Dodges do Brasil

DODGES DO BRASIL

A História da indústria automobilística no Brasil se inicia na década de 50, quando o governo brasileiro decide criar o GEIPOT – grupo executivo que tem por meta a implantação da fabricação de automóveis no país.

O governo institui então um pacote de benefícios para as empresas se instalarem no Brasil, incluindo uma linha de crédito em que as empresas tinham assegurados 90 centavos de dólar em financiamento para cada dólar investido no país.

Dentre os pioneiros a implantar uma fábrica no Brasil encontrava-se a Simca, empresa francesa que passou a fabricar aqui os modelos Chambord e Tufão, baseados no Simca Vedette francês de 1959.

Simca Vedette Chambord 1959

Por volta de 1967, a Chrysler Corporation adquire o controle acionário da Simca; inicialmente, decide manter por algum tempo a fabricação dos Simca Esplanada e Regente, para logo depois passar a fabricar seus próprios modelo, sob a marca Dodge.

Chrysler Esplanada 1967

Antes que a Chrysler do Brasil lançasse no mercado os Esplanada e Regente modelo 68, o governo brasileiro já aprovara o investimento de 50,2 milhões de dólares para a produção de caminhões Dodge e o ínicio do projeto de desenvolvimento e fabricação dos automóveis Dodge Dart com motor V-8.

Baseado no modelo americano do mesmo ano, o Dodge Dart brasileiro foi lançado em outubro de 1969, em substituição aos Esplanada, Regente e GTX. A Chrysler apresentou o Dodge Dart na versão 4 portas, equipado com motor V-8 de 5.212cc e 198 h.p, criando uma nova faixa de mercado localizada entre o Galaxie, o Itamaraty e o Opala 3.800.

O primeiro Dodge fabricado no Brasil: Dart modelo 1970

Apesar de seu acabamento ser relativamente pobre, o carro entusiasmou o público, principalmente pelo seu extraordinário desempenho e força. Era fácil gostar do Dart à primeira vista, por suas linhas retas com cantos vivos, grade larga e bem desenhada e pela traseira com vidro côncavo, que parecia encravado na carroçaria.

Os passageiros sentavam-se confortávelmente e a bagagem de 5 ou 6 pessoas cabia sem maior dificuldade no amplo porta-malas. Dois detalhes decepcionaram um pouco o público: O espaço interno não era realmente tão grande como o aspecto do carro permitia supor, e o conforto dos passageiros era uma pouco prejudicado pela suspensão dura. Mas esta representava na verdade uma vantagem, em termos de estabilidade: o Dart comportava-se muito bem nas curvas em relação ao seu tamanho.

Quanto à mecânica, o Dart impressionava por ter o motor mais possante entre todos os carros nacionais fabricados até então: alcançava com facilidade velocidades acima dos 170 km/h, acelerando de 0 à 100 km/h em apenas 12 segundos. Outro fator positivo evidenciou-se com o tempo: além de forte, o motor revelou-se um dos mais duráveis entre os que equipavam os carros nacionais de série. O grande torque (41,5 kgm a 2.400 rpm) permitia ultrapassagens seguras; nas subidas, o Dart continuava como se estivesse em uma estrada plana. Um dos seus maiores inconvenientes era o consumo de gasolina: 4 à 5 km/l. Também a autonomia foi criticada, pois o tanque comportava apenas 62 litros.

Como novidade, a suspensão apresentava barras de torção longitudinais na dianteira, em vez das tradicionais molas helicoidais e a direção, embora ainda não fosse hidráulica, agradava bastante. Os proprietários reclamavam, no entanto, dos freios a tambor nas 4 rodas, que não correspondiam à expectativa, principalmente levando-se em conta as altas velocidades que o carro podia alcançar.

Depois do lançamento do Dart Sedan, eleito o "Carro do Ano" pela revista Auto Esporte em janeiro de 1970, a Chrysler ampliou sua linha de produção, procurando melhorar cada vez mais o Dodge nos seus detalhes. Em outubro de 1970 lançou o Dart Coupe sem coluna lateral, seguindo-se, em novembro, por ocasião do Salão do Automóvel, as versões esportivas Charger LS e Charger R/T (com motor de 215 c.v, direção hidráulica e freios a disco).

Dodge Charger R/T

O Dodge Charger R/T distinguia-se do modelo Coupe convencional pela pintura vistosa arrematada com faixas pretas, grade diferente, acabamento interno com console entre os bancos individuais alojando a alavanca da caixa de câmbio de 4 marchas, conta-giros no painel, rodas esportivas sem calotas, colunas laterais traseiras mais largas repuxadas sobre os para-lamas e o teto revestido de vinil. Além disso, o R/T demonstrou ser o carro de série mais veloz fabricado no Brasil - chegava aos 190 km/h. O Charger LS, por sua vez, caracterizava-se mais como modelo coupe de luxo. Com o mesmo painel do Dart, oferecia opcionalmente bancos individuais separados por um console, transmissão automática, ar condicionado e direção hidráulica.

Em julho de 1971 a razão social foi mudada em virtude de total absorção de ações restantes nas mãos de terceiros, passando a empresa a chamar-se Chrysler Corporation do Brasil. Em 1972 a Chrysler apresentou mais duas versões do Dart: o Dart SE, lançado em 24 de maio, e o Dodge Gran Sedan, que apareceu a 16 de outubro.

