Agricultura Orgânica e Biológica
Agricultura Biodinâmica
Agricultura Natural
Permacultura

      

Agricultura Orgânica e Biológica

Histórico:

              As observações feitas no início do século pelo botânico e agrônomo inglês 
Sir. Albert Howard em relação ao tipo de agricultura praticada pelos 
camponeses indianos, deram início a estas duas correntes que, apesar dos 
nomes distintos são muito semelhantes, podendo ser analisadas 
conjuntamente. Os estudos realizados na Índia sobre compostagem e adubação 
orgânica, resultaram posteriormente na publicação do livro "Um Testamento 
Agrícola", com relevantes referências bibliográficas para os praticantes 
do modelo orgânico. 
               Outro pesquisador que também contribuiu para estas correntes é o francês 
Claude Albert que fez estudos sobre o acúmulo do agrotóxico DDT em leite 
materno e sobre a acumulação de nitrato (substância cancerígena presente 
nos adubos altamente solúveis) nas águas do subsolo.
Com o manejo orgânico, o mato protege
o solo sem prejudicar o crescimento do repolho

Princípios: 

            Segundo Albert, a fertilidade dos solos deve ser construída a partir de um 
amplo suprimento de matéria orgânica e, sobretudo na manutenção de 
elevados níveis de húmus (matéria orgância já decomposta e estabilizada) 
no solo. A base científica desta corrente se assenta nas seguintes 
práticas: rotação de culturas, manejo e fertilização do solo. Assim como 
as correntes, natural e biodinâmica o princípio gerador da estabilidade e 
saúde das plantas, encontra-se no manejo da matéria orgânica como prática 
geradora de boas fertilidade e estruturação do solo. Também como nas 
outras correntes agroecológicas, o solo é considerado um "organismo 
complexo", repleto de seres vivos (minhocas, bactérias, fungos, formigas, 
cupins, etc) e de substâncias minerais em constante interação e 
inter-dependência, o que significa que ao se manejar um aspecto (adubação, 
por exemplo), faz-se necessário considerar todos os outros (diversidade 
biológica, qualidade das águas subterrâneas, suscetibilidade à erosão, 
etc.) de forma conjunta. Este é o princípio da "visão sistêmica" da 
agricultura (também chamado "holismo"), o qual prescreve que a propriedade 
agrícola deva ser considerada em todas as suas dimensões (produtiva, 
ecológica, social, econômica, etc.).

Agricultura Biodinâmica


Histórico:

              A corrente biodinâmica da agricultura teve seu início num ciclo de 8 
palestras feitas na década de 1920, na Polônia, pelo filósofo Rudolf 
Steiner, que formulou uma nova filosofia para ser aplicada na medicina, na 
pedagogia e nas artes: a antroposofia, a qual pretende captar através de 
métodos experimentais, fatos supra-sensoriais, ou elementos de natureza 
espiritual que estão além da matéria no meio natural.
Rudolf Steiner (1861/1925)

Princípios:

               De acordo com esta corrente, a saúde do solo, das plantas e dos animais 
dependem da sua conexão com as forças de origem cósmica da natureza. Para 
restabelecer o elo de ligação entre as formas de matéria e de energia 
presentes no ambiente natural, é preciso considerar a propriedade agrícola 
como um organismo, um ser indivisível. Através do equilíbrio entre as 
várias atividades (lavouras, criação de animais, uso de reservas 
naturais), busca-se alcançar maior independência possível de energia e de 
materiais externos à fazenda. Este é o princípio chamado de 
"auto-sustentabilidade", que vale tanto para a agricultura biodinâmica 
como para todas as outras correntes da Agroecologia.


Agricultura Natural


Histórico:

                 Mokiti Okada (1882-1955), fundador da religião que originou a Igreja 
Messiânica propôs, em 1935, um sistema da produção agrícola que tomasse a 
natureza como modelo: surgiu, daí , a corrente chamada "agricultura 
natural". 

O solo que deixaremos para nossos filhos depende de nós

Princípios:

                 De acordo com Mokiti Okada, a harmonia e prosperidade entre os seres vivos 
é fruto da conservação do ambiente natural, a partir da obediência às leis 
da natureza. Através do princípio da reciclagem dos recursos naturais 
presentes na propriedade agrícola, o solo se torna mais fértil pela ação 
benéfica dos microorganismos (bactérias, fungos) que decompõem a matéria 
orgânica liberando nutrientes para as plantas. Assim, o solo, o alimento e 
o ser humano recuperam a saúde e a vitalidade. É o princípio: solo sadio = 
plantas e animais sadios = ser humano sadio, válido para a corrente 
natural e para todas as outras modalidades agroecológicas de agricultura.

Permacultura


Histórico:

              A permacultura, também chamada de "agricultura permanente", começou 
por volta de 1975, 1976, com as idéias de Bill Mollison na Austrália 
sobre um modo diferente de se pensar a disposição das espécies 
vegetais, mais próximo dos ecossistemas naturais. Viajando para os 
Estados Unidos, Bill e outros pioneiros difundiram suas teorias até 
conseguirem a construção de um Centro Rural de Educação, primeira 
instituição oficial da permacultura neste país.

Princípios:

              Nesta corrente se procura praticar uma agricultura da forma mais 
integrada possível com o ambiente natural, imitando a composição 
espacial das plantas encontradas nas matas e florestas naturais. 
Envolve plantas semi-permanentes (mandioca, bananeira) e permanentes 
(árvores frutíferas, madereiras, etc), incluindo a atividade 
produtiva de animais. Trata-se, pois, de um sistema 
"Agrosilvopastoril", ou seja, que busca integrar lavouras, com 
espécies florestais e pastagens e outros espaços para os animais, 
considerando os aspectos paisagísticos e energéticos, na elaboração 
e manutenção destes policultivos (diversas culturas convivendo no 
mesmo espaço)



1