CARPA

 
 

CULTIVO DE CARPA

Marco Antonio Igarashi

A carpa (Cyprinus carpio), peixe originário da Ásia, foi introduzida no Brasil, como em todos os outros países em que foi introduzida, por suas excelentes qualidades de rusticidade, prolifidade e facilidade de criação (Machado, 1972).

REPRODUÇÃO

Nas regiões de temperatura mais elevada, onde o crescimento da carpa é mais rápido, uma fêmea com 0,8 a 1,0 kg pode desovar já no primeiro ano de vida e os machos são mais precoces e geralmente atingem a maturidade sexual logo no primeiro ano, quando estão com 500 a 600 gramas, mas somente os machos na faixa de 2 a 5 anos devem ser utilizados como reprodutores. As carpas podem desovar 100.000 ovos/kg de peso do corpo (Galli & Torloni, 1984).

Os ovos ficam aderidos às folhas e raízes das plantas adjacentes e os que não se fixarem a nenhum substrato e caírem ao fundo não se desenvolverão (Xavier et al., 1986).

A temperatura pode variar de 1 a 40 °C; os peixes crescem a temperatura acima de 13°C e reproduzem-se a temperaturas acima de 20°C (Swift, 1993).

De acordo com Garli & Torloni (1992), o início da reprodução ocorre, geralmente, no mês de agosto, nas regiões mais quentes, e na segunda quinzena de setembro, ou até mesmo em outubro, nas regiões mais frias. Segundo os mesmos autores, no período de agosto a fevereiro pode haver mais de uma desova.

O período de incubação dos ovos varia de acordo com a temperatura. Entre 18 e 20°C e num período de 4 a 6 dias ocorre a eclosão dos ovos (Xavier et al., 1986).

TÉCNICA DE HIPOFISAÇÃO

A hipofisação da carpa pode ser realizada da seguinte forma (Xavier et al., 1986): selecionam-se as carpas doadoras e removem-se as hipófises. Estas, por sua vez, são dessecadas em acetona e depois maceradas com soro fisiológico, formando o extrato hipofisário. Preparadas as doses, estas são injetadas nos músculos dorsais dos reprodutores, atrás da nadadeira dorsal (Xavier et al., 1986).

ALIMENTAÇÃO

Para as carpas, larvas, alevinos ou adultos, é essencial que o alimento seja constituído pelo plâncton (Machado, 1972).

Segundo Machado, a alimentação da larva, além do "plâncton", que é indispensável) deve ser constituída por um dos seguintes alimentos, administrados diariamente ou 2 vezes por dia, se necessário:

1) gema de ovo, cozida, seca e pulverizada (forma de pó ou mingau). um ovo dá para 5 a 10.000 larvas e podem ser usados ovos de 1a miragem.

2) fígado em pó, administrado como o anterior ou misturado, em partes iguais.

3) fubá fino (fubá mimoso) e leite em pó(10 gramas por 1000 larvas).


A seguir, temos o exemplo de ração para alevinos (36 % de proteína):

-23 % de farinha de carne

-25 % de farelo de soja

-25 % de concentrado protéico para suínoos

-25 % de farelo de arroz

Fonte: Estação de piscicultura de Itiúba - CODEVASF - Propriá - SE citado por Xavier et al. (1987).

A alimentação do alevino com mais de 10 cm pode ser igual à dos adultos (Machado 1972).

A quantidade de ração a ser fornecida às carpas diariamente varia com o tamanho do peixe e com a temperatura da água, sendo que Castagnolli (1976) sugere a seguinte formulação de ração para a carpa comum:

ingredientes %
farelo de milho ou sorgo 50,0
farinha de carne 20,0
farelo de soja 20,0
farelo de arroz 9,0
vitaminas e sais minerais 1,0

VIVEIROS BERÇÁRIOS

Podem ser de 0,25 a 2ha em área dependendo do tamanho da fazenda, com profundidade de 0,5 a 1,5 metros. Em viveiros com água onde não são visíveis correntes, a densidade de estocagem é de 50.000/ha. (Swift, 1993)

PRODUÇÃO

O nível de produção pode variar com a intensidade do cultivo, o nível de fertilização e também com a temperatura da água.

Nos tanques de primeira alevinagem, são estocados apenas ovos e, nos tanques de segunda alevinagem, a estocagem deve ser de 50 a 100 alevinos por m2. Nos viveiros de engorda, de 1 a 2 alevinos por m2, também selecionados de acordo com o critério anterior (Gali & Torloni, 1984). Segundo Swift (1993), este é um peixe de água doce chegando a 80 cm e 10 a 15 kg. O crescimento é rápido nos trópicos, onde o peixe pode chegar ao peso de 400 - 500 g em 6 meses e 1,0 e 1,5 kg em um ano. Eles são onívoros.

Algumas vezes, os viveiros não são tratados, algumas fazendas utilizam fertilizantes animais, outros utilizam detritos, algumas fazendas em conjunção com patos ou porcos e outras fazendas utilizam alimento suplementar, geralmente detritos vegetais.

 

VOLTA

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