O modelo SE (Special Edition) era um novo coupe esportivo, mais barato que o Charger R/T e o Dart coupe de luxo; foi criado especialmente para um publico jovem que não ligava para cromados, mas exigia desempenho. Essa nova experiência alcançou grande êxito no mercado brasileiro. Iniciativa contrária aplicou-se ao Gran Sedan, apresentado como opção na linha Dodge 1973, destinado a atender uma clientela sofisticada e exigente.

Dodge 1800 - Dodginho

No Salão do Automóvel de 1972 a Chrysler do Brasil fez a pré-apresentação do seu mais novo produto - O Dodge 1.800. Para lançar este carro no mercado (2 de abril de 1973), a empresa duplicou suas instalações em São Bernardo do Campo e Santo André, em São Paulo, aplicando 48 milhões de dólares no desenvolvimento do projeto e na reformulação quase total de suas linhas de montagem. O Dodginho, como passou a ser conhecido pelo público, derivou do Hillman Avenger inglês e de uma versão idêntica de 4 portas, fabricada na Argentina, utilizada inclusive nos testes. Seus principais concorrentes no Brasil eram o Volkswagen 1600 TL e o Ford Corcel. Para combatê-los, o Dodginho tinha como principal arma sua maior potência (78 C.V. a 4.600 rpm), o que proporcionava melhor arrancada e maior velocidade. Esta potência, no entanto, resultou em consumo elevado de combustível. Outro detalhe que prejudicou o carro, logo no início das vendas, foi o aparecimento de pequenos defeitos, resultado de um lançamento talvez prematuro. Para compensar esta falha, a Chrysler lançou, apenas seis meses depois da estréia, o modelo 74 do Dodge 1.800, desenvolvido especialmente para as condições brasileiras, o que resultou em grande suavidade de marcha, aliada à excelente estabilidade em qualquer condição de estrada. Externamente o Dodge 1 800 destacava-se pelo equilíbrio de linhas, pelas formas modernas, o estilo europeu e a frente combinando com a traseira e laterais. Na solução de pequenos retoques de estilo o modelo brasileiro foi mais feliz do que a versão inglesa, resultando numa aparência mais leve. O interior, além de muito atual, recebeu um tratamento que garantia o máximo de segurança para os ocupantes. Todas as partes salientes foram embutidas ou construidas em material deformável.

No Salão do Automóvel de 1974, a Chrysler do Brasil exibiu seus modelos 1975. Foram eles: na linha Dart/Charger, os coupes de duas portas sem colunas (Dart SE, Dart de Luxo, Gran Coupe, Charger LS e Charger R/T) e os sedans de quatro portas (Dart Sedan de Luxo e Gran Sedan), todos com transmissão automática opcional; na linha Dodge 1.800, as versões Standard, SE, Luxo, Gran Luxo e como grande novidade, a perua Dodge 1.800 de 4 portas (que não chegou a ser fabricada em série).

Em 1976 a Chrysler fez algumas mudanças na sua produção. Tirou de linha o Dart SE, o Gran Coupe, e também o Charger LS. Havia também novidades nos Charger R/T, que agora contavam com novo interior; novos bancos (mais altos), novo volante e faixas laterais. A partir de 1977 os modelos Charger R/T tiveram sua taxa de compressão diminuída para tentar amenizar o consumo e possibilitar o uso de gasolina comum.

Dodge Charger R/T 1978

1978 foi mais um ano de mudanças nos Dodge Charger R/T. O modelo ganhou novas faixas laterais, perdeu o capô com as falsas tomadas de ar, e ganhou novo teto revestido de vinil conhecido como "Las Vegas", cobrindo somente a metade do teto. Houve também a retirada do modelo Gran Sedan de produção, restando somente os Dart de Luxo e Charger R/T.

Dodge Magnum 1979

Uma total re-estilização aconteceria em 1979. Todos os modelos foram modificados, ganhando maior conforto, devido à nova calibragem da suspensão e novos revestimentos acústicos. Surgiram 2 novas versões: Magnum e Le Baron (4 portas). Estes modelos eram os "top" de linha da Chrysler, custavam mais caro que o Charger R/T e tiveram boas vendas devido à proibições de importação da época. Tiveram várias mudanças mecânicas: novo radiador, maior tanque de combustível (107 litros), mudanças na parte elétrica e um interessante opcional para o modelo Magnum: teto solar elétrico. O Charger R/T tornou-se mais um carro de luxo que um esportivo, perdeu até mesmo o conta-giros no painel.

No início dos anos 80, a Chrysler não suportou a crise do petróleo e foi comprada pela Volkswagen, que passou a produzir seus caminhões nas instalações da empresa Norte-Americana e manteve por pouco tempo a produção dos veículos Dodge, encerrando assim um ciclo da história automobilística do Brasil.

Esta página foi concebida e executada por Eng. Sylvio Schreiner, e não possui qualquer ligação com as marcas Chrysler, Dodge, ou qualquer outro fabricante ou seus fornecedores ou vendedores, sendo o objetivo deste trabalho prestar uma homenagem aos melhores carros da década de 70, os quais foram tão denegridos em seu tempo e que agora, em uma época de carros minúsculos e sub-motorizados, estão começando a receber o respeito a que sempre fizeram juz.

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