de pequeninas e imensas paisagens
que tenho gravadas dentro do meu Universo particular mas que poderá se
tornar de todos nós num abrir e fechar de olhos.
Conto algumas paisagens sem fazer muito esforço.
Um rapaz desolado olhando pela janela as primeiras chuvas que anunciavam o
outono chegando em Portugal. Ele ainda tinha a pele morena do verão
causticante que atingiu aquele adorável país. Ele fitava desolado os
pingos de chuva que traziam na sua alminha uns arrepios de frio. O outono
caindo bravamente sobre o verão, lembrando a ele também que era chegada a
hora de entrar para dentro de casa.
Revejo também minha querida amiga Maria Luisa que me ofereceu um jantar
delicioso na sua casa regado a um belíssimo vinho tinto Alentejano. Depois
do jantar ela chegou com um pacotinho perfeitamente embrulhado e quando
abri encontrei um livro da Isabel Ferreira, A VERDADE SOBRE TI... Comecei
a ler quando cheguei ao hotel e passei a noite toda lendo. Que perfeita e
prática lição sobre os processos da mente esta autora tem. Parabéns,
Isabel. Não a conheço pessoalmente mas seu livro é uma lição prática de
como entender e disciplinar os processos de nossa verdade.
Mas vamos ao trabalho. Vamos refletir juntos sobre o tema que hoje
apresento e que é sobre aquilo que mais gosto de pesquisar: A MENTE.
Para começar relembro a premissa básica: Tudo que você vive aqui neste
mundo feito pelos homens, está primeiro na sua mente. Estamos
combinados?
A partir desta premissa vem minha primeira pergunta:
- Qual é o sentimento que mais aflige você neste exato momento?
- Solidão? Por exemplo.
Quando foi que você percebeu a solidão pela primeira vez? Qual foi o
momento em que a mente gravou a fotografia que representa a solidão dentro
do seu arquivo mental? Como ela é?
Feche os olhos e vá buscar esta fotografia dentro da sua mente. Limpe esta
foto. Use luz, som, água, fogo, esponja de aço, o que quiser. Limpe esta
foto e coloque no lugar uma foto de um grupo onde você se sente incluída,
amada, aceita, feliz.
Mas tem um outro jeito de olhar isso.
A solidão só é uma solidão porque você nomeou um sentimento com este nome.
Porque a solidão não existe. Foi sua mente que criou e classificou um
evento (usando as classificações que aprendemos no nosso meio cultural e
educacional). Um homem sozinho pescando no Alasca não está só. Está? Um
esquimó pilotando seu trenó no meio da maior vastidão fria do mundo não
está só, está? Então a solidão não existe. Nós criamos solidão aqui fora
porque nos desligamos da nossa essência. Aprendemos desde muito pequeninos
que uma pessoa só é uma pessoa triste e infeliz. Quem disse? Uma pessoa só
pode ser uma pessoa intensa, reflexiva, estudiosa, em harmonia consigo
própria. Mas nosso sistema de crenças rotulou o ato de se estar só. E
nossa mente acredita porque ela aceita tudo. A mente funciona como uma
cera amolecida onde vamos enfiando fotos, personagens, marcas, impressões
que mais tarde vão atraindo a mesma qualidade energética aqui neste mundo
de fora. A mente, per se, não julga. Ela é um escravo obediente que
obedece tudo o que você fala, vê, pensa, sente, ouve, degusta. Depois ela
passa o tempo fazendo conexões.
Por exemplo:
Passo numa rua e vejo uma criança pedindo esmola na calçada. Imediatamente
esta forte imagem vai buscar correlação dentro de mim de uma foto igual
onde eu sou a personagem. Pronto, ela junta as coisas e minha sensação é
de pena e compaixão porque reconheço dentro de mim uma criança abandonada,
rejeitada, enfim esta série de atributos negativos que aprendemos a
rotular dentro de nós. O que fazer então? E o mais interessante é que não
tomamos conhecimento consciente disso. Saímos em disparada para ajudar ou
socorrer a criança (muito bem!), mas sem tomar ciência de que
desencadeamos dentro de nós uma lembrança igualmente dolorosa e que depois
de acudir esta criança externa temos que acudir a criança interna. Como?
Quanto tiver chegado a um lugar seguro, onde possa
sentar e fechar os olhos, então sentada, de olhos fechados, respire três
vezes lentamente e veja, sinta, perceba ou imagine esta criança da rua
dentro de você e ampare esta criança dando a ela uma família afetuosa,
perfeita e amorosa onde ela encontra segurança e paz. Então respire e abra
os olhos.
Faça este exercício por no mínimo 7 dias, sempre ao acordar.
De volta ao Brasil abraço amorosamente cada um de vocês e envio aos meus
queridos clientes e amigos de Portugal o meu mais profundo e sincero
abraço.
Obtido no site SOMOS TODOS UM.