Tradução do texto deixado pôr ERNESTO KOSCHIER, pouco tempo antes de seu falecimento.

Eu abaixo assinado, venho através desta, colocar no papel os mais importantes dados e eventos do decorrer de minha vida, para que os meus remanescentes tenham um parecer sobre a procedência e modo de vida de seu pai, avô e ou ainda sogro.

Fui nascido em Hüttenberg na província de Kärnten na Áustria em 21 de Fevereiro do ano de 1895, filho do casal Urban Koschier e sua esposa Johanna Leitner Koschier. Meu Pai igualmente era natural de Kärnten e nasceu na cidade de Sankt Veit an der Glan, assim como o pai, também a mãe era natural da província de Kärnten.

Dali, após alguns anos, mudamos para a localidade de Fonsdorf, próximo de Judenburg na província de Steiermark igualmente na Áustria, onde meu pai trabalhava em Judenburg na mina de carvão e onde eu cursei os dois primeiros anos de escola pública.

No ano de 1903, meu pai se mudou para o Rheinland na região ou área carbonífera do Ruhr chamada de Ruhrkohlenbezirk, e se fixou na localidade de Altenessen, subúrbio da cidade de Essen no Ruhr na Alemanha, e trabalhava, lá como mineiro, alternadamente entre as minas de carvão de Helene-Amalie, Zeche Gustav e ainda em Erkenschwick na cidade de Recklinghausen, também como mineiro. Eu freqüentei aqui, até 14 anos, a escola pública em Altenessen , conhecida pelo nome de escola da estação Ferroviária ( Bahnhofsschule ), e após ali mesmo freqüentei a escola de continuação (ginásio). Ainda ali mesmo iniciei a minha educação religiosa, logicamente na fé católica romana, pôr que meus pais também eram católicos, ali mesmo recebi a primeira comunhão e ainda fui confirmado (crisma). Depois que eu deixei a escola pública, ingressei como trabalhador, na mina de carvão de Helene-Amalie, isto foi no ano de 1909, e neste mesmo ano, no segundo dia de Natal no hospital da cidade de Altenessen, faleceu a nossa querida mamãe.

Mais ou menos durante dois anos nós fizemos os serviços domésticos e neste meio tempo morávamos em Erkenschwick na cidade de Recklinghausen, e mais tarde retornamos de muda para Altenessen, e ali mesmo moramos na rua Pohlmannstrasse até o dia de nossa mudança para o Brasil. Trabalhei na serraria da Zeche Graf Beust até a nossa partida.

No ano de 1913, meu pai resolveu se mudar para o Brasil e assim ainda no mês de setembro deste mesmo ano, no Pôrto de Bremen a bordo do navio à Vapor Sierra Cordoba da Companhia Norddeutschen Loyd, iniciamos a nossa viagem.

Tenho ainda que informar, que o meu pai se casou pela segunda vez no ano de 1912 e cuja madrasta tinha e trouxe consigo duas crianças grandes. E assim era formada a nossa família na época da imigração para o Brasil : Pai, Madrasta e seus dois filhos, e nós cinco irmãos , os quais tinham os seguintes nomes: Ferdinand, Brunhilde, Antonia ,Erhardt e Ernst.

Nós simplesmente tivemos uma boa viagem transoceânica, e tivemos a nossa primeira parada ou atracação no Rio de Janeiro, localidade chamado de Ilha das Flores, aonde nós fomos acolhidos. Pôr nós termos emigrado pôr conta da Imigração do Governo Brasileiro, tínhamos que aguardar até que viesse a ordem para onde nos seríamos destinados a emigrar, e cujo destino indicado, foi Apucarana no estado do Paraná.

Após isto, então reiniciamos a nossa viagem num navio costeiro até a cidade de Paranaguá no estado do Paraná, desembarcamos e daí com o trem fomos até a cidade de Ponta Grossa, e dali em um grande carro de colonos (carroça) com parelhas de 4 e 6 cavalos, fomos até perto de nosso local designado (Apucarana). Ali nos fomos hospedados em uma grande Barraca , e deixados a nossa própria sorte. Lá havia um espécie de diretor da Colônia , mas ele pouco se preocupava ou importou pelo bem estar de quem que seja da Colônia de Imigrantes, ele também não podia fazer mais, pois lhe faltavam os conhecimentos e os meios necessários.

Em todo caso, ali nos foram designados dois lotes de terra de 24 hectares cada, medidos a uma caminhada a pé de 12 horas, para os quais primeiro tinham que ser aberto uma picada e preparado o local para erguer um rancho provisório feito de madeira de pinho rachada ou serrada.

Todos estes trabalhos só podiam ser feitos pôr mim e meu irmão, porque o nosso pai ficou doente logo após a nossa chegada, e foram necessários 3 meses para que recuperasse as suas energias.

FIM

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